Antigos Proprietários Rurais aguardam
Decisão do Incra para Indenização
Bem antes da desapropriação de terras pelo Ibra-Incra em Mundo Novo, dezenas de famílias possuíam áreas de terra, adquiridas de terceiros ou mesmo do colonizador Oscar Zandavalli. O processo de povoamento teve início em 1953 com a família de João Germini Filho. A partir daí, o lugar que era conhecido por Rancho Bonito ou Tauí-Porã começou a se desenvolver com a chegada de inúmeras famílias do interior de São Paulo e de outros lugares.
No ano de 1967 o Instituto de Colonização (IBRA) desapropriou toda a área, promovendo a distribuição e redistribuição de pequenos lotes rurais aos agricultores que já moravam aqui, e a outros que vieram de longínquas terras para desenvolver a atividade agrícola. As famílias que possuíam terra tiveram que se submeter à decisão do Governo Federal cedendo espaço para a proposta de reforma agrária na região.
Os proprietários rurais que fizeram parte do “pacote” e assim, perderam as suas terras. Muitos deles, como recompensa receberam uma nova área do Incra para a exploração agropastoril. O processo é complexo diante de tantos emaranhados, mas as autoridades do setor nem lembravam mais do fato que deixou muita gente insatisfeita com a medida. O motivo: perderam as terras que eram deles sem a devida indenização. Os que receberam uma nova área, tiveram que arcar com o devido pagamento, de acordo com programão do Incra.
Sentindo-se prejudicados, os antigos proprietários “ajuizaram” ação indenizatória por meio de advogados de reconhecida idoneidade. Com o tempo, o processo teve desdobramento, sendo que os constantes da lista inicial não lograram êxito; os demais, em menor número, receberam indenização relativamente satisfatória. Os demais, que representam a maioria, estão ainda nos dias de hoje esperando que o processo indenizatório tenha um final feliz. Um desses agricultores rurais, é Sebastião da Silva, com 89 anos de idade, casado com a dona Elzita e pai de 7 filhos. Ele tinha 30 alqueires, que foram desapropriados. Recebeu 10 alqueires, onde reside até hoje. Lamenta o ocorrido, pois ele é um dos que ficaram no prejuízo com a reforma agrária praticada em Mundo Novo. “Tião” tem o nome na lista dos que constituíram o advogado Walfrido Rodrigues, e que ainda está sem um parecer jurídico que possa deixar os antigos proprietários mais esperançosos sobre o caso. Alguns, como o saudoso Manoel Francisco de Oliveira, têm empreendido viagem a Campo Grande para tratar do assunto, mas nunca obtiveram sucesso na empreitada, enquanto páiram algumas suspeitas contra o causídico no encaminhamento da questão perante os tribunais.
O que os agricultores querem, na verdade, é que o Incra saia do marasmo em que se encontra, e possa, na Justiça atender aos reclamos destas famílias desbravadoras, que nos tempos mais difíceis, adentraram as nossas matas com o sonho de aqui construir a sua felicidade, porque acreditavam no progresso da região, independentemente da ação colonizadora do Ibra-Incra.
Um comentário:
olá.. parabéns pela matéria.. Oscar Zandavalli, é meu avô. Gostaria por curiosidade/pela memória de saber mais sobre a história dele, teria alguma informação a mais? ou a quem eu pudesse procurar? Obrigada. Um abraço. Nathalia Zandavalli
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