Assis Chateaubriand
De menino gago, tímido e analfabeto que brincava livre pela caatinga do sertão paraibano, Assis Chateaubriand Bandeira de Melo tornou-se o magnata das comunicações e o homem mais poderoso do Brasil entre o final dos anos de 1930 e começo dos anos de 1960. Seu império jornalístico chegou a contar com mais de cem jornais, emissoras de rádio, estações de televisão, revistas e agência telegráfica: os Diários e Emissoras Associados. Um exímio empreendedor, além de ter sido acusado de charlatanismo e ladroagem, Chateaubriand foi também responsável pela criação, junto com Pietro Maria Bardi, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), inaugurado em 1947, cuja sede definitiva foi concebida arquitetonicamente por Lina Bo Bardi. Chateaubriand enriqueceu o acervo do museu comprando quadros em leilões, coleções particulares e galerias com dinheiro da elite paulista. Estudante da Faculdade de Direito do Recife, dedicou-se ao jornalismo desde cedo, escrevendo no Jornal Pequeno. Aos 20 anos, já ocupava o cargo de redator-chefe do Diário de Pernambuco. Formado, mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1917, onde exerceu a advocacia e passou a colaborar no Correio da Manhã. Abandonando o cargo de redator-chefe do Jornal do Brasil, em 1920, partiu como correspondente do La Nación, de Buenos Aires, para a Europa. Começou seu reinado no mundo jornalístico com a compra, em 1924, de O Jornal, denominado "órgão líder dos Diários Associados". Em seguida, sempre arranjando dinheiro emprestado de banqueiros, ricos fazendeiros de café e industriais, fundou a revista O Cruzeiro (1927), que teve a maior tiragem da América Latina, e comprou O Estado de Minas (1929). Em 1950, inaugurou a primeira emissora de televisão do país, a Tupi. Eleito senador pela Paraíba, em 1951, e pelo Maranhão, em 1955, durante o governo de Juscelino Kubitschek, foi nomeado embaixador do Brasil na Inglaterra. Em Londres, permaneceu de 1958 a 1960.
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