sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Poema: Macetes de um Menestrel Cordel de Generoso

MACETES DE UM MENESTREL

Que em versos, estas lições
Levem a muitos corações
Alguns macetes da arte.
Não existe receita pronta,
Mas felizmente se encontra
Trovador em toda parte.

O Primeiro Mandamento
É acreditar no talento
Com que Deus te agraciou.
Nunca enterre o vosso dom,
Pois isto nunca foi bom,
Conforme Cristo falou.

Não deixe a luz escondida
Pois se vieste a esta Vida
Algo tens a oferecer.
Se é assim que Deus te ordena,
Pega humilde a tua pena
Para esse dom exercer.

E na vida, como em tudo,
Nunca te canses do estudo
Que remodela e aprimora.
Não fique só no improviso,
Lembra-te bem deste aviso,
Pra crescer tudo demora.

Se um dia a fama chegar
Não vá te embriagar,
Tudo aqui é passageiro.
Mas se o teu dom é real
Te tornarás imortal
E lido no mundo inteiro.

Podendo, compre uma viola,
Cante versos que consola
A presídios e hospitais.
Faça histórias de cordel,
E quando fores pro céu
Hás de levar poucos ais.

A vida feita com arte
Se engrandece em qualquer parte
Porque brinca até com a dor.
E lá no além que te espera
Onde a Luz Maior impera
Hás de cantar com o Creador.

quinta-feira, 3 de abril de 2003

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ENCONTRO INESPERADO

(Geraldo Peres Generoso – Ipaussu -SP

Certa vez, num fim de ano,
Tive um plano na cachola,
Arrumei a minha trouxa
E botei numa sacola,
A minha tralha era pouca
Mas não faltou a viola.

Por ser um rapaz solteiro,
Pra trás não deixei ninguém,
Eu ia lá pro sertão
Rever meu querido bem,
Às oito horas em ponto
Lá na “Luz” peguei o trem.

Antes de cruzar a porta
Rezei a minha oração,
Que a bisavó me ensinou
Com amor e devoção,
Pois mesmo sem madrugar,
Às vezes se encontra o Cão.

A oração é uma chave
Que abre, dos céus, a porta,
Assim a boa Eduvirges,
Há muitos anos já morta,
Ensinava que uma prece
Todo o mal da vida corta.

E vendo aquela violinha
O povo me perguntava,
Qual era o meu destino
E como eu me chamava:
“O meu nome é João Coletto”
Eu assim os informava.

Meu destino é Timburi
Na Zona Sorocabana,
Nessa terra fui nascido
Na Fazenda dos Vianna,
Vou rever a minha amada:
A cabocla Sebastiana.

Depois de afinado o pinho
No vagão Segunda-classe,
O trem inteiro pedia
Que uma modinha eu cantasse,
Logo veio o bilheteiro
Que me olhando sorrateiro
Inquiriu sobre o meu passe.

A passagem foi pegando
Com bem pouca educação,
Percebi que não gostou
De ouvir a minha canção,
Pois seu rosto se franziu,
Mordeu o cigarro, tossiu
Em estranha contração.

Perguntei ao funcionário
Com habitual cortesia
Se ali como usuário
Ensaiar uma cantoria
Já que todo o lotação
Uma canção me pedia.

Com a natural cara feia
Foi dizendo em ar azedo:
- Já que estão te pedindo,
Umas três modas concedo
Contanto que essa zoeira
Termine o quanto mais cedo.

Isto significava
Um tempo bem limitado,
O povo ouviu a conversa
E ficou inconformado,
O bilheteiro ao sair
Acabou sendo vaiado.

Brevemente ele voltou
E assentou-se a um canto,
Com sua feição amarrada
Mostrava um jeito de espanto,
Ponteando a velha viola
De muitos vi rolar pranto.

Os seus olhos percorriam
Os dedos da minha mão,
Olhando para a viola
Com uma interrogação,
Por ver minha agilidade
No mudar da posição.

