terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Artigo: Filosofia Maçônica - A/0680

A FUNÇÃO DA FILOSOFIA MAÇÔNICA

Para alguns a maçonaria é uma espécie de devaneio para as horas de folga, ou então uma base racional de alguma religião sectária; para outros ela é considerada um perigo para a fé.
A filosofia maçônica tem a grandiosa e urgente missão de desenvolver na humanidade, o senso crítico que implica a superação de concepções ingênuas e superficiais sobre o homem, a sociedade e a natureza, concepções estas forjadas pelas “ideologias” sociais das classes dominantes através da história da humanidade.
Por isso, o ensino da sabedoria maçônica visa o estímulo e o desenvolvimento do senso racional do homem fornecendo-lhe para isso um conjunto racional de instrumentos de reflexão desenvolvidos na história do pensamento humano.
O resultado desse processo é a ampliação da “consciência reflexiva” do ente humano voltada para dois setores fundamentais: Auto-consciência, que implica no conhecimento de si próprio e de seu papel diante do mundo; Alo-consciência, que concerne na compreensão do universo, da sociedade e de suas possibilidades de mudança.
Quanto a este último aspecto, é necessário compreender claramente que a maçonaria não deve servir, como uma espécie de devaneio especulativo acerca do mundo, mas para transformá-lo, isto é, compreendê-lo para aprimorá-lo de forma digna e sábia.
O estudo da maçonaria equivale a uma verdadeira revolução, uma purificação integral, uma dolorosa intervenção cirúrgica nos tecidos culturais do nosso ser.
É bom ressaltar que estudar este tipo de sabedoria arcana não equivale a decorar uma série de pensamentos e sistemas místico-ideológicos. Maçonaria, não é portanto, um aparato teórico para ser memorizado e, dogmaticamente seguido, mas sim, uma visão de realidade fundamentada na razão para ser descoberta e vivenciada pelo homem na busca perene da sua construção, ou melhor, da sua cosmificação.
O homem contemporâneo, de tanto endeusar a tecnologia e a ciência positiva, passou a refletir o homem pelo mecânico, criando assim uma mentalidade robotizada, pragmática e utilitária, trocando os valores qualitativos da vida pelas facticidades quantitativas consumíveis. De tal modo que se deixou empolgar pelo fazer e pelo TER, que perdeu a perspectiva de SER. E, de tal forma deixou-se apaixonar pela idéia de produção, que perdeu o senso de perfeição.
A filosofia maçônica, convida o homem robotizado dos dias de hoje, para uma vida plenificada, como ser humano integral. Este não é um convite para que, numa atitude niilista, o homem se afaste da tecnologia e da consciência utilitarista positiva, muito ao contrário, no discernimento das idéias que povoam o contexto atual da vida humana, o estudo e a prática da maçonaria realiza um alargamento da visão e das dimensões da existência, em fatos e valores – neste sentido podemos dizer que a maçonaria é uma humanização plena de nossa existência.
Logo, a função essencial da Filosofia Maçônica é a de conduzir o homem ao auto-conhecimento (conhecimento de si e de suas possibilidade), ao alo-conhecimento (conhecimento do contexto existencial do ente humano) e, consequentemente, à auto-realização – a formação do homem plenificado, racionalmente estruturado (físicamente, instintivamente, emocionalmente, mentalmente e espiritualmente) de tal forma que toda a sua manifestação seja um natural despontar ético.
Dentro do ideal aqui proposto, convidamos a todos os que anseiam a uma transcendência consciente a formação de uma nova humanidade, alicerçada nos sagrados pilares da Sabedoria, Força e Beleza que são os sustentáculos do templo da Verdade.

(Texto adaptado do Ir.: Dirceu Pinheiro do Oriente de São Paulo)

Nenhum comentário: