domingo, 2 de maio de 2010

Personalidade: Guillaume Apollinaire - 0198

Wilhelm Apollinaris de Kostrowitzki,
o Guillaume Apollinaire
Poeta e crítico italiano - (1880 - 1918)

Poeta e crítico italiano nascido em Roma, considerado o mais original, profundo e versátil dos renovadores da poesia francesa no primeiro quartel do século XX, foi o criador do orfismo (1912), movimento de dissidência do cubismo, segundo o qual os valores luminosos devem constituir a estrutura dinâmica do quadro, o que só se conseguiria a partir do contraste simultâneo, visando à criação de uma pintura pura, no seu próprio dizer. Filho de mãe polonesa e pai italiano, foi levado ainda criança, para a Côte d'Azur e depois para Paris, onde estudou e morou (1900-1918). Inicialmente traduziu obras libertinas e escreveu textos pornográficos, até que publicou seu primeiro livro L'Enchanteur pourissant (1909) e seu primeiro livro de poesia, Le Béstiaire ou Cortège d'Orphée (1911). Neste período tornou-se amigo de poetas como Max Jacob e de pintores como Pablo Picasso e Georges Braque, participando ativamente de suas discussões e formulações de vanguarda. Tornou-se o crítico de arte mais destacado na luta pela imposição do cubismo, cuja estética defenderia em dois textos, ambos de Méditations esthétiques. Les Peintres cubistes (1913) e L'Antitradition futuriste (1913). Acusado de pertencer a um grupo que teria roubado algumas estatuetas do Museu do Louvre, foi preso (1913), e de sua experiência no cárcere nasceu sua obra-prima, Alcools (1913), um livro de poemas. Naturalizou-se francês (1914) adotando o nome Guillaume Apollinaire, e engajou-se como voluntário na primeira guerra mundial. Ferido gravemente na cabeça (1916), durante a convalescência não parou de escrever. São dessa época os famosos Calligrammes (1918), onde traçou as linhas mestras do concretismo, movimento que surgiria décadas depois, e Les Mamelles de Tirésias (1918), onde cunhou o termo surrealista, como definição para uma nova poética dentro de uma nova desordem. Apontado como um legítimo precursor de todos os movimentos vanguardistas surgidos nas décadas que se seguiram, grande parte de sua obra só viria a ser publicada após a morte, ocorrida em Paris, em 9 de novembro (1918), vitimado pela gripe espanhola. Embora conhecido como homem de várias musas inspiradoras, casou-se apenas uma vez (1917), com Jacqueline Kolb, a jolie rousse do último poema de Calligrammes, tendo como padrinho seu amigo Picasso.

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