CONFISSÃO
DO TIMBURIANO
Brotei não por acaso em Timburi
e em árvore me fiz a vida inteira;
tento, pois, encarnar essa madeira
e a seiva, que em criança lá hauri;
das águas, pelo pranto que verti
dos seus orvalhos e suas cachoeiras.
O encanto do amor que me sustenta,
vêm-me, talvez, das ruas acanhadas;
de pássaros a assoviar, violas dolentes...
mais que a ferro, são marcas carimbadas.
Os sanguíneos barrancos das estradas
parodiando a Janela do Poente.
De Timburi, carrego em mim a roça
de soluços redondos de carroça,
de cascos de cavalos marchadores.
Muito mais do que a terra, a paisagem,
eu trago esta saudade que me coça,
e ao mesmo tempo, anestesia as dores.
Geraldo Generoso
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