domingo, 27 de fevereiro de 2011

Artigo: Os Templários - A/0890

Os Templários nos Tempos da Inquisição

Jacques de Molay foi o último dos Templários, que por determinação do Papa Clemente V, foi queimado na fogueira, a 18 de março de 1314. Com ele também pereceu Geoffroy de Charnay. Ambos afirmaram perante o clero e o rei de França que o único pecado praticado foi o de terem feito confissão falsa, para salvaguardar suas vidas. E a fogueira os consumiu!

Os Templários não defendiam exclusivamente os interesses da Igreja Católica, mas mantinham também relações diretas com o Islamísmo e Judaísmo, eis que os mais altos dignitários da Ordem, integrantes de Os Illuminati, almejavam estabelecer os fundamentos de uma Religião Universal. O mundo cristão da época jamais poderia aceitar essa condição, razão pela qual começaram a surgir as grandes perseguições pela igreja dominante, por meio da Santa Inquisição, porque temia perder o poder que já se encontrava combalido.

Na época, eram grandes as tensões entre a Igreja e a Ordem do Templo, cujo movimento místico-espiritual era dirigido pelo Grande Mestre Jacques de Molay, sendo o dirigente religioso o Papa Clemente V, e a França era regida por Filipe, o Belo. O rei Filipe não gostava dos Templários, e decidiu pôr fim à existência da Ordem e apossar de seus bens. Mas para conseguir o seu intento, necessitou da ajuda da Igreja, com a ideia de fazer com que os dirigentes templários fossem condenados por heresia. O papa convocou o Concílio de Vienne, na França, e como conseqüência, foram confiscados todos os bens dos templários, e todos eles foram levados à prisão.

Na madrugada de sexta-feira, 13 de outubro de 1307, por ordem do rei e com autorização do Papa Clemente V, as Comendadorias foram invadidas por soldados armados, levando à prisão aqueles homens chamados de hereges. O motivo da condenação não era outro, senão a possível ameaça ao poderio do reino de França e da própria Igreja, que já estava em declínio.

E foi exatamente isso que aconteceu naqueles dias tenebrosos da Idade Média. Com a fortuna conquistada pela Ordem do Templo, através de doações recebidas de diversas fontes, a cobiça dos poderosos foi decisiva e implacável. As injúrias aconteciam de maneira gritante, as calúnias contra os Templários eram freqüentes, assim como a difamação contra os homens que pretendiam que a Justiça fosse aplicada em favor do povo.

As principais acusações aos Templários, eram: 1. A cerimônia de admissão à Ordem era seguida de ritual secreto, onde o postulante cuspia na cruz e negava a Cristo; 2. Os Templários adoravam o diabo, sob o aspecto de um ídolo com a forma de uma cabeça com várias caras e com o nome misterioso de Baphomet; 3. Os capelães da Ordem não consagravam a hóstia, celebrando uma missa falsa; 4. Os Templários praticavam a sodomia e toda espécie de perversão sexual. Até os dias atuais, os Adeptos de Sociedades Discretas são tratados com indiferença pelo clero, que incita as pessoas a isso, como a caça às bruxas nos velhos tempos.

E, assim, ardendo na fogueira, Jacques de Molay, voltando seu rosto para Notre-Dame, gritou a sua inocência, bem como a da Ordem: “Não somos culpados dos crimes que nos imputam. O regulamento do Templo é Santo, Justo e Cristão, mas eu bem mereço a morte, porque traí a Ordem para salvar minha vida. Com certeza, vou morrer, mas logo a desgraça acometerá aqueles que nos condenam sem justiça. Tu, Clemente, e tu, Filipe, traidores da Fé Cristã, eu os consigno ao Tribunal de Deus! Tu, Clemente, em quarenta dias, e tu, Filipe, dentro de um ano.”

O Príncipe dos Templários e seu companheiro entregaram a alma a Deus, com a serenidade de quem morre por uma causa justa. O Papa Clemente morreu de doença um mês depois, enquanto o rei Filipe pereceu no mesmo ano, em 29 de novembro de 1314, vítima de um acidente de caça.
As injustiças praticadas pelos homens não podem ser toleradas em tempo algum pelo Autor da Vida. A história registra fatos interessantes, onde os perversos não são suportados, como aqui é mostrado na trajetória dos Templários da Idade Média, confrontando-se com o poder exercido pelo rei Filipe, da França e por Clemente V, Papa da Igreja Romana, que tiveram um fim trágico, pela prática da injustiça, em nome de Deus.

Nenhum comentário: