A Momentânea Glória do Homem
Muitos homens buscam a glória, esquecendo-se que ela pode ser passageira. Ao longo da história da Humanidade, esta verdade pode ser constatada por tantos quanto procuram nos registros os grandes feitos de homens ilustres, tanto no campo da política, quanto nas letras e na literatura.
Alguns desses agentes da história foram grandes pensadores e benfeitores, que deixaram um legado à posteridade, sendo ainda lembrados pela geração de nossos dias. Outros eram soberbos e nem imaginavam que aqui todas as coisas passam depressa e o que realizaram serviu apenas para a sua própria destruição. Desnecessário é citar nomes, seja de homens frustrados ou mesmo de vitoriosos, mas o certo é que eles viveram em diferentes épocas, plantando o bem ou o mal. No entanto, os agentes do mal não percebiam que a semente plantada poderia germinar, dando bons ou maus frutos.
O assunto aqui se refere à passageira glória do homem, e como tal, algumas alusões são oportunas, entre nós, que vivemos numa pequena comunidade, onde alguns homens tiveram também o seu apogeu, o seu tempo de glória.
Durante comemoração de aniversário de cidades, é possível exercitarmos a memória, focalizando agentes públicos de épocas ligeiramente distantes. Quem era e deixou de ser. Que é, mas que em breve deixará de ser. Cada um deles, em seu tempo, era honrado na condição em que se encontrava.
Falando em termos de região, alguns fatos podem ser rememorados, cuja lembrança serve apenas para levar o leitor a uma reflexão sobre o que é realmente a glória do homem.
Numa agência bancária em Naviraí, a presença de João Cardoso, o primeiro prefeito da cidade. Estava ali na fila, postando-se com humildade, e ninguém mais imaginava que ele administrou uma cidade, que hoje é considerada a mais importante do Cone Sul. Sugeri a ele que deixasse a fila e que na qualidade de sexagenário seria prontamente atendido no caixa. Ele simplesmente recusou, dizendo que preferia permanecer na fila. Quem sabe, se fosse o atual prefeito, como qualquer outro mandatário ou agente político, isso não aconteceria. João Cardoso, a essa altura, já não era mais detentor da ilusória e momentânea glória do homem.
Muitos outros exemplos podem ser citados, para ilustrar o tema em pauta. Santos Tomazelli era um homem honrado e digno gestor na Cidade de Itaquiraí. Ele também viveu o seu tempo de glória, perdendo-o na fatídica noite de 31 de janeiro de 1996. Quem não se lembra dos tempos de Antônio Carrocine, Manoel Gomes da Silva, Pedro Balan e Mara Caseiro. Dois deles já descansam no sono eterno, enquanto os outros citados ainda se recordam da glória vivida em Eldorado. Luiz Nogueira, em Iguatemi; Luiz Bezerra, em Japorã, e tantos outros. Em Guaíra, poucos se lembram dos tempos gloriosos do prefeito Kurt Walter Hasper. Depois, outros o sucederam. Fabian Vendrúscolo, ainda jovem, administrou como se fosse eterno no poder. Frustrou-se, e a comunidade também ficou frustrada, tendo que trazer de volta o caudilho Manoel Kuba.
Mundo Novo também tem a sua história permeada de bons e maus gestores, que no exercício do poder tinham em mente que seriam eternizados. Muitos “quebraram a cara”, deixando manchas na história da cidade. Nem todos, é lógico. Augusto Guedes não foi um mau gestor, mas a arrogância e a prepotência fizeram-no sucumbir de forma desastrosa. Infelizmente deixou uma imagem negativa, apesar de ter conquistado importantes divisas para o Município em sua época. Recentemente, algumas lideranças novas começaram a surgir, como um alento para a sociedade, mas durou muito pouco, também pela falta de humildade. Vanderlei Bispo quase se elegeu deputado, mas estava ainda verde. Tentou outras vezes, e sem sucesso, preferiu se omitir de uma vez por todas das disputas eleitorais. Fazia investimentos estrondosos por uma causa, sendo muitas vezes questionado pelas pessoas mais astutas. A Festa das Nações de Mundo Novo, pelo menos em suas últimas edições, sempre contou com o seu generoso patrocínio. E ninguém mais se lembra de Vanderlei Bispo de Oliveira. Agora, o nome alardeado, com ênfase em grupos musicais e desportistas, é o de Euclides Medeiros, que ninguém sabe até onde pode chegar essa glória, com tantos galanteios.
Os grandes impérios do mundo um dia ruíram, porque os seus detentores se imaginavam muito fortes, e se esqueciam da verdadeira Glória de Deus. Onde foram parar os impérios Bizantino, Otomano, Persa, Romano,e tantos outros poderosos? Alguns ainda se lembram de pequenos impérios, aqui mesmo em nosso Estado: Marcelo Miranda, Wilson Martins e o poderoso Pedro Pedrossian. Fora da mídia e do poder, como vivem?
Existem, sim, alguns impérios por aí, de toda espécie, tanto nos meios políticos, como também entre os religiosos e empresáriais. Se não tiverem o devido cuidado, esses impérios não vão durar muito tempo. Onde estão César Augusto, Carlos Magno e Nero? Com a bravura e a determinação do Imperador Napoleão Bonaparte, o que sobrou na Europa de seu tempo? Cadê Adolf Hitler e Benito Mussolini? Mas a obra dos bons ainda são lembradas e como um verdadeiro legado, passam de geração em geração. Moisés, Buda e Jesus; Leonardo Da Vinci, René Descartes e Gandhi; H. Spencer Lewis, Albert Einstein e Juscelino Kubitschek. Estes e outros líderes, deixaram-nos exemplos de vida e de realização.
Então, o que faremos nós, para que possamos ser lembrados depois de nossa transição? A nossa passagem por este “sistema de coisas” servirá para a nossa a glória apenas ou para que a Glória Divina se manifeste através de nós e de nossas ações?
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