Deus Está no Homem, Mas
o Homem Não Pode Ser Deus
Artigo I - Sei que há somente um Deus Vivente, Verdadeiro e Infinito, Criador e Mantenedor de todas as coisas visíveis e invisíveis, cuja Essência está difundida em todo o Universo e cuja Mente e Consciência constituem a Alma do Homem.
Afirma-se aqui, claramente, que Deus é único, portanto não há nem pode haver outro Deus que não Ele, de onde se entende que Deus é, concomitantemente Incriado e Intemporal, sendo Criação e Tempo produtos Seus para a consecução de um propósito divino, que exatamente por ser divino não pode ser compreendido pelo homem. Igualmente fica claro que o homem não é e nunca será Deus, porque só há um Deus, como é dito neste artigo inicial do Símbolo. Assim, todos aqueles que julgam ser Deus pelo fato pressuposto de terem Deus dentro de si estão pecando contra as Leis Cósmicas dispostas por Deus e se autocondenando a fazer compensação.
Criador e Mantenedor de todas as coisas visíveis e invisíveis significa que além do Universo perceptível com o sentido mortal da visão, constituído por incontável número de galáxias, as quais englobam outros tantos incontáveis sistemas planetários com uma estrela em seu centro, existem outros Universos, alguns dos quais podem ser percebidos pela mente humana e outros não. Desta forma fica claro que o planeta em que vivemos, que os antigos denominaram Terra, não só não é o ponto mais importante do Universo sob o Olhar Divino, como também não é o centro de decisões a nível cósmico. Isso nos faz compreender imediatamente que nada é possível sem Deus, porque Ele é o Mantenedor de tudo, e que devemos ser sinceramente humildes, pois que diante de Deus nada somos, por mais que consigamos evoluir.
Cuja Essência está difundida em todo o Universo. Essa afirmação deixa evidente que ao ser criado por Deus o Universo não se dissociou d'Ele e, portanto, não foi abandonado à própria sorte após a criação. Assim, Deus não apenas mantém tudo o que existe como interpenetra todas as coisas. Ora, se Deus é Único e está em tudo, tudo faz parte de Deus, e é por isso que se afirma ...cuja mente e consciência constituem a alma do Homem. Aí verifica-se, também, que a alma humana é imortal e que um homem vivendo sobre a Terra ou sobre outro qualquer planeta ou plano é apenas e tão-somente uma expressão individual momentânea, que após a morte, ou transição, subsistirá unicamente como experiência dentro do espaço e do tempo.
Desta forma compreendemos que a identidade personalística, ou individualidade terrena do ser humano é uma ilusão temporal e que se a personalidade se mantivesse inalterada indefinidamente não haveria evolução como um todo, por mais evoluída que essa personalidade possa ser. Fica claro, ainda, que a Criação não foi operada dentro do Tempo, mas que o Tempo se viu produzido paralelamente à Criação, como um atributo seu, pois Deus, sendo Intemporal, não iria aguardar um determinado momento na Eternidade para operar o prodígio da Criação. Compreende-se, também, que a Criação não foi produzida de uma matéria preexistente, pois como Deus é Único nada poderia existir fora d'Ele antes da Criação. Conseqüentemente verificamos que toda a Criação foi tirada do Nada e que, por obra de Deus, o Nada dá origem a alguma coisa. Quando o homem afirma “...o Nada não pode dar origem a alguma coisa”, o homem reconhece humildemente que não é, não pode ser e nunca será Deus e nem sequer pode pretender compreender Deus. Por esta razão e para deixar bem claro essa verdade é que se afirma no ritual de abertura da Convocação Ritualística de Templo nas Lojas Rosacruzes que o Nada não pode dar origem a alguma coisa. Ao proferir a sentença, o Capelão está dizendo veladamente: Sejamos humildes, pois não somos Deus e nem podemos compreendê-lo.
Uma Definição de Vicente Velado
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