Mundo Novo: o Começo de Tudo
Em 1953, chegou à região um baiano chamado Bento José Muniz, mais conhecido por "Bentinho". Em novembro de 1982 este pioneiro de Mundo Novo prestou eloqüente depoimento que pinta em cores vivas, as dramáticas circunstâncias em que o colono devia viver naquela época.
Bentinho, chegar aqui, trouxe consigo uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, de um metro de altura, e, para ela, construiu uma capelinha de estuque, nas proximidades de Iguatemi, que mais tarde se constituiu num lugarejo denominado Jacareí.
Começou, então, a desenvolver sua roça, depois de desmatar uma pequena área. Mas era tudo muito difícil. Havia na região muita onça pintada e parda, além de porco-do-mato, antas, capivaras e pacas.
O maior perigo era a existência cobras de venenosas, em enorme quantidade, e de muitas espécies. Bentinho tinha dias de matar dez ou mais cobras peçonhentas em sua pequena roça.
De vez em quando, ele ia até Guaíra para fazer compras. Ia tenso, de cavalo e com uma machete na mão, para cortar as taquaras que impediam a passagem. Geralmente, saía às 5 horas da manhã. Na volta, depois de 2 dias, partia de Guaíra às 5 da tarde e viajava para casa durante a noite inteira. Não encontrava nenhuma viva alma pelo caminho. No trajeto, porém, ficava a propriedade de outro colono, que ele só conhecia de vista. Com certeza, esse deveria ser o pioneiro José Germini Filho, considerado o mais antigo morador de Tapuí-Porã, tendo aqui aportado com a família no dia 18 de julho de 1953. Ele adquiriu uma propriedade que ficava na região que passou a se chamar "Mesquita" mais tarde.
Quando chegou o tempo da primeira colheita, Bentinho pôde avaliar a gravidade da situação que se encontrava. O que fazer com sua produção? Uma vez ou outra aparecia por ali alguém a procura de 2 Kg de arroz, de meio quilo de fumo, de vassoura e de um pouco de alho. Mas o grosso de sua colheita ficou encostado, sem a menor esperança de venda. Continuou, porém, a plantar. Fazia-o, segundo disse, somente porque estava acostumado desde quando morava no Estado de São Paulo.
Em 1953, chegou à região um baiano chamado Bento José Muniz, mais conhecido por "Bentinho". Em novembro de 1982 este pioneiro de Mundo Novo prestou eloqüente depoimento que pinta em cores vivas, as dramáticas circunstâncias em que o colono devia viver naquela época.
Bentinho, chegar aqui, trouxe consigo uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, de um metro de altura, e, para ela, construiu uma capelinha de estuque, nas proximidades de Iguatemi, que mais tarde se constituiu num lugarejo denominado Jacareí.
Começou, então, a desenvolver sua roça, depois de desmatar uma pequena área. Mas era tudo muito difícil. Havia na região muita onça pintada e parda, além de porco-do-mato, antas, capivaras e pacas.
O maior perigo era a existência cobras de venenosas, em enorme quantidade, e de muitas espécies. Bentinho tinha dias de matar dez ou mais cobras peçonhentas em sua pequena roça.
De vez em quando, ele ia até Guaíra para fazer compras. Ia tenso, de cavalo e com uma machete na mão, para cortar as taquaras que impediam a passagem. Geralmente, saía às 5 horas da manhã. Na volta, depois de 2 dias, partia de Guaíra às 5 da tarde e viajava para casa durante a noite inteira. Não encontrava nenhuma viva alma pelo caminho. No trajeto, porém, ficava a propriedade de outro colono, que ele só conhecia de vista. Com certeza, esse deveria ser o pioneiro José Germini Filho, considerado o mais antigo morador de Tapuí-Porã, tendo aqui aportado com a família no dia 18 de julho de 1953. Ele adquiriu uma propriedade que ficava na região que passou a se chamar "Mesquita" mais tarde.
Quando chegou o tempo da primeira colheita, Bentinho pôde avaliar a gravidade da situação que se encontrava. O que fazer com sua produção? Uma vez ou outra aparecia por ali alguém a procura de 2 Kg de arroz, de meio quilo de fumo, de vassoura e de um pouco de alho. Mas o grosso de sua colheita ficou encostado, sem a menor esperança de venda. Continuou, porém, a plantar. Fazia-o, segundo disse, somente porque estava acostumado desde quando morava no Estado de São Paulo.
