terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Artigo: Examine-se... - A/01106

Examine-se, pois, o Homem a si mesmo...

Uma reflexão sobre o ato espiritual denominado pelos cristão de “Santa Ceia” e ainda “Ceia do Senhor” A expressão vale para todos os grupos que cultuam a genuína Palavra de Deus inserida nos Evangelhos.

Então, partiu o pão e o distribuiu, e depois do pão, o vinho – sem participar de nenhum destes – dizendo: “Fazei isto em memória de mim; e todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice anunciais a morte do Senhor até que ele venha.” Estas palavras de ordenança também eram acompanhadas com algumas palavras de explicação, fazendo saber a natureza do símbolo e da promessa, declarando que o pão representava o Seu corpo, e o cálice a aliança feita em Seu sangue – o corpo dilacerado e morto, e o sangue derramado, para a redenção do Homem.

Trata-se de uma cerimônia muito bonita, com a participação do corpo eclesiástico e os fiéis recebendo o seu “pedaço”de pão e seu precioso “cálice”de vinho.

Dias destes, num Templo Evangélico, ao presenciar um destes momentos de plena comunhão, pude contemplar os obreiros em círculo, desfrutando com a grei, com emoção e muita alegria na alma. Vi, que ali tudo era realizado, obedecendo a antigos ritos da Igreja Primitiva, à exceção do mobiliário para a distribuição do pão e vinho, que possuía caracteres da atualidade. Para os crentes e adeptos, esse é um momento de muita reflexão, diante da célebre advertência: “Examine-se, pois, o homem a sim mesmo...”

Para continuar este assunto, os elementos são pão e vinho. A igreja grega diz que o pão deve ser fermentado; a igreja latina diz que deve ser sem fermento, fazendo disso um ponto de uma séria importância. Crendo que o pão usado era pascal, era a intenção de Cristo dar ritualmente uma característica pascal ao novo sacramento, e assim, o pão é usado como o elemento material da nutrição, o mais conhecido e universal. Então, deixando de lado toda a disputa quanto ao fermento e outras minúcias tidas como essenciais, como por exemplo se é feito com farinha de trigo, misturado com a água apropriada, não ser comido quente e tantos outros conceitos. Provavelmente o vinho também era misturado com água na primeira ocasião, mas nas mesmas bases, os costumes locais devem ser observados, de acordo com a química moderna. Esse vinho deve ser sem mistura ou deve ter alguma fermentação? Isso vai depender muito dos costumes de cada país ou região, onde a ceia é ministrada.

De qualquer modo, o símbolo da Santa Ceia é significativo nos meios cristãos, cabendo a cada denominação uma interpretação mais razoável diante do que está escrito.

Também, as escolas místico-filosóficas exercem esse simbolismo em seus rituais, sendo a aplicação um pouco diferente das práticas habituais em algumas igrejas, porém com um sentimento de lembrança do autor da vida, que tanto recomendou, dizendo: “Fazei isso em memória de mim!” Em alguns casos, até pequenos biscoitos são utilizados.

Como é ministrada a Ceia, isso é uma questão dogmática, cabendo a cada instituição exercê-la da melhor maneira possível.

Como qualquer outra doutrina ou costume, a Ceia deve ter o seu lugar na mente e no coração de cada Adepto, seja nos Templos Religiosos ou nos Templos Iniciáticos.

Existem variações de linguagem que são absolutamente incompatíveis com um significado estritamente literal. Nos evangelhos é dito: “E tomou o cálice... e disse isto é o meu sangue...” Deve haver aqui uma mudança do cálice para aquilo que ele contém – pelo menos. Mas em 1 Cor. 11:25, as palavras são “este cálice é a nova aliança do meu sangue”.

De qualquer forma, ao Adepto ou Seguidor de um Dogma, cabe uma profunda reflexão no momento em que for participar deste ato solene, que faz lembrar o Mestre em suas palavras: “Fazei isso em minha memória.”

Nenhum comentário: