domingo, 24 de janeiro de 2010

Personalidade: Cláudio Luis De Saint Germain - 0024

Claudio Luis De Saint Germain

A existência histórica de S. Germain inicia-se em 1743, em Londres, ele freqüentava a nobreza inglesa e tocava violino na côrte do príncipe Carlos. Era descrito como um homem de estatura média, com cerca de 45 anos de idade, vestia-se com requinte e usava muitas jóias, era muito amável e falante, ninguém sabia de onde vinha a sua fortuna.
A seu respeito, disse Horace Walpele: "Ele está há dois anos e recusa-se a dizer quem é e de onde vem, mas admite que não usa seu verdadeiro nome". Desconfiava-se que poderia ser um espião estrangeiro.
Falava e escrevia: grego, latim, sânscrito, árabe, chinês, francês, inglês, italiano, espanhol e português, a sua erudição era fantástica, sabia pintar, tocar cravo e violino, possuia conhecimentos de química e de alquimia que ultrapassavam os seus contemporâneos. Dizia-se que sabia como aperfeiçoar diamantes, fazer ouro e que possuía o elixir da longa vida.
Referiam-se também à sua invenção do barco a vapor que se destinava a unir as pessoas que viessem no século seguinte, diziam também, que podia tornar-se invisível e reaparecer onde quer que desejasse e que podia hipnotizar as pessoas e também à sua vontade, entrar num estado de auto-hipnose.
Os seus conhecimentos de história pareciam sobrenaturais, costumava mencionar fatos ocorridos na corte da Babilônia, histórias com milhares de anos, outros ocorridos na corte de Henrique IV e Francisco I, além de outros relatos incríveis.
Abandonando a Inglaterra em 1746, ficou algum tempo nas suas terras na Alemanha, mais tarde, em fevereiro de 1758, foi para Paris, na companhia do embaixador, marechal de Belle Isle, aí passou a levar a vida de um nobre de elevada condição. O rei Luiz XV ordenou a S. Germanin que se instala-se em Chambord, depois disso ele passa a ter livre acesso aos aposentos privados do soberano.
Presume-se que S. Germain desempenhava uma missão secreta, a primeira suspeita parte da afirmação de Frederico o Grande que afirmava que ele era imortal, não havia razão para que o cético rei prussiano afirmasse isso, a não ser que havia um determinado plano secreto, a sua pessoa era intencionalmente rodeada de mistério.
Muitas histórias fantásticas eram apoiadas pelos soberanos da Prússia e da França, a maioria, bastante duvidosas. O conde de S. Germain preocupava-se com assuntos importantes, deslocava-se frequentemente à Berlim onde Frederico aguardava seus relatórios, e a Viena, sede da Fraternidade Rosa-Cruz era possível que recebesse ordens da Irmandade.
É difícil saber até que ponto os interesses do rei e dos Irmãos Rosa-Cruzes estivessem reunidos em S. Germain, os grupos mais importantes dos RC da Alemanha eram conservadores, seguiam o ideal político de Johaner Valentine Andreae, de uma monarquia e hegemonia alemã sobre a Europa e o Papa. Supõe-se que Frederico tinha interesse em enfraquecer a França sem, contudo querer destruir a monarquia.
Em 1760, S. Germain foi encarregado pelo marechal Belle Isle de uma missão em Haia, na época de Luiz XV a situação da França era grave. O ministro dos negócios estrangeiros: duque de Choiseul dava continuidade à política de Luiz XIV que era de enfraquecer a Prússia, porém, era típico de Luiz XIV tratar de certos sozinho, sem consultar seus ministros, assim seus assuntos com S. Germain permaneciam em segredo.
O "imortal" conde era definido como um homem prodígio que captara o interesse do monarca através de transmutações, os dois reuniam-se frequentemente no laboratório alquímico de Luiz XV.
Choiseul, não confiava nos estudos alquímicos de seu soberano, desconfiava do conde S. Germain, ele descobrirá secretamente que o conde nunca havia recebido fundos do estrangeiro, as grandes somas em dinheiro, provavelmente eram originárias na França, talvez da embaixada alemã ou de tesouros maçons.
As atividades de S. Germain foram postas a descoberto quando de sua súbita aparição na Holanda, através de cujo governo tentou negociar a paz com a Inglaterra. Tal iniciativa deve ter sido idéia sua, porque nem d´Affry, o embaixador françês nos Países-Baixos, nem Choiseul, tinham conhecimento dela, ambos teriam desaprovado esta medida.
D´Affry enviou Casanova ao encontro de S. Germain para saber o que fazia na Holanda e S. Germain responde-lhe evasivamente que era para negociar um empréstimo à França.
Choiseul não se conformou com tal evasivas e intimou d´Affry a mandar prender o conde S. Germain. Os Países-Baixos recusaram-se a extraditar S. Germain, oficialmente o rei abandonou o seu agente.
