domingo, 12 de junho de 2011

Misticismo

A Civilização Judaica

Assim como a História de Israel é sem par em confronto com a História de todos os outros povos, assim também é sui generis a contribuição de sua atividade literária. O povo judaico é o único que possui uma literatura ininterrupta: há mais de três mil anos pelo menos. Os povos antigos contribuiram uns mais, outros menos, à cultura humana durante certos períodos. Depois disso, ou cessaram de existir, ou perderam o seu gênio literário. Os povos relativamente modernos, tarde começaram a sua carreira literária na História Universal, e embora tenham o direito de se orgulhar de uma longa série de trabalhos, a sua contribuição é relativamente nova e moderna. O povo judaico teve o privilégio de acompanhar a carreira de todos os povos, quer antigos quer modernos. O judaísmo colaborou com os povos da antiguidade, acolhendo tudo que de melhor eles puderam oferecer e quando estes se retiraram da arena da História Universal, uniu-se às novas nações no trabalho da formação do pensamento humano. É quase impossível apontar, com segurança, a etapa inicial na evolução da literatura judaica. Há opiniões, baseadas em fontes seguras, que a mais antiga cultura semítica, base da doutrina hebraica, serviu de alicerce à civilização antiga, cujos vestígios foram descobertos nos tempos modernos. E não se pode dizer que a contribuição da literatura judaica está por terminar. Pelo contrário: temos muitas provas de que a erudição judaica principia uma vida nova. Com a renovação da consciência judaica, começou e torna-se cada vez maior o renascimento de sua sabedoria. Como a ave mitológica, o Fênix, surgem o povo de Israel e a literatura judaica das cinzas antigas, encetando uma nova vida rejuvenescida. E não é improvável que graças ao novo centro de cultura na sua nova-antiga Pátria, o antigo Israel marche à frente, novas verdades venham a ser reveladas aos habitantes da Terra, e mais uma vez o "conhecimento virá de Sion e a palavra de Deus de Jerusalém". (Isaías Raffalovitch)

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