Com a construção da estrada entre Iguatemi e a margem do Rio Paraná, no ano de 1965, pelo Exército Brasileiro, as coisas começaram a melhorar. Levava-se a produção até à beira do rio, embarcava-se a carga, e viajava-se para o território paulista onde se efetuavam as vendas. Essas viagens eram feitas, normalmente, através do histórico vapor "Capitão Heitor".
Nessa época, e durante seis anos, Bentinho tomou conta de alguns índios Caiuás, que contavam umas 600 famílias e viviam numa aldeia situada perto de sua propriedade, onde hoje é a Aldeia Porto Lindo. Ele os atraía com tecidos de cor vermelha e com pedaços de excelente fumo de rolo, vindo de sua terra natal.
O início do povoamento foi em 1955, muito lento e com famílias oriundas do estado de São Paulo. Nesta área de terra, situada na fronteira do Brasil com o Paraguai, teve início pelo fazendeiro Adjalmo Saldanha. Este loteava sua própria fazenda e vendia lotes às famílias interessadas em residir nesta região. Assim, começou o desmatamento do lugarejo, que passou a ser conhecido por Tapuí-Porã, que significa Rancho Bonito. Em 1958, a vila passava a ser chamada de Mundo Novo.
Surgiu, na época, a figura de Oscar Zandavalli, um colonizador de muita fibra e coragem, Vinha de avião, trazendo as primeiras famílias, a quem vendia pequenos lotes. O ano de 1955 marca definitivamente a fase decisiva na colonização da nova terra. Zandavalli adquiriu de Adjalmo Saldanha 902 alqueires de terra. Inteligente e sagaz, o colonizador, de posse da área em alqueires mineiros, multiplicou-a, divulgando e comercializando para as famílias, considerando a medida em alqueire paulista. Ele residiu aqui durante seis anos, ou seja, até a morte, em 17 de junho de 1962, vítima de assassinato em plena rua principal da vila, onde fica atualmente a avenida Adjalmo Saldanha.
A Chegada dos Pioneiros
Nesta década, chegaram os pioneiros, sendo que muitos deles ainda residem na região. Alguns mudaram-se e outros morreram. José Mesquita, Bento José Muniz, Tatá, José Germini, Vilarino, Massu, João Motta, Simão de Jacareí, Narciso, Sebastião Pinto, Lourenço Germano Klein, Vidal Damazio e João Cunha Bueno. Foram estes os primeiros a habitar esta terra.
Jovino Correa de Souza, Francisco Feitosa, Manoel Francisco de Oliveira, Antônio Gonçalves, Messias Gomes Pereira, Daudt Conceição e Manoel Correa Neto chegaram logo depois.
Outro pioneiro de Mundo Novo, foi o colono Sebastião Ferreira da Silva, que ali se instalou a 4 de fevereiro de 1956. Veio de Diamantina, Minas Gerais. Estabeleceu-se numa pequena propriedade, de 2 alqueires na área de Jacareí, perto do lugar para onde viera Bentinho, três anos antes. Dedicou-se à derrubada de matas para outros proprietários que desejavam ampliar os terrenos dedicados às atividades agrícolas ou pastoris. Participou da cultura do café. Havia duas variedades, cujas sementes tinham sido trazidas de São Paulo: Sumatra e Mundo Novo. Esta última prevaleceu, e cuja lavoura caracterizava a região servido de propaganda sobre a fertilidade do solo.
A Colonização do IBRA/NCRA
Houve interesse do governo federal em promover a melhor colonização, com um projeto especial de reforma agrária. Muitos criticaram, contudo, para outros foi boa a participação do governo federal na região.
O IBRA, Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, chegou em 1967, desapropriando a área e dividindo-a em pequenos lotes, que recebiam o nome de parcelas. Estas parcelas foram entregues aos pequenos agricultores, para pagarem a longo prazo. Eles nem sabiam o valor real dos terrenos. Essas famílias vindas de outras regiões do país, receberam muita ajuda do órgão, em todos os sentidos. Foram desapropriados 72.978,83 hectares de terra e divididas em quase 1.500 lotes rurais. A 8 de agosto de 1967, chega em Mundo Novo o primeiro contingente do IBRA. Santo Soares de Oliveira foi o primeiro contratado.
