O Plano de Deus e as Religiões
Jamais poderíamos nos inclinar ao relativismo, que nivela e coloca todas as religiões num mesmo patamar, pois acreditamos que, também aqui, existe lugar para a evolução humana. A religião, é pois, um fenômeno universal, que ocorre em todas as partes do mundo, em todos os tempos da História. Daí, podemos concluir que “Deus é a maior palavra das línguas humanas. Do ponto de vista estritamente intelectual e objetivo, as “verdades” de cada uma destas religiões colidem entre si e são mutuamente excludentes.
No entanto, quando se fala em termos teológicos, dá para perceber a imbricação profunda entre todos esses caminhos, que na prática são as religiões. No plano existencial, ao abraçar uma fé , o “Adepto” dispersa a variedade e diversidade das crenças, ficando a convicção expressa a este ou àquele credo. O Apóstolo Paulo diz: “tudo o que não procede da convicção é pecado”. Ghandi, que era um adorador em espírito e em verdade, proclamava: “Creio em Deus, não como uma teoria, mas como um fato mais real que a própria vida”. Na verdade “As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo fim”.
Todas as religiões são escadas para Deus, tal como Jacó viu em sonhos. A experiência do sagrado revela um desejo e uma percepção de que o homem entra em contato com o cerne do real, a verdadeira consistência das coisas, vencendo a ameaça do nada, do sem-sentido, do absurdo, do insignificante. Está aí o espaço do real encontro com Deus, o Deus do nosso Coração. Mesmo na precariedade e imperfeição dos ritos, das hierofanias, dos fetiches, dos ídolos, há sempre um mínimo encontro com Deus.
Nesse caminho seguiu Paulo, em cuja pregação aos gentios, aportando em Atenas, falou aos gregos sobre o “Deus Desconhecido”, que eles cultuavam. De sorte que, para o nosso próprio bem, e assim, evitando as contendas, precisamos adotar uma atitude não apenas de tolerância, mas também de respeito para com todas as formas de crença. Mais uma vez recomenda o Apóstolo Paulo: “Acolhei aquele que é fraco na fé, com bondade, sem discutir as suas opiniões... Por que julgas e desprezas o teu próximo? Assim, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Cessemos, pois, de julgar uns aos outros, antes, cuidai de não pôr um tropeço diante de nosso irmão ou dar-lhe ocasião de queda... Nenhuma coisa é impura, a não ser aquele que a tem como tal”.
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