Rio Guaíba
No período da glaciação o nível do mar se encontrava há mais de vinte metros abaixo do nível atual e, consequentemente, o Guaíba depois de percorrer seu sinuoso trajeto se espremia no canal de setecentos metros de largura entre a ponta da Fortaleza e a bela Ilha do Junco para depois se lançar para a planície costeira, ainda não existia a Laguna dos Patos. No final da glaciação o nível das águas se elevaram alterando a geografia e, portanto, o nome dos acidentes naturais. As profundidades dos corpos d’água diminuíram significativamente, em decorrência do assoreamento fruto dos sedimentos levados pelos seus afluentes. Apenas o canal da Ilha do Junco parece ter conservado sua profundidade original graças à velocidade da correnteza pela garganta estreita e rochosa que impede que os sedimentos se depositem.
O nome do gaúcho caudal tem origem indígena, “gua” significa grande, “i” - água ou rio e “ba” – lugar ou seja “lugar onde o rio se alarga”. Suas águas ocupam uma área de quase quinhentos quilômetros quadrados que se estendem por 50 quilômetros, e uma largura que varia de quase 1 até formidáveis 19 quilômetros entre a Vila de Itapoã e a foz. O assoreamento contínuo o deixou com uma profundidade média de três metros e um canal de navegação entre quatro e seis metros, e na altura da Ilha do Junco, segundo alguns pesquisadores, em torno dos cinquenta metros.
Durante toda a sua existência foi considerado Rio, mas há pouco mais de vinte anos, depois de um polêmico estudo feito por técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de universidades norte-americanas, foi classificado como Lago. Mais uma vez observamos omissos e calados o interesse imobiliário procurando se sobrepor, de qualquer maneira e qualquer custo, através de artifícios legais, às questões ambientais. Definido como Lago, e não Rio, diversas medidas protetoras e restrições em relação à ocupação criminosa de suas margens estariam liberadas.
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