Mudando de IBRA para INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pelo Decreto-lei nº 1.110, de 9 de julho de 1970, este procurou desenvolver aqui um bom trabalho, apesar de algumas distorções, que é natural em qualquer projeto. O INCRA, sem dúvida, trouxe muito progresso para a região. Também a presença do Exército Brasileiro foi um motivo de orgulho. A ele, devemos a abertura da estrada Iguatemi-Porto Cel. Renato. É bom ainda ressaltar a contribuição marcante e decisiva, antes pela Comissão de Faixa de Fronteira, e depois, pelo Conselho de Segurança Nacional, que ofereceu meios para minorar os problemas do município. O apoio direto com recursos para a construção de obras de grande valia para a população.
Com a chegada do INCRA, e com a concretização das providências mais indispensáveis e urgentes, todas as dificuldades desapareceram. Passou a haver maiores e mais fáceis possibilidades de financiamento da produção, com o que se viabilizou a aquisição de maquinaria, sementes e fertilizantes para a lavoura, e de reprodutores e rações para o incremento da pecuária. Realizados os estudos indispensáveis e a demarcação das terras, já em 1969 começaram a ser distribuídas as primeiras parcelas. Em 1970, foram autorizadas as primeiras construções urbanas, e aí se iniciou, de fato, o vertiginoso progresso de Mundo Novo.
A Colonização do IBRA/NCRA
Houve interesse do governo federal em promover a melhor colonização, com um projeto especial de reforma agrária. Muitos criticaram, contudo, para outros foi boa a participação do governo federal na região.
O IBRA, Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, chegou em 1967, desapropriando a área e dividindo-a em pequenos lotes, que recebiam o nome de parcelas. Estas parcelas foram entregues aos pequenos agricultores, para pagarem a longo prazo. Eles nem sabiam o valor real dos terrenos. Essas famílias vindas de outras regiões do país, receberam muita ajuda do órgão, em todos os sentidos. Foram desapropriados 72.978,83 hectares de terra e divididas em quase 1.500 lotes rurais. A 8 de agosto de 1967, chega em Mundo Novo o primeiro contingente do IBRA. Santo Soares de Oliveira foi o primeiro contratado.
Mudando de IBRA para INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pelo Decreto-lei nº 1.110, de 9 de julho de 1970, este procurou desenvolver aqui um bom trabalho, apesar de algumas distorções, que é natural em qualquer projeto. O INCRA, sem dúvida, trouxe muito progresso para a região. Também a presença do Exército Brasileiro foi um motivo de orgulho. A ele, devemos a abertura da estrada Iguatemi-Porto Cel. Renato. É bom ainda ressaltar a contribuição marcante e decisiva, antes pela Comissão de Faixa de Fronteira, e depois, pelo Conselho de Segurança Nacional, que ofereceu meios para minorar os problemas do município. O apoio direto com recursos para a construção de obras de grande valia para a população.
Com a chegada do INCRA, e com a concretização das providências mais indispensáveis e urgentes, todas as dificuldades desapareceram. Passou a haver maiores e mais fáceis possibilidades de financiamento da produção, com o que se viabilizou a aquisição de maquinaria, sementes e fertilizantes para a lavoura, e de reprodutores e rações para o incremento da pecuária. Realizados os estudos indispensáveis e a demarcação das terras, já em 1969 começaram a ser distribuídas as primeiras parcelas. Em 1970, foram autorizadas as primeiras construções urbanas, e aí se iniciou, de fato, o vertiginoso progresso de Mundo Novo.
A Cooperativa de Produção, que se instalou, entrou a facilitar as atividades de todos, tendo-se estimulado e sistematizado o escoamento da produção. Tratava-se da CAMPAI, que logo sucumbiu, pela má gestão, principalmente quando foi administrada por Carmo Bueno, um impostor, que muito contribuiu para o fracasso do projeto cooperatisvista em Mundo Novo.
Depois da construção da estrada de Iguatemi às margens do Rio Paraná, Mundo Novo começou a prosperar. Muito entusiasmo se verificava em sua gente, que também crescia com o lugar. Os agricultores começaram a plantar café, sendo o principal fator econômico de então.
Uma das primeiras construções feitas pelo então IBRA, foi a Escola General Jaul, de Japorã.
A Participação Política
Com a emancipação política de Iguatemi, em 1964, desmembrado de Amambai, Mundo Novo, eleva-se à categoria de distrito, com a instalação do cartório do registro civil, Mundo Novo, como distrito, ganhou muito impulso.
