segunda-feira, 26 de março de 2012

Mensagem a Garcia

Mensagem a Garcia

(...) Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava aos americanos era comunicar–se, rapidamente, com o chefe dos revoltosos – chamado Garcia – que se encontrava em uma fortaleza desconhecida, no interior do sertão cubano. Era impossível um entendimento com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente precisava de sua colaboração, e isso o quanto antes. Que fazer? Alguém lembrou:

Há um homem chamado Rowan... e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, esta pessoa é Rowan.

Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá–la a Garcia. Não vêm ao caso narrar aqui como esse homem tomou a carta, guardou–a num invólucro impermeável, amarrou a ao peito e, após quatro dias, saltou de um pequeno barco, alta noite, nas costas de Cuba; ou como se embrenhou no sertão para, depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um país hostil, e entregue a carta a Garcia.

O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan uma carta destinada a Garcia; Rowan tomou–a e nem sequer perguntou:

Onde é que ele está?

Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze e sua estátua colocada em cada escola. Não é só de sabedoria que a juventude precisa... Nem de instruções sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras para poder mostrar–se altiva no exercício de um cargo; para atuar com diligência; para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.

O General Garcia já não é deste mundo, mas há outros Garcias. A nenhum homem que se tenha empenhado em levar adiante uma tarefa em que a ajuda de muitos se torne precisa tem sido poupados momentos de verdadeiro desespero ante a passividade de grande número de pessoas, ante a inabilidade ou falta de disposição de concentrar a mente numa determinada tarefa... e fazê–la. A regra geral é: assistência regular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho malfeito. (...)

Todas as minhas simpatias pertencem ao homem que trabalha, fazendo o que deve ser feito, melhorando o que pode ser melhorado, ajudando sem exigir ajuda. É o homem que, ao lhe ser confiada uma carta para Garcia, toma a missiva e, sem a intenção de jogá–la na primeira sarjeta, entrega–a ao destinatário. Esse homem nunca ficará “encostado”, nem pedirá que lhe façam favores. A civilização busca ansiosamente, insistentemente, homens nessa condição. Tudo que tal homem pedir, se lhe há de conceder. Precisa–se dele em cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso:

PRECISA–SE – E PRECISA–SE COM URGÊNCIA – DE UM HOMEM CAPAZ DE LEVAR UMA MENSAGEM A GARCIA.

Fonte: Elbert Hubbard, fevereiro de 1899

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