segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A Previsão de Joseph Ratzinger - A/0074


A Previsão de Joseph Ratzinger
Bem antes, o então Cardeal Joseph Ratzinger já expressava a visão do futuro papa: “A Igreja diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraido uma grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. Descobrirão, então, a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente.”Nesse caminho, não serão lançadas anátemas contra quem quiser abandonar a chamada barca de Pedro. A religião condenada por tantos como obscurantista, o catolicismo, ao contrário do islamismo, evoluiu no plano teológico em direção ao livre arbítrio. Todos aqueles que permanecerem no seio da Igreja, o farão por própria escolha, muito diferente que em épocas passadas, quando as coisas aconteciam “a ferro e fogo”. Ao defender a família como célula-mãe da sociedade, Bento XVI fez a afirmação: “A Igreja quer apenas indicar os valores morais de cada situação e formar os cidadãos para que possam decidir consciente e livremente.” A opção por poucos e bons não significa, evidentemente, que a perda de fiéis tenha deixado de ser fonte de preocupação. Ele vem se preocupando, e muito, com o crscimento das igrejas evangélicas, notadamente das chamadas pentecostais, cuja expansção assusta os dirigentes maiores da Igreja Romana.Na avaliação de Bento XVI, contudo, no que diz respeito ao Brasil e à América Latina, ela se deve mais ao rigor moral do catolicismo do que a décadas de equívocos no trabalho de catequese. Esse aliás, foi um dos temas da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, inaugurada pelo papa em Aparecida.A clareza do papa deixou muitos comentaristas atôntos. Até mesmo prostitutas foram ouvidas sobre os comentários de Bento XVI. Todas são filhas de Deus, é certo, mas a opinião delas é dispensável nesstas questões. Em um tom ainda mais sarcástico, houve quem quisesse dar lição de sobrevivência a uma instituição que tem mais de dois milanos de história, segundo a observação de alguns que marcaram presença ao evento. A Igreja não precisa dos conselhos de neófitos. Foi suficientemente humilde para reconhecer uma série de pecados, e assim, restringí-los aos livros de história. Foi suficientemente grande para superar as limitações intelectuais e morais de dezenas de papas. Um deles, Pio X, Pontífice que atuou entre 1903 a 1914, promulgou uma encíclica, intitulada Pascendi, que, de tão iracunda em relação aos tempos modernos, passou à posteridade como o “cemitério da inteligência católica”. Bem ao contrário do que se acredita, a Igreja sempre mostrou ser uma instituição capaz de se adaptar às circunstâncias, sem jamais abrir mão de seus princípios básicos. E Bento XVI advoga para si a encarnação dessa verdade.

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