terça-feira, 27 de maio de 2014

Artigo: O Caminho Místico - A/01578

O Caminho Místico para o Novo Homem

Quando se fala em Espiritualidade, muitos pensam logo em Misticismo, sem ao menos ter conhecimento de seu significado. Esta é uma tendência mundial atual e tem a ver com uma certa mudança sutil que anda em curso no Inconsciente Coletivo, portanto seria adequado fornecer algumas definições a respeito da Mística na vida contemporânea. Há muita confusão na mente das pessoas sobre Misticismo, Esoterismo, Hermetismo e tantos outros conceitos no campo da Espiritualidade. Regra geral, o Misticismo é uma ciência que abrange amplo conhecimento, podendo ser resumido, como “a insistência de que tudo o que é não é tudo!";o engajamento na busca do Deus-Mistério";a experiência de Deus"; "Místico é tudo aquilo que, mediante a contemplação espiritual, procura atingir o estado de êxtase de união direta com a divindade"; "místico é o Adepto que vive do encontro pessoal com Deus ou ainda aquele que aspira a uma União pessoal ou à Unidade com o Absoluto, que ele pode chamar de Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, dentre tantos.

A mística está muito em voga nos dias atuais, e a grande maioria pensa em procurá-la no Budismo, no Hinduísmo ou no Sufismo, entre outras tradições orientais. Os que anseiam por uma espiritualidade mística, nem sequer cogitam buscá-la no Cristianismo, e a “culpa” desse fenômeno, é das denominações religiosas que não procuram entender a dimensão do Misticismo como ciência. No entanto, é bom que fique claro que a tradição cristã sempre foi caracterizada por fortes correntes místicas, eis que cada grupo denominado cristão possui a sua mística, que é a forma como ministra os seus dogmas. O alemão Karl Rahner, um dos mais importantes teólogos do século XX, proferiu a famosa frase: "O cristão do futuro será um místico, ou não existirá mais." Ele classifica o místico como alguém que não apenas ouviu falar de Deus em algum lugar, mas O experienciou, e O percebe, vivenciando-O.

Ao apontar o Caminho Místico no Cristianismo, é fomentada uma ligação com os místicos das outras religiões, pois os representantes da Mística, desde que estejam nesse Caminho com uma real disposição e empenhados verdadeiramente na Busca, passam por experiências semelhantes entre si. Esses buscadores, independente da religião que professam, não apenas se respeitam como também se amam entre si, e não pensam em “converter-se” mutuamente. Há interpretações de fato bem diferentes de uma mesma realidade na Mística cristã, na hinduísta, na budista, e assim por diante.

É muito fácil perceber que não são poucos os que se definem como "místicos" sem saber exatamente o que isso quer dizer. Mas os representantes da verdadeira Mística, em qualquer religião, sempre foram cautelosos quanto a se chamarem a si mesmos de místicos. Relataram suas experiências e o caminho da meditação ou da oração contemplativa, mas nunca se perderam no fanatismo religioso.

Segundo os mestres Agostinho e C. G. Jung, quando alguém se identifica com a imagem do "místico", vive a sua necessidade de ser alguém especial, importante, e muitas vezes o que está por trás desse desejo é a ânsia de ser notado e de se colocar acima dos outros como uma pessoa mística, equivalente a “me torno mais interessante”. Este não é um sentimento espiritual saudável na sociedade moderna.

A Mística não é algo que podemos exigir de nós mesmos. É, antes, sempre esse salto, do desespero do próprio eu para dentro do Mistério inalcançável e Infinito, que nos acolhe, conforta e ilumina, e que também pode nos conduzir no Caminho que o Verdadeiro Místico deva percorrer para atingir a estatura de um varão perfeito, o que é ideal na vida de um Novo Homem.

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