um lapso de Pedro Pedrossian
O Relato é do Rev. Vivaldo Melo, da Igreja Presbiteriana de Aquidauana. Ele comenta a gafe cometida pelo ex-governador Pedro Pedrossian no livro O Pescador de Sonhos e reafirma que a Universidade Mackenzie é Presbiteriana e não Batista, como teria escrito o ex-aluno da Instituição de São Paulo.
Com algumas adaptações, assim escreve o Pastor Presbiteriano: “Sempre fui um apaixonado por história. Quando aventurei-me a professor, chegando a ganhar dos alunos o premio carinhoso de "Professor do Ano", muitas vezes me indignava com uma observação comum: "prá que estudar essas coisas do passado?". De pronto rebatia, observando que o estudo da história é importante porque, entre outras coisas, lança luz sobre o presente e o futuro. Gosto tanto de história que não perco a oportunidade de ler inclusive textos que tratam de regionalismos e os de memórias. Foi por conta deste "gosto" que comecei a ler "o pescador de sonhos", o Livro de Pedro Pedrossian.
Sempre conheci pessoas apaixonadas pelo autor. Meu saudoso pai era um deles. Mas, conheço muitos que guardam péssimas lembranças deste administrador, cujo nome já está inserido na história do Estado, queiramos ou não. Numa rápida análise, isto se deve a dois fatores: se por um lado, foi um grande tocador de obras, um visionário, sendo até alcunhado por alguns de "Pedro Placa", por outro descuidou-se dos direitos elementares dos trabalhadores. Difícil, por exemplo, um professor que tenha boas lembranças de seus governos.
No livro de suas memórias fica patente o seu amor a Miranda. Com detalhes cuidadosos, ele desnuda a vida da pequena cidade e mexe com as emoções de muita gente, pois ela refletia na verdade o cotidiano da maioria das comunidades nos tempos de antigos. Sem TV, internet e outros recursos usuais em nossos dias, a interatividade entre as pessoas era bem maior. Os mais velhos gostam de observar que, por isto, se vivia melhor naqueles tempos.
À medida em que vai nomeando os personagens de um tempo já distante, Pedro Pedrossian fala do "seu" Raul, que tinha influência sobre o seu pai, João Pedro, nascido em Mardin, na Armênia, Território do Cáucaso, fronteira com a Turquia e Rússia. Raul teria recomendado que após o ginásio, Pedrossian deveria estudar no Mackenzie, indiscutivelmente a melhor escola de São Paulo, observa o autor, o que acabou acontecendo.
Ao relatar sua experiência de Mackenzie, que define como "uma escola democrática, aberta, que discutia as questões universais", o autor comete um lapso que para muitos passa batido. Parece um dado comum, a priori. Refere-se ao Mackenzie como uma instituição dos “Batistas norte-americanos”. Um presbiteriano zeloso que lê esse trecho certamente arrepia. Não pelo fato do Mackenzie, que iniciou suas atividades há mais de 140 anos, ser uma Instituição Presbiteriana, mas acima de tudo, por ter uma história que se mistura com a própria história de São Paulo e do País.
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