domingo, 2 de maio de 2010

Personalidade: Walter Avancini - 0197

WALTER AVANCINI
Diretor de tv - (1935-2002)

O nome de Walter Avancini é Nunciato Walter Avancini. Nascido em 18 de abril de 1935, em São Caetano do Sul, cidade pertencente à Grande São Paulo. O pai era pedreiro, que faleceu vindo do trabalho, aos 45 anos de idade. A mãe Carmem era do interior de São Paulo, e tinha bom nível cultural, tocava seu piano, mas teve que vir para a capital, pois com as revoluções de 30/32, o avô de Walter, um italiano que se chamava Nunciato, e tocava violino e bandolim, perdeu tudo. A família veio para São Paulo. Anos depois Carmem casou-se e teve 3 filhos. Como era acostumada com arte, ensinava poemas aos filhos, e Walter Avancini, aos quatro anos, então na sua primeira escola, já era o “declamador”. Tinha uma memória fabulosa e aprendia tudo o que a mãe lhe passava. Um dia, era o ano de 1943, a mãe levou Walter à Rádio Difusora de S.Paulo, procurando por Homero Silva, que dirigia o programa “Clube do Papai Noel”. E assim teve início a vida artística do menino Walter, então com oito anos de idade. Nunca mais ele mudou de profissão. Logo se projetou. Ficou conhecido como “Menino Acadêmico”. Foi aí aproveitado por Oduvaldo Viana, pai, como radiator. Participava das rádio-novelas. Foi treinado na disciplina de Oduvaldo Viana, e, segundo Avancini, foi isso que o fez transformar-se, anos mais tarde, num diretor de televisão rígido, exigente, respeitado. Em 1948 Oduvaldo Viana resolveu fazer um filme “Quase no Céu” e escalou Walter para um papel de garoto. Ele estava então com 13 anos de idade. Foi sucesso e tinha realmente jeito. E aí, em 1950, veio a primeira emissora de televisão da América Latina, a PRF3 - Televisão Tupi. Walter ficou fazendo parte do elenco. Ainda fazia rádio e admirava os profissionais da época, tais como Tulio de Lemos, Walter George Durst, Oswaldo Meles. Como menino, olhava, observava, aprendia. Da TV Tupi passou para a TV Paulista, com Demerval Costa Lima. Fazia de tudo, até programas humorísticos. E ganhava prêmios. Como ator fez, na época: “Romeu e Julieta”, “Tristão e Isolda”, “Enio, o matador”, grandes personagens. Começou a escrever para a Televisão, e ganhou em 1959 um prêmio como adaptador. Foi com a estória “Navios Iluminados”. Começou a escrever originais, mas sua carreira cresceu muito, quando foi para a TV Excelsior, grande emissora, onde estavam os maiores nomes e se fazia a melhor televisão. Fez novelas como: “A deusa vencida”, “A indomável”, “A grande viagem”, “Minas de prata”. Depois transferiu-se para a TV. Record e para a TV Bandeirantes. Acompanhava Edson Leite, o grande diretor da época. Dirigia programas. Abria o processo de novelas nas emissoras. Era um jovem irriquieto, tenaz. Voltou para a TV Tupi como diretor de novelas. Em 1972 chegava a TV Globo e para lá foi. Dirigiu “Selva de Pedras”, “Gabriela”. Passou para as Miniséries. Para os Especiais. Dirigiu “Morte e Vida Severina”, “Lampião e Maria Bonita”, “Avenida Paulista”, “Anarquistas, graças a Deus”. Até que chegou seu grande momento, quando teve coragem de colocar no ar “Grandes Sertões Veredas”, de Graciliano Ramos. Nem ele próprio acreditava, mas Boni, o Diretor Geral da emissora, o admirado José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, acreditou. E foi um sucesso total. Avancini ganhou o conceito de “diretor genial”. Voltou, porém, à Tupi, agora como Superintendente, no cargo mais elevado. Anos mais tarde foi para Portugal, lançar novelas na primeira emissora privada portuguesa. Fez a “Banqueira do Povo”, com sucesso. Ficou dois anos. De volta ao Brasil foi convidado por Adolfo Bloch e foi para a Manchete dirigir “Tocaia Grande”. Nessa emissora fez ainda “Xica da Silva”, e outras novelas. Na verdade o garoto Nunciato Walter, transformou-se num grande criador, num estudioso, num arrojado homem de televisão. Teve dois casamentos e quatro filhos. Todos eles ligados à arte, à televisão. À exceção da filha menor, Antonia, hoje (1998) com 9 anos de idade. Fechado, duro, resoluto, inteligente, esse é Walter Avancini, que não gosta muito de falar de si próprio, que vive da televisão e, inteiramente para a televisão. Conhece-a como a palma de sua mão. Capaz de inovações constantes, Walter Avancini é um homem feliz, pois está recriando o processo da televisão, eternamente, sempre, pois televisão é sua vida.

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