domingo, 12 de junho de 2011

Artigo: Vida após a Morte - A/0945

Vida Após a Morte

Sem acreditar em “Vida após a morte”, a nossa crença no verdadeiro Deus seria incompleta. Essea é a concepção de grupos religiosos e filosóficos de todos os matizes. Para o Islamismo, “a vida após a morte é uma grande realidade”, como também é a crença para o mundo cristão e para os reencarnacionistas, em especial.

Há mais de dois anos, afirmava Epicuro “Onde estamos, não está a morte. Onde sobrevém a morte, aí não nos encontramos”. Com esse pensamento, ele queria amenizar o medo que os homens têm da morte. Sem dúvida, a imortalidade tem sido uma doutrina predileta do homem, em todos os tempos. Desde que ele se tornou capaz de dedicar algum pensamento ao seu ser. Existem muitas provas de imortalidade na ciência física. A biologia nos oferece um excelente exemplo. A criança, pelas leis de hereditariedade, herda as características dos pais. Certas características físicas são imortalizadas na criança.

William James, cujos escritos sobre psicologia constituem obra clássica, afirma que acreditamos que a corrente do pensamento pode cessar a qualquer momento, ou melhor, que podemos, a qualquer momento, parar de pensar. Por outro lado, todos estamos inclinados a acreditar que a alma é uma substância incorruptível, que nunca deixa de existir, que persiste eternamente. Concluindo, a alma é concebida por muitas pessoas, como parte da essência universal, uma força ubíqua e eterna.

O místico H.Spencer Lewis, declarou em discurso que “Pode-se, na farmácia, comprar todas as substâncias químicas que compõem o corpo humano com pouco dinheiro, apenas para, com isto, se formar o corpo físico. Mas não é possível criar a parte verdadeira do homem com substâncias químicas. Jamais seria possível tomar um corpo físico após a transição, a despeito de quão bem conservado estivesse, mesmo que os cílios ainda estivessem nas pálpebras, e assim, transforma-lo em um corpo vivo, por qualquer processo químico”.

Algumas escolas de Misticismo afirmam que após a alma ascender a um mundo celestial ou espiritual, permanece em estado inconsciente, e nunca retorna à Terra. Existem outras escolas de pensamento, no Oriente, que entendem que depois de haver o espírito ascendido ao céu, ali permanece em estado estático, consciente, até o momento em que é absorvido pela consciência de Deus e perde inteiramente a sua identidade, tornando-se novamente parte integrante de Deus.

O Conceito Espírita

Na ciência espírita, o Dr.L.D.Rivail, definiu o espiritismo e seus fins da seguinte maneira: “a alma, o ego, a parte da verdadeira do ser, não morre, mas sobrevive à morte, como uma entidade intangível”. Allan Kardec sustentou que “a alma reencarna: porém, antes de faze-lo, se infundir em um corpo físico, pode se materializar no plano terrestre muitas vezes, de modo a ser percebida por muitos mortais”.