Então me disse: - rapaz,
Eu sou um violeiro antigo,
Da viola faço o que quero
Aqui em cima do umbigo,
Sou o rei dos desafios,
E os novatos eu castigo.

Sentia-me satisfeito
Com o povo ao meu redor,
Que me pedia bis
De uma moda em Lá Maior,
Com toda aquela platéia,
É fácil fazer idéia,
Toquei e cantei melhor.

Dali a pouco ele voltou
Com uma viola na mão,
De laços toda enfeitada
Com grande ostentação,
Com fita de toda cor,
Vermelha, verde e marrão.

As fitas pendiam soltas
Como um estranho cometa,
E entre elas se via
Uma fita de cor preta,
Que, segundo a tradição,
Por mera superstição
É dedicada ao capeta.

Chegou pra perto de mim
Com enorme vozeirão,
E disse : - Violeiro fraco,
Vou lhe dar uma lição,
Ponho embaixo do sovaco
A sua melhor canção.

E continuou roncando
O papo enorme e gorducho,
-Da sua viola hoje eu faço
Uma polenta de bucho,
Acabo com a sua lorota
Já no primeiro repuxo.

Respondi à queima roupa:
-Gosto de competição,
Para mim você é sopa
De inferior macarrão,
Eu aceito essa disputa,
Mas quero deixar a luta
Para uma outra ocasião.

Ele deu largo sorriso,
Sua mão ficou inquieta,
E foi logo me dizendo:
- Não tire o nariz da reta,
Pois tu tens que me provar
Que sabe viola tocar
E é de fato um poeta.

Respondi: - estou de viagem,
Eu não fujo da seringa,
Vou indo pra Timburi
Cantar na Festa da Pinga,
Se quiser te espero lá
Para ver se és baguá
E tirar a tua catinga.

Disse ele: - eu sou da hora
Detesto enrolação,
Já afinei minha viola
No sistema cebolão,
Aqui mesmo eu te arrebento
Tua viola vira um vento
Na boca deste “canhão”!

Ele era feio de sobra,
Caro leitor acredite,
Para fazer qualquer “cobra!
Perder a sede e o apetite,
Mas tenho fé na memória
Que não sofreu meningite.

Eu disse: - Tu és um peixe
Do anzol vou puxar a linha,
Depois não diga “me deixe”
Nem queira fugir da rinha,
Risquei a minha viola
Afinada em “cebolinha”.

Naquele vagão lotado
O povo se espremia,
O floreio do ponteado
Era só o que se ouvia,
E aquele som repicado
Até a voz do trem cobria.

Ele ficou espantado
Ao ouvir a rabequinha
Tinir tão alto em meus dedos
Ao ranger da palhetinha,
Ele arrancou a cartola
Tirou as mãos da viola
E alisou a carapinha.

O desafio começou
Em tom até amistoso,
Mas o tal não escondia
Estar bastante nervoso,
O seu rosto parecia,
Cruz credo, Ave Maria,
Ter as feições do Tinhoso.

D E S A F I O

João Coletto: Eu não sei qual é o teu nome,
Nem estou interessado,
Mas pelo que me parece,
Nem sequer foi batizado,
Nunca vi ninguém mais feio
Antes de ter te avistado.

Zé Mota : Sou chamado de Zé Mota
Hás de pagar alto preço.
Tomaste a mão pelos pés
Eu também não te conheço;
Não quero saber quem és,
Nem quero teu endereço.

Coletto: Meu endereço não dou,
Pra marmanjo como tu,
A minha casa é o mundo,
Cujo teto é o céu azul,
Mas sei que é ao matadouro
Que rodeia o urubu.

Mota : Urubu é o rei dos ares,
De ninguém vigia o sono;
Como carne todo dia
E não os restos do dono,
És um cachorro sarnento
Ao relento no abandono.

Coletto: Não insulte a bela ave
Em te comparar a ela,
A tua feição espanta
Até mesmo sobre tela,
O teu canto é um crocitar
De mau agouro à janela.

