sábado, 13 de agosto de 2011
Artigo: Meu Pai - A/0998
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 14 de agosto de 2011.
Meu Velho
(José e Piero - Versão Nazareno de Brito)
É um bom tipo meu velho
Que anda só e carregando
Sua tristeza infinita
De tanto seguir andando
Eu o estudo desde longe
Porque somos diferentes
Ele cresceu com os tempos
Do respeito e dos mais crentes
Velho, meu querido velho
Agora caminha lento
Como perdoando o vento
Eu sou teu sangue meu velho
Teu silêncio e o teu tempo
Seus olhos são tão serenos
Sua figura é cansada
Pela idade foi vencido
Mas caminha sua estrada
Eu vivo os dias de hoje
Em ti o passado lembra
Só a dor e o sofrimento
Tem sua história sem tempo (...)
Naquela Mesa
(Sérgio Bittencourt)
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Meus filhos, desde que resolvi enfrentar os amazônicos caudais, nas férias de dezembro, cobram minha presença nas festas do final do ano. Estas datas estão impregnadas de abençoadas recordações que cravam profundamente suas garras cruéis no meu angustiado coração. Desde que minha esposa ficou confinada, presa a uma cama que estas festas se transformaram em um verdadeiro suplício, por isso, carrego minhas dores para bem longe buscando desafios cada vez maiores tentando amortecê-las.
– Dia dos Pais
Meu pai foi e sempre será meu Mestre, meu Amigo, meu Farol. Ele me ensinou tudo que sei. O amor à natureza, às coisas simples, a tratar a todos com o mesmo respeito, a não me apegar às coisas materiais. Eu o acompanhava, fascinado, pelas coxilhas, nas caçadas de perdizes, ouvindo suas histórias e aprendendo a identificar os bandos de aves quando estes apontavam no longínquo horizonte, analisando sua formação, batida das asas e velocidade. Nas pescarias eu brincava alegremente na margem dos açudes e aprendia a fazer “esperas” para traíras e a tarrafear lambaris para o espinhel. Fui criado a campo, sem limites a estorvar meus passos, com ele aprendi a valorizar os livros, que devorava empoleirado nos galhos mais altos das árvores.
Cada vez que ouço as músicas “Meu Velho” ou “Naquela Mesa” meus olhos se enchem de lágrimas e sinto sua mão pousar carinhosamente no meu ombro. Seu exemplo de dignidade, honestidade, compaixão marcou-me eternamente e ainda hoje procuro imitar seus passos. Homenageando, hoje, o velho Cassiano, presto um tributo a todos os pais neste dia tão especial.
Nota. Esta é uma grande homenagem, que verdaeiramente reflete na vida de todos os que aprenderam a respeitar o pai. Um texto magnífico escrito por Hiram Reis e Silva, que aqui é publicado, para homenagear todos os pais em seu Dia.
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