A Eternidade para o Islamismo

Para os seguidores do Profeta Maomé, a vida após a morte é um princípio fundamental, como bem expressa o texto seguinte:
“Em Meca, no tempo do Profeta Maomé, embora muitos acreditassem em Deus, alguns pensavam que era impossível que os mortos e os corpos desintegrados fossem ressuscitados, por isso faziam escárnio do Profeta de Alá. O Alcorão respondeu-lhes que não havia razão para tal espanto e escárnio, porque Ressurreição não era só lógica, mas também fisicamente possível pelas seguintes razões: Se foi Deus quem criou o ser humano pela primeira vez, porque então é impossível recriá-lo, depois de morto? A Ressurreição é mais fácil do que a criação original”. Se pensarmos bem, chegaremos à conclusão que “dar a Vida ao morto” é um fenômeno comum e natural. Para acreditar na possibilidade da ressurreição do ser humano, não é preciso ver uma pessoa ser reavivada, basta ver os outros corpos mortos serem reavivados.
‘’Ó humanos, se estais em dúvida sobre a ressurreição, reparai em que vos criamos do pó, depois do esperma, e logo vos convertemos em algo que se agarra e, finalmente, em feto, com forma ou amorfo, para demonstrar-vos (a Nossa onipotência); e conservamos no útero o que queremos, até um período determinado, de onde vos retiraremos, crianças para que alcanceis a puberdade. Há, entre vós, aqueles que morrem (ainda jovens) e há os que chegam à senilidade, até ao ponto de não se recordarem do que sabiam. E observai que a terra é árida; não obstante, quando (Nós) fazemos descer a água sobre ela, move-se e se impregna de fertilidade, fazendo brotar todas as classes de pares de viçosos (frutos). Isto, porque Deus é Verdadeiro e vivifica os mortos, e porque é Onipotente. E a Hora chegará indubitavelmente, e Deus ressuscitará aqueles que estiverem nos sepulcros.” (Alcorão Sagrado 22:5 ao 7)

Deus criou o ser humano e fê-lo responsável pelas suas ações, uns atuaram bem, outros não e se não houver outra vida onde o virtuoso seja recompensado e o malvado castigado então não haverá justiça e a criação do ser humano e o envio dos Profetas para eles, ficaria sem sentido e Deus que é justo, Prudente e Misericordioso não pode permitir que isso aconteça. A posição do homem neste mundo é semelhante à do ocupante de uma casa; dentro de uma casa além dos ocupantes há muitas outras coisas tais como; comida, utensílios, animais, brinquedos, veículos e tanta coisa mais., no entanto nenhuma destas coisas por si só é a meta ou o objetivo final da sua aquisição, pois elas destinam-se de uma ou de outra forma a servir às necessidades daqueles que nela vivem.

É o mesmo caso deste Universo, tudo o que nele existe; a Terra, as montanhas, os rios, o ar, o sol, a lua, os pássaros as árvores e tudo mais, são somente, para servirem ao ser humano. O homem é a figura central de tudo isso, é tudo, foi criado somente para o benefício do ser humano.

A seguir vem a juventude, que introduz o gozo da vida, mas também consigo traz preocupações desejos e ambições, cuja realização não está ao alcance de todos. Por fim ver o declínio e a queda gradual, entrando na velhice com as suas doenças e dores e finalmente, a pessoa deixa o mundo, morre. A curta estadia do ser humano aqui no mundo já é por si um grande motivo para que houvesse uma outra vida, sem fim, e esta é apenas preparação para tal vida, pois, a criação do ser humano só tem significado quando acreditamos na vida futura.

A ressurreição é um fenômeno natural, pois quando vamos à noite para a cama, para dormirmos, temos esperanças em acordar na manhã seguinte e não há nada de estranho nisso, porque então acham estranha a ressurreição, quando o sono e a morte são irmãos?  Quem não acredita e acha impossível a ressurreição do homem, não é por se tratar de algo difícil ou impossível, ou porque os sinais do poder de Deus não estão claros, mas ele quer passar o tempo de vida que lhe restou fora do padrão estabelecido e em maldades, pois, se aceitar a existência do Quiyamah não terá tanta coragem para tais maldades.

Imagine então um ser Humano que não acredita no dia de julgamento, ele vai considerar uma futilidade a crença em Deus e o cumprimento das Suas ordens e não se disporá a sacrificar os prazeres da vida para agradar a Deus. Para ele a obediência a Deus não traz qualquer vantagem e nem a desobediência traz qualquer prejuízo.

Uma reflexão mais profunda permite ainda concluir que a crença na vida após a morte é o fator mais decisivo, mais preponderante na vida do ser humano, pois, a sua aceitação ou rejeição determina o curso e o comportamento da sua vida.

Contrariamente para o crente, o conceito do bom e do mau ato na vida é bem diferente, pois é tudo que agrada a Deus ou provoca a sua ira. Para ele, um bom ato continuará sempre bom ainda que não lhe traga nenhum benefício aqui no mundo ou mesmo que lhe traga apenas prejuízos.

