sábado, 27 de fevereiro de 2010

Artigo: Pensamento de Otimismo - A/0733

Pensamento de Otimismo

Ter pensamento positivo é saudável, necessário à sobrevivência de qualquer pessoa. O cérebro tem recursos para ativar ou desativar defesas, decidindo sobre a saúde do corpo que o sustenta. Pensar de forma otimista, acreditar no sucesso e exercitar a alegria são atitudes fundamentais à saúde física e mental de qualquer indivíduo. Livros sobre o assunto aparecem aos montões nas livrarias, vendem bem, servem, pelo menos, para reorientar pessoas que, de outra forma, estariam sofrendo mais. Nem sempre, contudo, a obra dedicada ao que denominamos "pensamento positivo" é razoável. Nessas condições deixa de ser eficaz para aqueles que têm a racionalidade como base de comportamento. Se o pensamento positivo é bom, a distração pode ser melhor ainda. A natureza é fantástica. A complexidade da vida é simplesmente incrível.
Por que não procurar entender, conhecer detalhes, saborear explicações que, no mínimo, permitirão deixar o tempo passar sem atenção para os piores aspectos de uma vida eventualmente difícil?
Algo interessante é descobrir algum hobby. Por alguma ruptura de autocensura resolvemos mergulhar em aquarismo, criar canários, cuidar de cachorro, mexer com orquídeas, plantar alguma coisa, pronto, a partir daí começamos uma relação que produzirá preocupações paralelas, extra rotina, capazes de nos envolver em sentimentos que talvez já tivéssemos perdido. De coleção de selos e pedras a hobbies sofisticados e caros, uma coleção de ocupações de horas vagas existem à disposição de quem se sente sem paixões para completar horas vagas. O fundamental é encontrar essa forma de existência que lhe conduzirá a um mundo alternativo, distante das preocupações nem sempre agradáveis do dia a dia.
A curiosidade, contudo, é mais do que simplesmente procurar e se distrair com algum passatempo. Ela sendo forte levará o indivíduo a investigações permanentes em torno de tudo o que os seus sentidos alcançarem. É fácil se a curiosidade tiver base em algum conhecimento científico, sociológico, cultural. Tudo à nossa volta tem alguma lógica, alguma história. O desafio é descobrir esse conteúdo e procurar alguma relação com a nossa própria vida. Uma pedra, um desenho na parede de algum rochedo poderá nos informar a respeito do passado do chão que pisamos, talvez até dando uma indicação do futuro, que sempre imaginamos estático mas será o resultado de um processo de transformação contínua. Podemos estar vivendo algum momento tranqüilo de nosso planeta, mas se lembrarmos das mudanças que sofreu, veremos que outras poderão acontecer, com ou sem poluição.
A curiosidade poderá nos acompanhar até os momentos finais de nossa existência. Afinal poderemos encarar a morte como o momento da experiência final, misteriosa, intrigante. Passamos a vida orando ou meditando, pensando na outra vida. Muitos acreditam em paraísos, céus etc., para esses a morte deverá ser um momento feliz. Os mais corajosos ou santos, contudo, deverão enfrentar o término da vida material como uma hipótese de passagem fascinante, a chegada ao limiar de outra vida, onde todas as alternativas ainda podem ser imaginadas.
Curiosidade salva. Para aqueles que acreditam em Deus e na necessidade de ajudar o próximo, nada mais sensato do que pesquisar e aprender a resolver problemas que afetam nosso povo. Há muito a ser visto e corrigido. Por quê não praticar nossa compulsão pelo conhecimento aliando questões morais e materiais? Temos inteligência e muitas religiões falam de livre arbítrio. Decidimos sobre a qualidade da vida que praticamos, criando uma base ética em cima da qual seremos julgados ao final de nossa vida. Como, porquê, quanto, quando e se isso realmente acontecerá é algo que o tempo dirá. Com certeza, sendo justos e pró ativos pelo menos estaremos salvando alguém de um destino pior, isso não é gratificante por si só?
Curiosidade salva, e salvará muito mais se lhe acrescentarmos bondade, fraternidade, amizade, respeito ao próximo... (João Carlos Cascaes)

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