Como acontece todos os anos, me atrevo mais uma vez, fazer
um resumo da Carta do Imperator Christian Bernard, da Ordem Rosacruz. Na
verdade, o texto se refere às suas numerosas viagens que faz pelo mundo todo,
com o objetivo de elucidar dúvidas, levar uma mensagem de carinho Aos Iniciados,
e sobretudo com o nobre objetivo da expansão da Tradicional Ordem, a AMORC.
Nas palavras iniciais, demonstra uma certa preocupação com o
Egito, sobre as coisas negativas que acontecem ali, onde teve início a História
da Humanidade. Fanáticos e extremistas têm desvirtuado o verdadeiro sentido da
política, notadamente quando se trata da civilização egípcia, que deveria ser
um exemplo a ser seguido por todas as nações do mundo. O Imperator cita o
frater Mohamed Nazmy, um dos organizadores de grupos de turistas à Terra dos
Faraós. Mesmo assim, o Irmão Christian se dispôs a ir sozinho ao Egito no mês
de setembro, com o fim de levar uma palavra de ânimo aos rosacruzes da Planície
de Gizé. Foi corajoso ao empreender esta viagem e diz que disso não se
arrependeu.
No entanto, relata o Imperator, “os perigos não estão apenas
no Egito, mas em todas as partes do Planeta.” E prossegue: “Mesmo em lugares
considerados seguros, os perigos podem ser eminentes, mas não é preciso temer
qualquer, pois se por um lado estamos atentos, por outro somos melhor rodeados
e protegidos.” Podemos chamar isso de “confiança” de um Iniciados, que aprendeu
a conviver com situações pitorescas em toda a sua trajetória, na qualidade de
um Homem que trilha o Caminho da Luz.
Para mais um mandato de cinco anos na função de Grande
Mestre foram reeleitosPaul Panikian, Hélio de Moraes e Marques, Serge Toussaint
e Cláudio Mazzucco. Anunciou que o ex-Grande Mestre da Jurisdição de Língua Portuguesa, Charles Veja
Parucker se retirou definitivamente da função de vice-presidente da Organização
Mundial, que exercia na Suprema Grande Loja.
Dentre tantas e tantas boas informações inseridas na Carta
Anual do Imperator, uma delas foi, de certo modo, chocante, principalmente para
o povo brasileiro, que sempre recebe notícias da Cuba, cuja ilha teve o domínio
do ditador Fidel Castro, e agora o país é administrado por seu irmão Raul
Castro. O relato é desolador, ao
informar que a Ordem Rosacruz está neste país caribenho desde 1940, com um
grande número de membros, que não tem liberdade para receber pelo correio o seu
material de estudo. Nenhuma convenção anual foi realizada ali, embora os
gestores da AMORC estejam planejando para realizar a primeira no ano de 1916.
Os rosacruzes de Cuba só podem realizar seus estudos em Organismos Afiliados
diante das dificuldades já expostas, em decorrência de um governo ditatorial.
Frater Christian Bernard, ao concluir o relatório de nada
menos que 13 páginas, sugere a leitura do texto “Humanismo Rosacruz”, que aqui
é reproduzido para o conhecimento de nossos leitores. Eis a mensagem, na
íntegra: “Os rosacruzes se dedicam a ser humanistas esclarecidos. Para tanto,
eles devem se empenhar: 1. Considerar toda a humanidade como uma única e mesma
família de almas, ligadas por uma origem e um destino comum; 2. Cultivar a
benevolência entre todos os indivíduos, sem distinção de raça, de etnias, de
nacionalidade, de classe social, de religião ou de qualquer outro elemento
aparentemente distintivo; 3. Apoiar as ações e os projetos que aproximam os
homens e os tornam solidários; 4. Privilegiar o interesse geral sobre os
interesses particulares e trabalhar a serviço do bem comum; 5. Colocar o máximo
possível a política, a economia, a tecnologia, a ciência e, de maneira geral,
todos os campos da sociedade a serviço do homem; 6. Dar tanta importância aos
deveres que nos incumbem para com outrem quanto aos direitos legítimos que
reivindicamos para nós mesmos; 7. Não ceder à calúnia, à maledicência ou à crítica
negativa; 8. Fazer da felicidade dos outros uma condição essencial à sua própria felicidade; 9. Cultivar a
ideia, segundo a qual todo indivíduo pode transcender e exprimir o melhor de si
nas suas relações com outrem; 10. Trabalhar para o próprio aprimoramento
pessoal a fim de serem uma boa companhia para os outros e contribuir para a
melhoria da sociedade.
E ainda, nas palavras de Oscar Wilde, Christian Bernard, diz
um até breve aos Inciados Rosacruzes de todo o mundo: “É preciso ter sonhos
grandes o suficiente para não perde-los de vista, quando os perseguimos.” E
conclui com sábias palavras: “... retomo o meu bastão de peregrino, para
recomeçar um ano de novo labor, sempre com o mesmo entusiasmo, ainda com o
corpo sentindo alguma fadiga e inconvenientes devido ao tempo que passa.”
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