O Islã recomenda que se analise tudo sob o ponto de vista de uma outra vida com conseqüências eternas, enquanto aquele tipo de pessoas se perde com o que tem à sua frente; os pequenos e breves benefícios mundanos.”

A Teoria do Aniquilamento
e a Sabedoria de Salomão

O aniquilacionismo tem sido uma das heresias mais destacadas nos movimentos sectários. Esse nome vem do latim nihil, 'nada' , segundo essa teoria, o homem ímpio será finalmente reduzido a nada. Esse mesmo conceito é refletido em alguns contextos da filosofia oriental. Algumas religiões pagãs supõem que a alma humana é absorvida e portanto, deixa de existir sua individualidade.
O estado dos mortos e o destino dos ímpios têm sido outro alvo de questionamentos. Alguns afirmam que os mortos estão inconscientes até o arrebatamento ou até o juízo final. Somente após o juízo serão lançados no lago de fogo e durarão nesse tormento proporcionalmente aos seus pecados e então deixaram de existir ou seja, serão aniquilados. Para justificar tais afirmações, usam alguns versículos no livro de Eclesiastes.

Eclesiastes 3.19,20 e 21: Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.

Eclesiastes 9.5,10: Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento.

Afirmam, usando esses versículos que o homem é semelhante ao animal em sua morte, e em sua condição após a morte. Seria realmente isso o que está sendo declarado nesses versículos? O contexto do livro de Eclesiastes concorda com essa exposição?
Os seguintes versículos são omitidos em suas considerações: Ec 2.14-16; 6.6; 8.10; 9.2; porque? Que verdades encontramos nesses versículos que lançam luz na interpretação dos primeiros versículos citados?

Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que, então, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse no meu coração que também isso era vaidade. Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo! (Ec 2.14-16)

Diante de uma expectativa ampla de vida, Salomão concluiu: E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? Assim também vi os ímpios sepultados, e eis que havia quem fosse à sua sepultura; e os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade; também isso é vaidade.

Também escreveu Salomão: Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme ao julgamento.

'O mesmo sucede a todos'. 'E como morre o sábio, assim morre o tolo!' 'Não vão todos para o mesmo lugar?' 'O mesmo sucede...' Se lermos esses versículos numa perspectiva eterna isso entrará em conflito com as demais Escrituras. Concordaria alguma seita que tais comparações foram feitas indicando que sucederá eternamente a mesma coisa a todos? Haveria alguma outra informação que esclareceria quê perspectiva tinha Salomão em mente?
Salomão costumava pregar para multidões e também recebia ilustres visitantes de todas as nações para ouvi-lo (Mt 12.42). Nessa pregação Salomão discursa sob uma perspectiva debaixo do sol ou debaixo do céu. O pregador demonstra que o dia-a-dia retrata uma condição miserável em que a humanidade se encontra, onde a injustiça parece predominar.

Quando um ateu, um cético, ao observar a violência e injustiça, verifica que pessoas justas podem ser injustiçadas e pessoas injustas prevalecem, isso leva a tais a criticar a existência de Deus e a veracidade de suas leis e promessas. Contudo, Salomão chama atenção para que vêem além das aparências, não se apeguem ao fim comum que todo homem e animal têm em comum: a morte e seu enterro ou decomposição; mas atentem para a sabedoria! Haverá restituição após a morte!

Em relação a quê os mortos não sabem coisa alguma, a resposta é: “em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. Salomão não está se referindo à condição pós -túmulo. Ele está dizendo que, por exemplo, o ambicioso e egoísta, não terá ciência do destino e uso de seus bens após a morte. O que o homem sabe, o que administra e como administra está condicionado apenas à realidade humana. Ele não terá, após a morte, acesso a recompensa material do trabalho de suas mãos.

Contudo, receberá de Deus, após a morte, ou a vida eterna, ou a morte eterna. Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus.

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