quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Artigo: A Cadeia da União - A/0672

A CADEIA DE UNIÃO

De todas as cerimônias da Liturgia Maçônica, a Cadeia de União é provavelmente a mais importante, tanto sob o ponto de vista místico quanto sob o aspecto simbólico. Quando formada, a Cadeia de União simboliza a própria Fraternidade. Ela é formada pelos Irmãos dando-se as mãos, com os braços direitos passando sobre os esquerdos e com as pontas dos pés se tocando. Este posicionamento permite que a Cadeia de União tome a forma de uma corrente, onde os elos são os próprios Irmãos, unidos por uma trilogia de pontos: pelas mãos, pelos pés e pelas mentes. A sinergia resultante desta união potencializa o corpo espiritual assim formado, cuja magnitude é muito superior aquela que seria obtida pela soma das contribuições individuais de cada Irmão. Os livros maçônicos não nos instruem sobre a origem da Cadeia de União. A sua citação mais antiga consta do Balaústre - ou Ata da reunião - da Loja Ferdinand o Venturoso, de Viena d'Áustria, na qual o seu Venerável Mestre instrui os Irmãos a formarem a Cadeia de União; isto em 28 de setembro de 1778. A expressão Cadeia de União tornou-se conhecida internacionalmente a partir de 1902, pela ação do Irmão Eduard Quartier La Tente, Grão-Mestre da Grande Loja Suíça Alpina. Mozart, iniciado em 1784 na Loja Beneficência, na Áustria, compôs em 1791 o cântico "Irmãos, Colocai as Mãos na Cadeia de União." Até hoje, este é o hino da Maçonaria na Alemanha. Simultaneamente criadora e receptiva, a Cadeia de União representa para o Maçom o duplo papel de escudo protetor e de aparelho receptor de influências benéficas. O equilíbrio energético alcançado pela doação mútua dos Irmãos na Cadeia de União sublima os princípios maçônicos da Igualdade e da Fraternidade. Todo o cuidado deve ser tomado para que sejam otimizados os benefícios que cada Irmão recebe na Cadeia da União. As impressões positivas recebidas por cada Irmão através dos sentidos do Tato, do Olfato, da Audição e da Visão, aliadas a uma atitude mental receptiva, maximizam as energias transmitidas e recebidas na Cadeia de União. O Tato conduz a uma "fusão" física, com a permuta de energia e com a formação do equilíbrio na vibração das ondas mentais.Semelhante às impressões digitais, cada ser humano emite suas próprias vibrações mentais. Deste modo, pessoas diferentes emitem vibrações diferentes. Por outro lado, ao mesmo tempo em que envia suas próprias vibrações, cada Irmão também recebe aquelas emitidas pelos demais componentes da Cadeia de União. Atualmente a Cadeia de União é formada com os pés calçados e com o traje convencional, fazendo das mãos os únicos pontos de contato físico entre os componentes da Cadeia de União. Antigamente, ela era formada com os Irmãos cingindo apenas o avental e com os pés descalços. Deste modo, o toque não se limitava às mãos, mas a todo o corpo na sua parte lateral. Os pés descalços também se tocavam. Deste modo era altamente facilitada a troca de energia entre os Irmãos. Por sua ação, os perfumes e as fumigações das velas e do incenso induzem à elevação espiritual e à purificação da mente. Para otimizar os efeitos benéficos, a respiração deve ser disciplinada. A inspiração deverá ser nasal, lenta e profunda, enchendo os pulmões; a expiração, pela boca, também deverá ser lenta, retardando o ritmo respiratório. A partir deste instante, todos se deverão concentrar na Palavra Semestral, recebida do Venerável Mestre. Este é o canal de ligação dos Irmãos com a Divindade, o Grande Arquiteto do Universo. Pitágoras ensinava que a música, quando suave e repousante, refreia os anseios, os desejos e as paixões, deixando a mente tranqüila e predisposta aos bons pensamentos e à elevação espiritual. No princípio, Deus criou a Luz e a separou das Trevas. Em termos místicos, a Luz é a fonte do Conhecimento e da Sabedoria. Para o Maçom, receber a Luz é ser coroado pelos ritos luminosos da Iniciação. Esta é a Luz que os Irmãos, de olhos cerrados, deverão buscar durante a sua participação na Cadeia de União. Assim realizada, a Cadeia de União reforça a presença da Egrégora já existente, entidade de caráter místico e esotérico, que beneficia a todos os Irmãos e materializa o primeiro versículo do Salmo 133: "Oh! Quão bom e quão suave é que os Irmãos vivam em união." (Antonio Rocha Fadista)

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