Ele estava convencido
Que ia me derrotar,
Foi então logo dizendo:
“Eu quero mesmo é apostar,
Mas nem dinheiro pra esmola
Tens aí em teu piquá.”

Respondi-lhe no repente:
“- Aposto qualquer quantia,
E se vivo humildemente
Não é por economia;
Se perder pago contente
E disso dou garantia !.”

Mota: Não fique só nessa prosa,
Que prá mim é safadeza,
Abra logo essa sacola,
Bote o dinheiro na mesa,
Ou então não se acanhe
De expor sua miudeza.

Coletto: Aqui está o dinheiro
Que trago nesta viagem,
É o fruto do meu trabalho,
Não, de rolo, ou agiotagem,
Aqui estou com um milhão,
Pode fazer a contagem.

Ficou um tanto sem graça,
Mostrou desapontamento,
Arrancou do bolso um maço,
Contando só deu quinhentos,
O povo que assistia
Vaiou-o nesse momento.

Mota: A aposta é de um milhão?
Tenho aqui quinhentos mil,
Do restante faço um cheque
Ouro, Banco do Brasil,
Tenho certeza que voltas
Com o teu piquá vazio.

Coletto: És nada mais que um papudo,
Pouco toca nada canta,
Deixe de contar vantagem
E roncar essa garganta,
Tu és somente um terror
Em hora de almoço e janta.

Mota : Eu como bem no jantar,
Melhor ainda no almoço,
Como igual um lobisomem,
Tenho estômago de moço;
E se você pouco come
É por ter vazio o bolso?

João Coletto: Pondo o dinheiro na mesa,
Já lhe provei o contrário,
Garanto minha despesa
Com o meu próprio salário,
Eu não sei o que é dever,
Nem empréstimo bancário.

Mota : Encontraste neste trem
Tua mais dura derrota,
Tenho certeza que estás
Perdido na tua rota,
Pois inteiro, tu nás dás
A metade de um Zé Mota.

Quinhentos mil era a aposta,
O cheque não aceitei,
Peguei então o excedente
E no embornal guardei,
Tomando então da viola
Novamente a afinei.

Mota: João Coleto, o desafio
Prá você levou à breca,
Está tremendo de medo
No braço de tua rebeca,
Garanto até que sujou
Sua esfarrapada cueca.

João Coletto: Isto é apelação
De derrotado que abusa,
Depois de hoje o derrotar
Te mando embora sem blusa
Pois pelo que me parece
Nem cueca você usa.

O povo então bateu palmas
Numa grande ovação,
Zé Mota ficou furioso,
Arroxeou de feição,
Deu um pulo para a esquerda
E partiu para a agressão.

Porque era de mais idade
Da luta eu quis poupá-lo,
Mas ele veio com tudo
Avançando como um galo,
Apliquei-lhe um piparote
E então fiz por afastá-lo.

O velho deu um pinote,
Vindo em minha direção,
No que aparei-lhe o bote
Devolvi-lhe um safanão,
Apliquei-lhe um piparote
E ele estalou no chão.

Sendo, pois, de mais idade,
Confesso, até quis poupá-lo,
Mas por questão de hombridade,
Tive, afinal, que enfrentá-lo,
Rebati com habilidade
O seu coice de cavalo.

A encrenca estava formada
E não havia outro jeito;
Abri a camisa listrada,
Zé Mota fez um trejeito
Quando uma cruz pendurada
Ele avistou no meu peito.

Levantou-se, à mostra o rabo
Avantajado e peludo
Fez-me ver que era o Diabo
Aquele ser carrancudo
Mas diante da cruz bendita
Quedou-se paralisado.

Deu um estouro e sumiu,
O trem ficou infestado
Com forte cheiro de enxofre
E odor de chifre queimado,
O vagão ficou vazio
E o povo foi dispersado.

Risquei na viola um ponteio
Que aprendi quando rapaz,
Na Fazenda Santa Rosa,
Com o Aparecido Vaz,
E enfim vi vitoriosa
A luta com Satanás.