O PROJETO INTREGRADO DE COLONIZAÇÃO DE IGUATEMI fazia o papel administrativo por inteiro, por meio de seus gestores, geralmente militares da reserva. Destacaram-se as figuras dos capitães Fernando Chuchú Monteiro e Olinto marques de Freitas. Muito importante na gestão do INCRA foi o casal Tânia e Dr. Bernardes Martins Lindoso, além do Cel. Clóvis Rodrigues Barbosa, que administrava a partir de Campo Grande, de maneira justa e com regras bem definidas. Cabia a essa equipe a gestão dessa vasta área, com superfície superior a 800 Km2, inteiramente desconhecida e desorganizada, onde tudo ainda, estava por fazer.
Foi preciso, antes de tudo, reconhecer toda a área: visitá-la, senti-la.
Depois da construção da estrada de Iguatemi às margens do Rio Paraná, Mundo Novo começou a prosperar. Muito entusiasmo se verificava em sua gente, que também crescia com o lugar. Os agricultores começaram a plantar café, sendo o principal fator econômico de então.
Uma das primeiras construções feitas pelo então IBRA, foi a Escola General Jaul, de Japorã.
A Participação Política
Com a emancipação política de Iguatemi, em 1964, desmembrado de Amambai, Mundo Novo, eleva-se à categoria de distrito, com a instalação do cartório do registro civil, Mundo Novo, como distrito, ganhou muito impulso.
O PROJETO INTREGRADO DE COLONIZAÇÃO DE IGUATEMI fazia o papel administrativo por inteiro, por meio de seus gestores, geralmente militares da reserva. Destacaram-se as figuras dos capitães Fernando Chuchú Monteiro e Olinto marques de Freitas. Muito importante na gestão do INCRA foi o casal Tânia e Dr. Bernardes Martins Lindoso, além do Cel. Clóvis Rodrigues Barbosa, que administrava a partir de Campo Grande, de maneira justa e com regras bem definidas. Cabia a essa equipe a gestão dessa vasta área, com superfície superior a 800 Km2, inteiramente desconhecida e desorganizada, onde tudo ainda, estava por fazer.
Foi preciso, antes de tudo, reconhecer toda a área: visitá-la, senti-la.
A seguir, procedeu-se a um demorado e fatigante cadastramento de todas as propriedades, e à realização de um censo dos moradores que respectivamente as ocupavam.
Feito isto, foi preciso registrar as confrontações alegadas dos terrenos, identificar os proprietários, recolher e examinar a documentação necessária, conferir nos Cartórios as escrituras e seus registros. A expropriação não se estendeu, de início, a todo território que se iria desapropriar. A princípio, foram desapropriadas 42.000 há. Decretadas as expropriações, cumpria logo, executá-las de maneira geral e simultânea, até chegar-se à imissão de posse. Essas medidas tiveram pronta execução porque, logo em 1968, já estava projetado o parcelamento de uma grande área, respeitando-se, na medida possível, a situação anterior de ocupação devidamente cadastrada. Fez-se a demarcação dos lotes urbanos projetados para Mundo Novo, que seria o Distrito da Sede, e para os outros dois Distritos Jacareí e Japorã.
Tendo o Governo Federal, decidido promover a ocupação efetiva da região meridional do Município de Iguatemi – uma longa faixa de fronteira – o então IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária) se preparou para executar a tarefa. Pela portaria nº 521, de 21 de Dezembro de 1966, foi criado o Distrito de Terras do Sul de Mato Grosso, que se instalou em Campo Grande a 16 de Janeiro de 1967. Menos de dois meses depois, a 7 de Março, foi efetuada a desapropriação de grande parte da área, por meio do Decreto nº 60.316, modificado, no ano seguinte, pelo Decreto nº 63.631, de 10 de Novembro de 1968. Enquanto ia superando as dificuldades naturais de sua instalação em Campo Grande, o Distrito promoveu um concurso local para selecionar pessoal a ser encarregado dos primeiros trabalhos na região a colonizar. Dos 180 candidatos inscritos, foram escolhidos e admitidos os 20 de melhor classificação, aos quais, se ministrou um curso básico para formação de entrevistadores e identificadores. Esse curso os habilitou à execução de atividades de cadastro técnico, com emprego de fotografias aéreas e realização de entrevistas, com registro de dados em questionários adequados. Com a chegada de muitos outros elementos de pessoal e de material vindos do Rio de Janeiro, foi despachado para Mundo Novo, o primeiro contingente de trabalho, que lá chegou a 8 de Agosto de 1967. Até o fim desse ano, foram desenvolvidas as seguintes atividades: identificação da área