Acima, o inspirado apelo do Marcos Mion
Ashton Kutcher dá uma lição
sobre ativismo político na internet
É fácil ser "politicamente ativo" no Twitter: basta pintar seu avatar de verde para protestar contra a situação do Irã ou acabar suas mensagens com #forasarney para que você possa fazer um impeachment do presidente do Senado ser mais provável mesmo sem sair da cadeira. Não, não é tão fácil assim. Sabendo disso (ou não), um grupo de brasileiros e semicelebridades que tinha como Marcos Mion (sim, o da MTV) e Junior Lima (sim, o da MTV) como capitães tentou fazer com que "#forasarney " entrasse nos Trending Topics (as coisas mais discutidas) do Twitter. Mas tomaram uma lição de moral de Ashton Kutcher, o ser mais popular da rede de microblog, no processo.
A idéia era a seguinte: quanto mais gente escrever "#forasarney, mais o assunto ganha importância. Logo, todo mundo deveria escrever. Na sensacional idéia do grupo que se denomina @twpiratas, se Ashton Kutcher, o rapaz gente boa e brincalhão com mais de 1 milhão de seguidores, escrever #forasarney, o assunto vai ser levado a sério pelo mundo. Veja o inspirado apelo do Marcos Mion:
Um monte de malas chatos pra cacete começaram a encher o saco do Ashton, que deveria ter coisa melhor pra fazer (afinal, ele é o marido da Demi Moore). Quando já deveria ter recebido zilhões de tweets, o americano saiu com essa:
"Para os brasileiros que me seguem no Twitter: Apenas vocês têm o poder de fazer o impeachment no seu senador. É o SEU país e vocês precisam dar suporte às coisas em que vocês acreditam. Eu não tenho voto."
Ele não poderia ser mais correto.
De qualquer forma, o barulho deu "resultado". Mesmo sem o apoio do Ashton, #forasarney ficou em segundo lugar nos assuntos mais discutidos.
Acho que todo mundo tem direito de manifestar as suas ideias políticas no Twitter. E todo mundo que sentir necessidade deve fazê-lo. Mas muitas pessoas, especialmente brasileiros, acham que manifestação no Twitter são uma atividade "fim". E é uma atividade "meio". A diferença: os relatos dos absurdos no Irã eram importantes porque o mundo sabia o que acontecia e podia protestar "no mundo real". Obama usou o Twitter para dizer onde discursava e podia chamar as pessoas para verem suas ideias. Enquanto o mundo não vive no Twitter (ainda que muita gente gaste um pedaço grande das suas vidas lá), as mudanças que quisermos no mundo real vão ter de ser feitas no mundo real, protestos inclusive.
E isso não é privilégio do Twitter. Há dezenas de comunidades "eu odeio a marca X" e 1% aciona o Procon. Há dezenas de milhares de assinaturas em petições online como a contrária à Lei Azeredo, mas apenas um grupo, um ano depois, resolveu fazer um contraprojeto. A internet, web 2.0, pelo menos em termos políticos, é meio, não fim. Não é tão difícil de entender.
Dito isso, se você se importa ou deseja que o presidente do Senado renuncie, haverá mobilizações
Segundo o Estadão, Sarney diz que "lamenta, mas respeita as manifestações". Tenho 99% de certeza que ele foi informado da "manifestação" pelo próprio repórter que foi perguntar o que ele achava.
O que aprendemos com isso? Que Marcos Mion usa o Google Translator mudar o País é um pouco mais difícil que dar um retweet?
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