Com protesto dos presentes,
Guardei a velha violinha,
Arrumei a minha mala
E outros pertences que tinha,
Despedi-me do pessoal
E rumei para a terrinha.

Nunca mais viajei de trem,
Mas da viola não deixo,
Embora naquele duelo
Eu senti tremer o queixo,
O Senhor foi o meu Guia
Do início ao desfecho.

Voltei para a minha terra,
O lugar em que nasci,
Não há nem longe nem perto
Um lugar igual aqui,
Este paraíso aberto
Que se chama TIMBURI.

Tem matas verdes e o rio,
Sem poluição a rodar
Por serras durante o estio,
Sem chuva nunca faltar,
Terra de gente de brio
Que faz desta terra um lar.

É um orgulho ter nascido
Em terra tão dadivosa,
Lugar de hospitalidade,
Do que espinho, tem mais rosa,
Terra que nos traz saudade
Cantada em verso e prosa.

E se poeta não sou,
Prá levar a esta Nação
O nome de Timburi
Em verso ou numa canção,
Desculpas não posso ter
Na falta de inspiração.

Sou nesta terra nascido,
Aqui a infância passei,
Tudo foi-me oferecido
Prá ser um poeta de lei,
De todos é o mais querido
Chão que no mundo pisei.

(GERALDO PERES GENEROSO)

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O BERRANTE E A BUZINA

Letra de Geraldo Peres Generoso
Melodia de VALDOMIRO MOSCATELLI
Sonoplastia: Vitório Paiva Maistro

Pendurei a minha espora
Lá no alto do esteio,
Silenciou minha viola,
Hoje já não mais ponteio;
A boiada já não existe,
Restou neste rancho triste,
Meu velho laço e o arreio.

Fui boiadeiro feliz
À cavalo viajando;
Quem me viu hoje não diz
O que fiz em outros anos;
Agora velho e cansado,
Meu cavalo aposentado
E o cabelo branquejando.

Já tive gosto na vida,
Mas não lamento esta sorte;
Continuando minha lida
No Brasil de sul a norte
Meu filho está na estrada
Com a jamanta carregada
Leva os bois de leite e corte.

Com sua enorme carreta
Que Deus o proteja, eu peço,
Na Imigrantes ou Anchieta,
Deixa rastros de progresso,
Santos ou Paranaguá
No volante, ele é baguá,
Continuando o meu sucesso.

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ZÉ TOCO, O REI DO LAÇO


(Geraldo Generoso)

Ao leitor peço licença
E às Musas, inspiração
Para falar com imensa
Saudade e dedicação
Sobre a vida de um caboclo,
Apelidado “Zé Toco”,
Um boiadeiro campeão.

Na lida desde criança,
Sempre foi bom no pialo,
Até onde a vista alcança
Ele alcançou com o cavalo,
Chegou até a ser eleito
Para o cargo de prefeito
De Ipaussu que soube amá-lo.

Homem de mãos calejadas,
Da luta não teve medo,
Rasgando as madrugadas
Da vida tinha o segredo:
Para vencer é preciso
Muita luta, muito juízo,
Dormir tarde e pular cedo.

Foi ele um sábio do povo,
E sempre tinha um ditado:
“Tem que se quebrar o ovo
Para depois ser fritado”.
Sempre dizia: “Afinal,
O risco que corre o pau
Corre também o machado”.

Sua família era modesta.
Fez-se na lida campeira,
De índole sempre honesta,
José Xavier de Oliveira.
Porém sempre admirado
É imortal no passado
Por esta cidade inteira.

É de Ipaussu um filho
E trabalha como um touro
Mas nunca atraiu-lhe o brilho
Do luxo que traz o ouro.
Com seu trabalho incessante
Foi no labor um gigante
Que na lida deixa o couro.

Zé Toco já tirou muitos
Bois ferozes arribados,
Onde outros, em defuntos
Foram então transformados.
Mas ele com o seu taco
Já domou burro velhaco
E até touro endiabrado.

