Por que, transcorridos tantos anos, ainda o coração se me sobressalta no peito se o acaso nos coloca pertos um do outro? Por que, mesmo sabendo que você é uma pessoa responsável ao extremo pelo compromisso assumido, contudo a contragosto, de se casar com outro, eu ainda a espero? Não sou eu quem alimenta a chama desse amor impossível. É a chama do próprio amor, a arder em meu peito como um círio em sua centelha insistente, que me clareia e ao mesmo tempo me faz perdido, absorto, atordoado ao pensar que apenas posso cultivar a lembrança de nossos momentos felizes, e que, de repente, sem avaliar o quanto era enraizado o meu sentimento por você, tudo se desfez ao sopro de um ímpeto momentâneo de ciúmes injustificado.
No entanto, isso faz sentir-me diferente a tudo e a todos, porque não conheço caso semelhante de tamanha afeição. Você faz maior a minha própria auto-estima, pela fidelidade espontânea, tem amá-la para sempre, a cada minuto, sem mesmo manter a pressa de que o sonho se realize um dia, e juntos possamos palmilhar o pouco de vida que nos resta...Mas se você é o meu Céu, cada minuto valerá por mil anos, ao concretizar esta esperança que zelosa me acompanha em todos os momentos.
Neste Dia dos Namorados, sinto que o dia é só meu, por merecimento da minha paciência e suave persistência, em nunca desistir de um sonho, mesmo quando ele envelhece e, como o vinho, ainda mais me embriaga em seu capitoso buquê.
Querida, seja feliz! Você sabe, mesmo sem que eu a presenteie com as flores e os chocolates de antigamente, que você persiste sendo sempre a minha doce e eterna namorada.
(Geraldo Generoso, de Ipaussu)
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