Paul Brunton
Paul Brunton foi um filósofo, um místico, um viajante e um investigador das regiões da alma. Nasceu em Londres, no ano de 1898. Sua carreira teve início no jornalismo, destacando-se desde cedo pela mente inquisitiva e talentosa. Entretanto, já se manifestava em seu espírito inquiridor a tendência a mergulhar a mente em questionamentos espirituais e filosóficos: "qual é o sentido do mundo? quem sou eu? qual é o propósito da vida?". Iniciou-se a sua busca interior pela Verdade, busca essa que o levaria a empreender longas viagens pelo mundo, estudando e traduzindo uma imensa variedade antigos textos orientais, filósofos clássicos e ensinamentos esotéricos. Desenvolveu então um interesse crescente pelo estudo comparativo das religiões, do misticismo e da filosofia. Sua pesquisa foi excepcional, uma vez que não havia naquela época, como agora, o fácil acesso a publicações e escritos, que sequer haviam ainda sido traduzidos.
No Oriente, viveu entre yogues, místicos e santos, familiarizando-se com a sabedoria espiritual oriental através de contatos pessoais mantidos com eremitas, sábios e magos, destacando-se entre estes Sri Ramana Maharishi, pelo qual nutriu a especial e profunda admiração de um discípulo frente ao seu Mestre. Foi um dos estudantes mais profundos das tradições antigas do Oriente e um dos pensadores e escritores mais perceptivos em transcrever aquela sabedoria para o mundo ocidental. Toda sua pesquisa incansável, selecionada pelo crivo de sua mente analítica e alicerçada na vastidão de um espírito compassivo e receptivo, possibilitou-lhe reconhecer o verdadeiro impulso e verdade espiritual onde quer que a encontrasse, sem jamais ater-se a grupos, seitas ou tendências. Essa independência de pensamento conservou sempre, cioso de sua privacidade e necessidade de manter-se livre mental e espiritualmente para melhor reconhecer, onde quer que fosse, a verdade que o seduzia: nos indivíduos, na natureza, nas profundidades de suas meditações.
Seu primeiro livro, publicado em 1934, A ÍNDIA SECRETA, foi um marco da apresentação da filosofia oriental ao ocidente. Sua produção literária, sempre versando sobre seus estudos e experiências dedicadas ao aprendizado espiritual, já havia vendido quase dois milhões de cópias, quando, em 1959, abandonou a bem sucedida carreira no jornalismo britânico para dedicar-se integralmente à busca da Verdade, do que fez seu compromisso de vida. Deixou então a Europa para viver no Oriente, nas regiões mais caras de seu coração, onde, por viveu por cerca de vinte anos. Durante esse período, Paul Brunton, eterno pesquisador e estudante, continuou a fazer anotações de suas vivências e práticas espirituais, anotações essas que preencheram mais de 10.000 páginas de cadernos que hoje compõem um volume de dezesseis obras de notas de imensa beleza mesclada à profundo ensinamento; algumas, inclusive, já publicadas no Brasil*.
Homem reservado, nobre de caráter, dotado de excelente humor e de uma silenciosa dignidade, suas introspecções filosóficas inspiram seus leitores à apreciação da beleza, ao cultivo do bem, ao aprimoramento do caráter, à serenidade de espírito, ao auto-conhecimento e à meditação. Todos os seus escritos são uma apologia ao crescimento espiritual do ser humano pelo cultivo de uma mente lúcida, de uma fé devotada, de um corpo disciplinado de um espírito sereno. A esses ensinamentos e práticas que é possível ter acesso através de sua obra, escrita em linguagem acessível, como a conversa tranqüila de um velho amigo que estivesse sentado ao nosso lado conversando, calma e amistosamente, sobre a nossa caminhada pessoal, de modo a fazer nossa vida mais digna e significante. Suas palavras são tranqüilas, nada impõem, mas apenas sugerem um percurso testado por ele mesmo em suas longas peregrinações.Transparecem, em todos os seus livros, a autenticidade e sinceridade de suas investigações e de sua prática espiritual, da jovialidade de seu espírito maravilhado com a consciência de Si Mesmo possível a todos os que buscam com devoção e disciplina, e de sua reverência espiritual ao Mistério Divino que é viver.
"Desejava ser conhecido apenas pelo que sou: um homem normal com alguns interesses paranormais, vivendo porém uma vida normal e não tendo qualquer pretensão de superioridade. Eu não queria discípulos, pois preferia conduzir os homens à descoberta do Mestre e Guia que existe em todos nós, o onipotente Eu Superior, tornando-os destarte discípulos, não de alguma pessoa ou entidade externa, mas do verdadeiro Espírito Superior que habita o coração de cada um de nós."
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