terça-feira, 29 de outubro de 2013

Misticismo: Plutarco

Como ensina Plutarco, 'não há diferentes deuses nos diversos povos, nem deuses estrangeiros nem deuses gregos, nem deuses do sul e do norte, mas, do mesmo modo que o Sol e a Lua, o céu, a Terra e o mar são comuns a toda espécie humana, os deuses, com diferentes nomes, são os mesmos, segundo as diferentes raças.' Assim também, não existindo mais elo do que uma Razão que põe em ordem estas coisas e, uma Providência (Karma) que as administra, há diferentes honras e denominações nos diversos países, e os homens, para se entenderem, se servem de símbolos sagrados – uns obscuros, outros mais claros – encaminhando, deste modo, seu pensamento ao Divino, embora não esteja tal proceder isento de gravíssimos perigos, pois alguns, falseando o passo, se despenham na superstição, e outros, não querendo cair neste lodaçal, despenham-se, por sua vez, no precipício do ateísmo. Com razão, disse Franz Hartmann: 'Algumas pessoas possuem grandes poderes intelectuais, mas pouca, espiritualidade; outras têm grande poder espiritual, com uma inteligência, débil. Aqueles que possuem as energias espirituais equilibradas com uma forte inteligência são os eleitos.' O verdadeiro Teósofo tem que se esforçar, com todas as potências de sua alma, em ser destes últimos, não no sentido cristão e egoísta de eleição e salvação só para ele, esquecendo os demais, mas, no sentido humano de ser homem, e procurar que 'nada humano lhe seja alheio' – à guisa da clássica sentença de Terêncio.

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