terça-feira, 27 de setembro de 2011

Poema: Pôncio Pilatos - A/0368

Pôncio Pilatos

No Julgamento do Justo, ei-lo perante a Multidão;
Ano 33, angústia e muita dor, grande a hesitação:
a turba atônita, exigia para Barrabás a Liberdade.
Indeciso, lava as mãos; Cláudia queria o contrário!
Era a Vontade do Império, quem sabe seu Fadário;
em toda a Palestina, marcas de muita crueldade...

Poder Absoluto, desde o Palácio em Jerusalém...
Samaria, Nazaré, Galileia, Jope, Cafarnaum e Belém:
nas cercanias, o Profeta Divino com o velho Simeão!
Mas, na desdita, com o Decreto: o Sangue Inocente;
Ana e Lívia em desespero, muita fé e alma crente:
as constantes barbáries, muitas dores no coração...

Governante Injusto, Pôncio Pilatos fazia loucuras...
pensando ser eterno, implacável e sem ternuras,
com espada cortante, um réprobo e assassino:
pouco tempo depois, em Roma ele foi chamado;
crimes injustificáveis, perde a Regalia do Reinado,
infeliz, enforca-se em Gálias; é o seu triste destino!

Ano 38, Públio se regozija, com o fim do Inimigo;
as atrocidades continuam, mas com menor perigo,
o simples ato de lavar as mãos, a sua infelicidade!
Dura prova para o Homem dono de grande Poder;
que na Terra dos Viventes não aprendeu a Viver!
o Governador da Judeia se foi sem deixar saudade.

27.09.2011 – Jairo de Lima Alves

Um comentário:

Geraldo Generoso disse...

Um belo poema, sintetizando um quadro histórico que dividiu em dois o tempo do mundo:AC e DC.