Alguns dias mais tarde, madame d´Urfé encontrou-se inesperadamente com S. Germain no bosque de Bolonha, ela apressou-se a contar o fato a Choiseul, que a informou de que S. Germain estivera durante toda a noite em seu gabinete, isto significava que o segredo não podia mais ser ocultado e que Luis XV ordenara ao conde que relatasse os seus planos ao ministro dos negócios estrangeiros.
Choiseul, sabendo que a Inglaterra apoiava a Prússia, desaprovou os planos e pediu a destituição de S. Germain mas Luis XV conservou-o como espião e foi nesta condição que ele viajou à Alemanha e a Rússia, pouco tempo depois de sua chegada a Rússia, o imperador modificou a sua política em relação à França e celebrou uma aliança com Frederico.
S. Germain em 1763 encontrava-se em Tournais fazendo-se passar por M.de Surmont, industrial. Pouco tempo antes de deixar a França, foi interrogado por Luis XV sobre certo crime misterioso, cujos pormenores eram conhecidos somente por S. Germain, este propusera para revelar os fatos uma condição: Senhor tornai-vos Rosa Cruz e contar-vosei. Se Luis XV tivesse aceitado esta proposta, talvez tivesse salvado a sua dinastia.
Em 1776 S. Germain fixa-se em Leipzig sob o nome de conde de Welldone, o auquiduque da Áustria, Maximiliano-José I, escreveu à irmã que ele tinha duzentos anos, mas que não aparentava. Devido às pressões para que ensinasse o segredo de tal longevidade, ele lhes ofereceu o seu elixir vital, de efeito purgativo, um pó com sabor de anis, que se bebia em solução sob a forma de um chá de longa vida.
Muitos químicos tentaram descobrir a composição desse elixir vital que parecia ter sido uma mistura de madeira de sândalo, folhas de sene e de sementes de funcho.
S. Germain enviou ao embaixador de Frederico II, uma lista de 29 procedimentos que constituíam a sua nova física, eram processos industriais para lavar a seda, melhorar os vinhos, preparar o papel e outros, apenas 2 relacionam-se com a saúde: um remédio preventivo contra doenças e males de todos os tipos e outro purgativo que retiram apenas os elementos negativos do corpo. S. Germain apareceu mais uma vez na França quando Luis XVI subiu ao trono, ele tentou conquistar o novo monarca para sua causa, fora enviado com a missão de salvar o trono e a família real, mas após um último esforço no sentido de convencer Maria Antonieta, S. Germain abandonou o país, sabia que uma insistência prolongada seria interpretada como atividade de um agente inimigo; o ministro Maurepas já andava em sua perseguição e teve que fugir para a Alemanha.
Em 1777 mudou-se para Berlim, ficou até 1778 quando se instala em Altona na corte do príncipe Carlos de Hessen Cassel, um alquimista, grão mestre da ordem da Estrita Observância Templária, que estuda com ele três horas por dia e lhe dá instalações em Eckerfoerd, porto do Báltico para aí realizar as suas experiências. Foi lá que morreu subitamente nos braços de duas criadas de quarto, o príncipe encontrava-se ausente. Morreu no dia 27 de fevereiro de 1784.
Muitas lendas surgiram a seu respeito, da sua suposta morte, registraram-se muitos casos de reaparições suas: seu discípulo Etteila, afirma que tinha almoçado com ele no dia 22/07/1784 em Paris. Após a tomada da Bastilha, Maria Antonieta recebeu uma carta e também madame Adhemar, a confidente de Maria Antonieta recebeu uma mensagem ambas atribuidas a S.Germain, cinco anos após a sua morte; durante a revolução foi visto em diversos lugares de Paris, dizia que queria ver a obra infernal iniciada pelo seu discípulo Cagliostro.
Outros fatos curiosos revelaram-se, o conde nunca comia, no decorrer das refeições a que assistiu, contentava-se em deslumbrar a assistência com as suas narrações históricas e observações espirituosas.
Afirmava que consumia apenas pílulas, pão de sêmola e coisas do gênero, também o conde não se interessava pelo envolvimento com as mulheres, levava uma vida de castidade.
Atribui-se a ele uma obra na qual provavelmente não teve nenhuma autoria: A Muito Santa Trinosofia, cujo manuscrito, guardado na Biblioteca de Troyes, teria supostamente pertencido a Cagliostro, é um tratado de alquimia, com um simbolismo egípcio, caracteres cuneiformes e palavras imitadas do árabe e do sânscrito.
Sabe-se que S. Germain foi um alto membro de Grupos Rosa Cruzes mais secretos da Europa, esteve presente no convento maçônico de Wilhensbad em 16/07/1782, como emissário Rosa Cruz.
Foi também um dos iniciadores de M. de Pasquallys, quando este apareceu pela primeira vez em Paris em 1570 apareceu como membro dessa misteriosa irmandade. Manteve correspondência com Willermoz e com outros ocultistas da época.

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