A Religião é um processo racional desenvolvido entre o Homem e os poderes por ele considerados sobre humanos, no qual se estabelece uma dependência ou uma relação de dependência. Essa relação se expressa através de emoções como confiança e medo, através de conceitos como morais e ética, e finalmente através de ações (cultos ou atividades pré - estabelecidas, ritos ou reuniões solenes e festividades). A Religião é a expressão de que a consciência humana registra a sua relação com o inefável, demonstrando a sua convicção nos poderes que lhes são transcendentes. Esta transcendência é tão forte, que povoa a cultura humana. Embora seja bastante controverso, o termo religião pode ser interpretado, do latim, re (novamente) + ligare (se ligar) como uma forma de unir a relação entre o homem e Deus, tornando a religião, essencialmente, culto de um para outro. É de bom alvitre que frisemos que as principais religiões do mundo contemporâneo tiveram suas origens na Idade Antiga, baseadas quase que toda vez, no folclore local. Por isso, abordaremos um rápido resumo dos principais povos:os Indo-Europeus, que há cerca de quatro mil anos começaram a migrar e a ocupar as mais diversas regiões da Ásia (povos Indos-Arianos – Iranianos (Irã) e indos-arianos (Índia) –, Hititas, Tocarianos) e da Europa (demais povos, como: baltos-eslavos, celtas, itálicos, gregos, germânicos), podem ser considerados como originários das principais culturas posteriores. Estes, todavia, nunca formaram uma unidade sólida, uma raça, um império organizado e nem mesmo uma civilização material comum. A única coisa em comum desses grupos seria a unidade lingüística e a unidade religiosa. Unidade esta que pode ser visualizada como uma semelhança presente nas religiões posteriores. Por hora, podemos citar os exemplos: o aspecto dos mitos (lutas dos deuses contras as forças do caos), a história narrada em forma cíclica, e a crença em diversos deuses (politeísmo).Já os povos Semitas, originários da península arábica, também se expandiram em diversos locais do mundo, levando consigo a cultura local. Embora alguns povos de origem semítica tenham adotado a crença politeísta, os principais (que são a raiz das grandes religiões monoteístas) adotaram um único Deus (monoteísmo), característica que difere bastante dos indo-europeus. De origem semítica, temos os seguintes povos: árabes, egípcios, hebraicos, acadianos, fenícios, aramaicos. Os hebreus caracterizavam-se por definir a história de uma forma linear e ter o Deus como ser criador de tudo, responsável pela vida.
A origem semítica pode ser interpretada a partir da Bíblia, no gênese, com a linhagem dos descendentes de Sem, filho de Noé. Diz o clichê popular que religião, futebol e política não se discutem, visto a polêmica que ambos podem produzir. Na tradição Judaica, os livros apócrifos ou não inspirados, relatam que o primeiro casal Adão e Eva, teve 60 filhos, sendo 27 varões e 33 varoas, destacando-se entre eles Siamek, o filho querido de Adão, e Lilith, a filha mais velha, amasiada com Caim, seu irmão. Lilith foi a mãe de Enoque (Gn 4:17). Portanto, a mulher de Caim era sua própria irmã, Lilith. As nuanças deste acontecimento histórico foram extraídas do livro de Adão aos nossos dias, de Jeová Mendes.
Em todos os tempos, a história registra a presença da Palavra Sagrada permeando mentes e corações e forjando o progresso material e espiritual. Considerando que Deus não pode ser concebido ou objetivamente conhecido – uma vez que esta Realidade Suprema está além de nosso entendimento racional – Ele é Oculto enquanto Essência e é Manifesto através de seres humanos que Ele escolhe e que, com o manto de profeta revela-nos, pelo Seu Verbo, de época em época, a Sua Vontade. Nos Livros Sagrados, Bhagavad-Gita, Antigo Testamento, Tri-Pitakas, Novo Testamento, Alcorão e Kitáb-i-Aqdas, encontramos o “verbo feito carne” nos templos humanos de Krishna, Abraão, Moisés, Buda, Jesus Cristo, Maomé e Bahá’u’lláh. Em todas estas Escrituras o homem é poderosamente convocado para seu Criador, através do exercício de virtudes como o amor, a bondade, a compaixão, a justiça, a equidade e a retidão. É a transcendência, a meta de cada indivíduo saber que, colocando sua vida em conformidade com os preceitos divinamente ordenados, propicia o cumprimento do objetivo de sua criação: conhecer e adorar a Deus.
É bom frisar que para se conseguir uma boa matéria, a pesquisa se faz necessário, e nós não iríamos fugir à regra. Afirmam os exegetas também que uma das manifestações religiosas mais antigas da humanidade, o totemismo, baseia-se na crença da existência de uma relação próxima, como um parentesco, entre determinado grupo de pessoas, denominado de clã, e objetos naturais sagrados como animais e plantas, chamados totens. O termo totem deriva da palavra indígena ototeman, do idioma dos índios algonquinos, do leste dos Estados Unidos. A raiz gramatical ote indica uma relação de sangue entre irmãos e irmãs, filhos da mesma mãe, que não podem se casar entre si. O totem é ainda um símbolo do grupo, um verdadeiro brasão que identifica aquela comunidade, inclusive é muito comum que os membros de um clã procurem adotar a aparência do seu totem. Caracteriza-se a existência do totemismo em uma sociedade se ela é composta por um número identificável de grupos (clãs), onde cada grupo possui identificação com um determinado totem, e normalmente não pode haver migração de um membro de um clã para outro.
O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida. Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no Estado de Israel que se concentra um grande número de praticantes. (Antônio Paiva Rodrigues)
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