desapropriada; imissão de posse; cadastragem da situação de ocupação que prevalecia na área; levantamentos topográficos indispensáveis à elaboração da planta do território. Esses últimos trabalhos, se apoiaram no registro aerofotogramétrico da região efetuado pelos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul. Procurou-se proteger toda a área contra a invasão por parte de novos ocupantes. Para isso, foi organizado um Serviço de Segurança, que emitia documento de identidade aos moradores e funcionários, e chegou a montar postos de guarda nas entradas da área. Ainda nesse ano, foram selecionados dez elementos a serem mandados ao Rio de Janeiro, para o fim de freqüentarem um Curso de Formação de Topógrafos. Desse total, regressaram nove cursistas habilitados, que forma admitidos para prestação de serviços na região a ser medida e demarcada. Simultaneamente, mediante convênio assinado com o Ministério da Agricultura, foi acertado um estudo dos solos e dos recursos naturais da região a ser colonizada, a começar pelos terrenos ao sul de Iguatemi, que iriam constituir o futuro Município de Mundo Novo. Durante o ano de 1968, foi projetado o parcelamento da área, com base nos levantamentos efetuados no ano anterior. Procurou-se respeitar, tanto quanto possível, a situação de ocupação que foi encontrada e cadastrada, desde que ficasse respeitado o módulo estabelecido para a região (23 ha). Não foi parcelada uma área de 8.000 há, que ficou destinada a reserva florestal. Os dois centros urbanos – Mundo Novo e Japorã – foram demarcados na mesma ocasião. A demarcação de parcelas e a abertura de estradas vicinais, eram acompanhadas pela construção de casas de moradia para os futuros parceleiros. Ao mesmo tempo, procedia-se, a regularização das documentações de posse, aí envolvidos, proprietários e arrendatários, tendo sido arrolados 428 elementos como futuros parceleiros. Uma comissão, especialmente nomeada, foi incumbida de avaliar as propriedades cadastradas, tendo apresentado um total de 382 laudos. No final de 1968, foi necessário expedir novo Decreto de desapropriação, retificando o primeiro, porque este se referia a terrenos que, nem sempre, era possível identificar. Este segundo Decreto (nº 63.631, de 18 de Novembro de 1968, solucionou todos os problemas do setor. Durante o ano de 1969, prosseguiram os trabalhos de demarcação de parcelas rurais, de lotes urbanos, bem como, os de locação de estradas. No decorrer do mês de Abril, foram selecionados, 224 candidatos às parcelas que já estavam disponíveis. Em junho, foi necessário instituir um Plano de Emergência, para atender os parceleiros que iam sendo assentados, quanto às necessidades do ano agrícola , 1969/1970.
Não foi fácil povoar as parcelas. Foi preciso buscar a colaboração de outros órgãos do Serviço Público, e, mesmo, de empresas colonizadoras particulares.
Cumpria, também, planejar e realizar obras essenciais de infra-estrutura: construir ou financiar moradias, erguer edifícios públicos, cuidar de fornecimento e água potável, instalar as primeiras redes de energia elétrica, prover à continuidade do abastecimento de gêneros de primeira necessidade.
O problema de água potável foi resolvido, em caráter provisório, pela abertura de dois poços artesianos. Deve-se registrar aqui, com ênfase, um outro fato importante. O INCRA assegurou aos parceleiros que se iam instalando, um montante considerável de financiamento, juntamente com outros, originados de fontes diversas.
No período de 1970 a 1973, foi necessário organizar os multiformes trabalhos do Plano de Colonização, segundo uma Metodologia própria, que dividisse as atividades em seções, por seu gênero, ordenando-as e facilitando o desenvolvimento.
A emancipação política aconteceu no dia 13 de maio de 1976. No dia 15 de novembro do mesmo ano, são eleitos os primeiros sete vereadores: Alaide de Sá Bezerra Pereira, Jairo de Lima Alves, Gercino Alves da Rocha, Sebastião Borges de Campos, Anízio José Ribeiro, Cacildo Cândido Pereira e Antônio Gonçalves da Silva. No dia 1 de fevereiro de 1977 foram empossados os eleitos, e Antônio Gonçalves da Silva, que foi o primeiro presidente da Casa-de-Leis, assume a Chefia do Poder Executivo por 17 dias, até que fosse nomeado Walter Pina, o prefeito de fato e de direito.
O começo foi muito difícil, mas Pina realizou uma administração satisfatória.
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