domingo, 23 de maio de 2010

Artigo: O Valor da Solidariedade - A/0836

O Valor da Solidariedade

A solidariedade humana tem muito a ver com uma atitude caritativa para com os mais necessitados, principalmente com aqueles que estão mais próximos de nós. Há quem defende a ideia de que numa sociedade ideal a caridade não faz sentido, pois a pessoa que recebe o benefício, pode até se sentir ofendida em ser objeto dessa caridade. Mas neste mundo real, especialmente na África e na América Latina, a perversidade do modelo sócio-econômico que se estabeleceu ao longo dos séculos e que ainda vigora, faz com que o sofrimento de muitas pessoas lhes destitua de qualquer orgulho. A solidariedade e a compaixão não são fraquezas do cristianismo, como pretende o filósofo Nietzsche. São características humanas, encontradas em todas as culturas e, inclusive, entre os pseudo-ateus. Mas o ato caritativo de ajudar o outro em dificuldade, para ser eticamente aceitável, tem que ter duas características: discrição e comprometimento. Isto é, não ser alardeado e nem se ater a um mero descarte do supérfluo. Essa prática tem tudo a ver com tudo aquilo de que se toma conhecimento. É gratificante quando podemos nos envolver com responsabilidade dos atos solidários, para que com a nossa ação a verdadeira solidariedade aconteça para melhorar as condições de vida de quem realmente esteja configurado como menos favorecido pela sorte. A solidariedade nunca deveria ser feita através da comiseração ou auto-compaixão. A solidariedade consciente é o melhor caminho, para que as pessoas não se sintam diminuídas ao ser abordadas por nós. Para exercer a caridade ou compaixão pelos necessitados, é preciso que tenhamos sensibilidade, avaliando a condição de quem esteja recebendo a dádiva. Sem jamais esperar recompensa, procuremos fazer o bem às pessoas realmente necessitadas, mas antes é necessário que se faça uma triagem, para se evitar o ridículo. Antes de oferecer algo a uma pessoa ou família carente, seria bom saber se aquilo que oferecemos é realmente útil para ela. Assim, não correremos o risco de estarmos humilhando quem quer que seja, e nos expondo ao ridículo. Alguma coisa que para nós não serve mais, pode ser de utilidade para alguém. Mas não é de bom alvitre oferecermos ao nosso próximo um bem que para nada serve, a não ser para ficarmos livres dele. Até para se praticar a caridade, é preciso ter cuidado, para não humilhar as pessoas. Faça-o porque é a coisa certa a ser feita, O bem é um valor imenso, independente da recompensa. Se todos fizerem o bem, certamente o mundo será um lugar melhor para se viver. Para finalizar, reflitamos sobre a ordem expressa do Mestre, quando diz: “... que a mão esquerda não veja o que faz a direita.”

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