sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Artigo: Fé e Prevaricação - A/0874

A Prevaricação entre
os Líderes Espirituais


Regra geral, prevaricação consiste em retardar ou deixar de praticar devidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Embora a prevaricação seja uma figura do Código Penal, prevista a pena para ocupantes de cargo públicos, o descaso e a ociosidade levados, sistematicamente , pelos desinteresses, ou mesmo, por “ interesses estranhos e duvidosos” de certas e possíveis autoridades competentes, podem ser considerados atos de prevaricação.

No caso em que é aqui abordado, os líderes religiosos, utilizando-se de mecanismos espúrios em suas congregações religiosas, estariam também prevaricando. Literalmente prevaricar significa perpetrar adultério, pois omitindo-se de suas funções ministeriais, o dirigente espiritual estaria deixando de praticar ato de ofício, por interesse meramente pessoal, agindo de má-fé.

Vive-se, na atualidade, experiências desastrosas nos meios religiosos, quando um grande número de dirigentes, tem manipulado a opinião pública em benefício próprio, elaborando verdadeiras máquinas corruptoras, com o objetivo tão-somente de desviar dinheiro das instituições religiosas. Essa prática é normal no meio, visto que não existe um acompanhamento adequado na aplicação de recursos dos fiéis. Os governos são absolutamente omissos nesta questão, permitindo o desvirtuamento de função na maior parte dos cultos religiosos, que não presta contas nem mesmo para a própria comunidade, pairando dúvidas sobre os valores arrecadados.

Alguns dirigentes, de maneira inescrupulosa, no exercício da liderança, determinam a sua retirada e manipulam as coisas do jeito que melhor lhes agradem, objetivando os seus desejos pessoais, sem se preocuparem com o progresso e o crescimento espiritual daqueles que contribuem em favor da Obra, de forma generosa e de boa mente.

Quando, porém, o rebanho faminto, percebe a má fé de seu líder, começa o questionamento, que alguns preferem chamar de murmuração, e “fecha” a mão, como uma forma de protesto e surge o descontentamento da maioria, levando os fiéis a recuos, ou simplesmente migram-se para outras comunidades religiosas. É o início da derrocada, da divisão dos grupos, o que estamos acostumados a ver todos os dias.

É a ganância dos maus obreiros que provoca o desânimo entre os fiéis, que não vêem nenhum avanço ou realização plausível da instituição, e na perplexidade, recuam de seus propósitos, preferindo o anonimato. Essa é a situação em muitos lugares, em pequenas comunidades, onde prevalece a prepotência e o interesse pessoal dos tais dirigentes “espertos”. O desejo deles é “engordar” suas contas bancárias, pois eles mesmos administram os recursos que os fiéis trazem à Casa do Tesouro.

Um dia a “casa vai cair”, visto que o Todo-Poderoso tudo vê, e assim, vai cobrar, no momento exato, a falta de honestidade dos maus obreiros, que se preocupam com o estômago, e deixa o rebanho ao deus-dará. A lei da semeadura ou o carma, é inevitável, pois Deus não se deixa enganar. O homem pode errar o alvo, mas Deus é muitíssimo justo em todas as coisas, e muito mais quando o assunto é “brincar” com o sentimento das pessoas mais humildes da sociedade. Esses maus obreiros terminam mal o seu ministério, arruínam suas famílias e não raras vezes, caem em desgraça. Alguns podem até sonhar com a prosperidade, mas ficam confundidos e afastados da glória divina.

Para ilustrar, os queixumes de um jovem decepcionado com o sistema religioso e a forma como o seu pseudo-líder administra a Causa Santa, chega a ser preocupante. Ele, como tantos outros, pensa em abandonar a fé, porque está vendo a prevaricação nos lugares santos. Ele sabe que quase todo o dinheiro arrecadado só serve para o pagamento de salários do dirigente e de seus protegidos. Esse jovem declarou que “os crentes estão tristes e com vontade de recuar, pois nada podem fazer contra os abusos cometidos por quem está ai, muito bem pago, para apascentar, mas não o faz.”

Mas existem exceções. Existem os obreiros qualificados e com vocação para a vida sacerdotal, que realizam os serviços espirituais com amor, alegria e dedicação. A esses, que fazem o que é correto, a bênção de Deus recairá, com certeza

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