ANTE SITUAÇÕES DESESPERADORAS
Ocorrem
em cada vida humana situações críticas que parecem extrapolar a qualquer limite
imaginável. Há circunstâncias em que a pessoa se sente um animal acuado,
sem conseguir encontrar uma saída, para a direita ou para a
esquerda, para baixo ou para cima.
Nosso
rei, deste temporário tabuleiro de xadrez está em check. Em check-mate.
Isso mesmo! Termo que pode até associar com a terrível palavra morte. Ou aquela
angústia que a precede, porque uma vez morto não se sente mais nada. Pode ser
de qualquer tipo: saúde, relacionamento, profissão, dinheiro. Quase tudo dói
igual. E como esta nossa breve passagem é farta dessas surpresas
infelizes! É aquela sensação de pânico, própria de quem se encontra à beira do
abismo para ser tragado e que, de si mesmos e por si mesmo
nada podemos fazer.
Esse
quadro terrível, não raro, torna-se extremamente penoso. Não bastasse nossa
reconhecida e flagrante impotência, ainda nos impõe à condição de guerreiro
solitário e desarmado. É aquele momento em que ninguém está do nosso lado e nos
estender o necessário socorro.
Nem nossos pais, nem nossos amigos, nem mesmo
aqueles tidos entre os melhores. Não enxergamos qualquer tipo de amparo. O
simples pensar sobre nossa situação nos conduz ao amargo sentimento de
derrota. De falência total diante de tudo e de todos. Até de nós mesmos!
Por
tais provações, ao longo do tempo, nesse calvário pessoal, não há muito o que
escolher. Não há opção para esta ou aquela alternativa. Aliás, não parece
existir a mínima possibilidade de eleger uma sorte diferente. É possível
chegar, por via do desespero, de até tentar deixar este mundo e colocar
um fim à vida por conta própria.
Há,
sim, infelizmente a ideia fatal de dar um fim à própria vida. Chega-se ao
absurdo de absoluta descrença. Em Deus e em tudo. E o pior, em tal escalada
martirizante é que nosso raciocínio lógico acaba mesmo por quase nos
convencer de que todas as soluções estão mortas para a nossa existência. Dizem-nos
aqueles que têm fé e até aqueles que não a tem, ou a tem apenas da boca pra
fora, para que mantenhamos bom ânimo, mas ainda assim as trevas como que nos
alcançam de alto a baixo e não divisamos qualquer sinal de luz no horizonte. No
entanto, chegados a este ponto crítico, buscamos a última e única tábua de
salvação: as Escrituras Sagradas.
UMA CONFIANÇA
INSUSTENTADA
Até então achávamos, em
nossa humana e limitada compreensão que “de nós mesmos e por nós mesmos tudo
podíamos fazer”. E eis que chegamos à conclusão bíblica do Apóstolo
Paulo: “quando estou fraco é que sou forte.”
No momento que tomamos
consciência que estar fraco é um passo para passar a contar com o Poder
Infinito de Deus em nossa carne, em nosso sangue e em nossa Alma, o sopro
divino, que a tudo anima, nos ressuscita.
Nessa conscientização sincera e verdadeira, abrimos a guarda para que Deus
ocupe o espaço e opere os seus milagres em nosso mundo pessoal. Daí
chegamos ao ponto em que a Bíblia, no livro de Salmos, nos sugere
claramente por meio destes versículos: Elevo os meus olhos para os
montes. De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e
a terra.”
A partir daí o temor se
dissolve. Nem sequer reconhecemos válido amaldiçoar as provações por que
passamos. Esta postura não é masoquista, de se gostar da dor. Nem
também se reduz a imaginar para si um carma ruim ou negativo. Cristo
está acima disso porque Ele trouxe a Graça em lugar do sacrifício e o Perdão em
lugar do castigo.
Estando Deus presente em
toda parte, como é evidente, no micro e macrocosmos, é impossível que Dele
estejamos separados sequer por um segundo em toda a eternidade. Mas nos
advém essa sensação de dolorosa orfandade, a de que estamos alijados da
Presença de Deus em nossa vida. E essa impressão, ainda que não
verdadeira, dói tanto quanto se separados estivéssemos de nosso Bem único e
supremo.
Mais uma vez nos acodem
as palavras do Apóstolo Paulo: “em Deus vivemos, nos movemos e temos o
nosso Ser”.
(Geraldo Generoso –
Ipaussu, SP)
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