Comandar o Destino
Em certa ocasião, perguntei ao comandante de um navio qual era o recurso ou instrumento mais importante do qual se valia para manter seu curso em alto mar. A posição do Sol e das estrelas, a bússola, ou um GPS, aparelho que utiliza os satélites para determinar a posição exata em que se encontra. Sua resposta foi muito diferente da que eu imaginara. Todos os recursos existentes são importantes, disse ele, mas não garante que o navio chegue ao seu destino. O que determina, então, uma viagem segura para o seu objetivo? O comandante ponderou que as variações nas ocorrências diárias da vida no mar constituem-se grandes problemas na navegação. As tempestades podem, subitamente, se desencadear e obrigar o navio a lutar pelo seu privilégio de navegar na direção certa. O nevoeiro espesso do mar pode retardar a marcha e desviar o navio da rota. Pode haver pane nos instrumentos e recursos disponíveis. O vento forte e outras tantas condições que estão em constante mutação são mais ou menos inesperadas, mas devem ser antecipadas, devendo o comandante estar sempre preparado para enfrenta-las. O comandante deve esperar mudanças nas condições e saber tirar vantagens. Deve saber que o nevoeiro não é eterno. Os ventos podem ajudá-lo a sair da tempestade. Deve saber como se proteger e ao seu navio e como cooperar com as manifestações da natureza para manter viagem. Sem o conhecimento de como a natureza se manifesta, a compreensão profunda das Leis Naturais, ele estaria incapacitado para manter o curso e salvar seu navio. “Devo espera que o pior aconteça, ser capaz de compreender e interpretar tudo que aconteça e preparar-me para todas as situações”, disse o comandante. Pude perceber o quão versado no conhecimento das Leis Naturais deva ser um comandante e sua tripulação, para garantir uma viagem segura. Fiz, imediatamente, uma analogia com os seres humanos que somos, comandantes de nosso próprio navio, e que estamos tentando seguir o curso da vida em direção a uma definida meta ou porto, onde esperamos realizar a plenitude de nossa viagem. Nem todos temos uma meta ou um porto definido em mente para o qual rumamos. Aqueles que estão passando pela vida sem ter qualquer porto como objetivo não precisam entender esta analogia porque têm muitas outras lições a aprender antes. Para sermos comandante de um navio precisamos primeiro traçar uma carta e determinar um porto como ponto de chegada de nossa viagem. Para a maioria, todavia, o mar da vida é como a vastidão do oceano. A meta estabelecida não é mais visível do que o porto distante na costa. Não são as tempestades, o nevoeiro e as demais condições mutantes do oceano mais desencorajadoras e cheias de problemas sérios, do que as tribulações de nossa jornada pela vida. Qual o preparo que tem a média das pessoas para manter seu curso tão positivo, tão definido, e tão seguramente, como faz o comandante bem preparado, para levar seu navio a salvo ao porto distante? Precisamos ter capacidade de antecipar e enfrentar as emergências da vida e manter nosso navio, firmemente no curso certo para vencer tempestades, compreender e desenvolver, mais e mais, as potencialidades interiores, aperfeiçoando-nos como seres humanos com dotes especiais. A maioria daqueles que tem uma meta na vida, muitas vezes, não sabe como desviar de uma súbita tribulação, ou como sair das trevas que os envolveram, exatamente, como as tempestades e o nevoeiro para aquele comandante do navio. É preciso que tenhamos conhecimento das leis da natureza e dos mistérios do universo. É preciso desenvolver dons e faculdades interiores, ainda, não disponíveis nas escolas de formação, em sua grande parte preocupadas apenas com o desenvolvimento do intelecto ou das habilidades exteriores do ser humano, ou seja, apenas preocupados com a leitura dos instrumentos. É preciso que saibamos interpretar, compreender e aceitar cada acontecimento da vida, com serenidade, confiança e capacidade de analisar as condições de uma maneira construtiva. É preciso que saibamos discernir, das coisas que nos cercam, as que são crenças supersticiosas e ignorantes e que devem ser deixadas de lado, das ocorrências que merecem crédito. A compreensão que o indivíduo tem da vida e seus problemas e o preparo que possui para enfrentar emergências, encorajam-no e permitem que ele conduza o seu navio corretamente. Esta luz dota-o de calma e equilíbrio, de segurança e paz que ultrapassam toda a compreensão. Esta capacidade torna o ser humano capaz de alcançar maior sucesso e felicidade na vida. Saber como vencer os problemas da vida e adaptar-se às situações que poderiam, de outro modo, torná-los perturbados, desencorajados e incapazes de controlar a sua caminhada com segurança e sucesso
Nenhum comentário:
Postar um comentário