Certa vez numa fazenda
Chamada de Himalaia
- Contar mais parece lenda –
Um boi da raça Malaia
Tinha pegado bicheira,
Se embrenhou na capoeira
E lá ficou de atalaia.

Zé Toco com dó do bicho,
Por amor à criação,
Se embrenhou no carrapicho
Em busca do “Assombração”;
Era um boi muito feroz,
Guampas afiadas, veloz,
Punha medo até no Cão.

Zé Toco no seu cavalo,
Que chamava “Furacão”,
Cortou uma mata e um valo,
Jogou o laço de tirão,
O “cipó” arrebentou
E Zé Toco se obrigou
A pegar o boi a mão.

O touro era valente
E aprontou um pampeiro,
Zé Toco chamou “Tenente”,
O seu cachorro campeiro:
Derrubou o boi no chão
E curou o “Assombração”
À sombra de um angiqueiro.

Para contar as façanhas
Do boiadeiro Zé Toco,
Mesmo fazendo montanhas
De papéis, seria pouco.
Não há outro aqui por roda,
Zé Toco até virou moda
De Tonico e Tinoco.

Nosso herói em outra passagem
Pras bandas de Conceição,
Com a boiada em viagem
Por velha estrada de chão,
Ele cavalgava um potro
Que igual não havia outro
Em toda a nossa região.

Eis que o gado estourou
Bem na volta do estradão.
Tudo porque se assustou
Com uma festa de São João
Do velho Herculano Viana
Lá na Fazenda Santana
Que ocorria na ocasião.

Cavalgando o pangaré
Que chamava “Rubicão”,
Zé Toco com João Sapé
Fez do gado a reunião,
Mas depois de conferir
Faltou um boizinho girl
Escondido num grotão.

Lá bem defronte do valo
Havia uma figueira,
Noite da cor do cavalo,
Não se via eira nem beira;
O boi estava atolado
E um pouco machucado
Em bovina choradeira.

Zé Toco ordenou, então,
Para João Sapé fazer
Uma fogueira no chão
Para ser possível ver
O boi e jogar o laço
E aí num segundo passo
Para cima o boi trazer.

João Sapé não entendeu
E disse - Pouco refresca.
Zé Toco então respondeu
- Traga da tralha de pesca
Nossa grande carretilha
E lá daquela forquilha
Eu puxo o boi pela testa.

Depois que o fogo acendeu
Iluminou toda grota,
O boizinho apareceu
Por detrás de uma moita,
Zé Toco com o clarão,
Vendo o boi na direção,
Afirmou o pé na bota!

Já na primeira laçada
Acertou, foi um colosso,
Mas isso não adiantou nada
Com a laçada no pescoço.
A grota era muito funda,
Tinha uma catinga imunda
E mais parecia um poço.

Se puxasse o bovino
Pelo pescoço esfolado
Seria um desatino
E ao boi teria matado.
Pois com o laço no pescoço,
Restaria só destroço,
O boi seria enforcado.

João Sapé aconselhava
- Deixa isso, já amanhece.
Mas o Zé Toco teimava,
João Sapé dizia “esquece”.
Nervoso cocava as caspas
Até que enfim pelas aspas
O boi foi laçado em esse.

Pegou a ponta do laço,
Doze braças, seis rodilhas
E com a força do braço
Empunhou a carretilha,
Içou o boi pelo chifre
E enfim trouxe o patife
Para junto da família.

João Sapé admirado
Disse: Zé, você é o Cão,
Esse boi no alagado
Já não tinha salvação.
Não é a toa que de você,
Seu sempre ouvi dizer,
Dos vaqueiros é o campeão.

Aqui uma outra passagem
Vai contada por ribão:
De uma certa viagem
Com destino ao sertão.
A maior façanha foi
Zé Toco laçar um boi
A bordo de um avião.

Passou em galope sua vida
Nas patas do seu cavalo,
Sua morte foi sentida
Em Ipaussu causou abalo.
É um exemplo de coragem
Por isto esta homenagem
É mais do que merecida.

(GERALDO PERES GENEROSO)

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