sábado, 23 de maio de 2015

Espiritualidade: Chico Xavier e os Animais

Chico Xavier e a convivência com os animais


Para além de qualquer forma de religião ou crença, mas acreditando na força da Natureza e que somos parte dela e responsáveis por ela, reproduzo abaixo trechos de alguns livros de Chico Xavier. Simplesmente porque o amor entre seres humanos e animais não deve ser motivo de chacota, e são lindas estas histórias.

Os biógrafos de Francisco Cândido Xavier são unânimes em destacar seu imenso e admirável amor pelos animais. Seu amigo Adelino da Silveira, que frequentou sua casa durante muitos anos, conta algumas histórias sobre o assunto em dois de seus livros: Chico, de Francisco e Kardec Prossegue.

“Quantas vezes o vimos chegar às três horas da manhã, após haver atendido mais de mil pessoas, pegar seus gatos ou cachorros no colo, acariciá-los, para depois lhes preparar a comida com imenso carinho. Seus gatos, cachorros e até um coelho, animais irracionais de diferentes espécies, viviam harmoniosamente sob o mesmo teto e nós, seres racionais, da mesma espécie, do mesmo sangue, nem sempre conseguimos viver em paz dentro de nossos lares. O amor que ele dedica aos animais é alguma coisa que vai além de nossa compreensão” – comenta o escritor, relatando o porquê dessa sua conclusão. Chico chegava a dizer à senhora que cuidava da sua casa:– O mesmo alimento que comprar para nós, compre também para os nossos animais e, se o dinheiro não der, deixe de comprar o nosso, mas não o deles.

Adelino perguntou-lhe qual o animal mais evoluído espiritualmente e dele anotou a resposta: – É o cão. O cão desperta muito amor e é modelo de fidelidade. As pessoas que amam e cultivam a convivência com os animais, especialmente os cães, se observarem com atenção, verificarão que os vários espécimes são portadores de qualidades que consideramos quase humanas, raiando pela prudência, paciência, disciplina, obediência, sensibilidade, inteligência, improvisação, espírito de serviço, vigilância e sede de carinho, infundindo-nos a idéia de que, quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham, preparando-se para o estágio mais próximo da hierarquia espiritual.

Chico tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre o esperava, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se estivesse beijando-o. Ele falava:– Ah!, Boneca, estou com muitas pulgas. Imediatamente, ela começava a coçar o peito dele com o focinho. O cãozinho morreu velho e doente e o médium sentiu muito sua partida. Um casal amigo, que presenciara várias vezes essa cena, adquiriu para lhe oferecer, numa visita que ele fazia a São Paulo, uma filhotinha da mesma raça. O animalzinho estava envolto num pequeno cobertor, pois fazia frio e, quando Chico chegou, lhe foi passado aos braços e começou a lamber-lhe o rosto, ouvindo dele:– Ah!, Boneca, estou com muitas pulgas. Prontamente, ela esfregou o focinho no seu peito, como se estivesse atrás das pulgas. Em meio à emoção que se formou, surgiu esta explicação do recém-chegado:– Quando amamos nosso animal e lhe dedicamos sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta, para que não sintamos tanto sua falta. Assim, a Boneca está aqui, ensinando a esta filhotinha hábitos que lhe davam alegria. Nós, seres humanos, encontramo-nos na Natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos ajudar.


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