sexta-feira, 27 de abril de 2012

Artigo: Urgência em casa - A/01161

Urgência em casa

Entre uma manchete e outra de bombeiros que fazem partos e salvam pessoas pelo telefone, vou me perguntando porque tanta gente jamais se preocupou em ter noções básicas sobre como proceder em situações de urgência e emergência em casa.

Em países mais desenvolvidos, as crianças treinam periodicamente para sair da escola em caso de incêndio, e os requisitos de primeiros socorros realmente são levados a sério. Não se trata apenas de marcar um “x” na questão certa para tirar a carteira de motorista: estamos falando de salvar vidas humanas, sabe? Alguém como eu, você ou nossos filhos.

A saúde não é um jogo de azar. Arriscar contra a própria sorte é uma aposta perigosa ou, no mínimo, pouco sensata. Por isso, todo mundo deveria aprender a reconhecer uma emergência médica em potencial. Saber exatamente como proceder nestes casos é uma das coisas mais importantes que você pode fazer pela saúde de sua família.

Tudo bem, algumas vezes é difícil diferenciar uma emergência de verdade de um problema corriqueiro, e apenas um médico estaria capacitado para estabelecer o diagnóstico preciso. Estaria, porque do jeito que a educação médica vai por esses dias, em breve os diagnósticos serão dados por cartomantes ou biscoitinhos de restaurantes chineses.

Ainda assim, existem algumas situações que sugerem urgência e justificam uma ida mais rápida ao pronto socorro mais próximo, tais como: dificuldade para respirar, dor ou sensação de pressão no abdome, desmaios, tonteiras súbitas, alterações do estado mental (p.ex.: confusão, comportamento bizarro, etc), sangramentos que não cessam após 10 minutos de pressão contínua, vômitos intensos ou persistentes, tosse ou vômitos com sangue e uma pessoa apresentando tendências suicidas ou homicidas.

Tenha sempre à mão o endereço do local de pronto-socorro mais próximo disponível – chegar rapidamente ao serviço de atendimento de urgência pode ser decisivo em muitas situações. Guarde este número em seu celular.

Quando chamar uma ambulância ao invés de levar a pessoa doente até o serviço de pronto-atendimento? Algumas dicas podem ajudar a identificar situações de maior perigo:

- Existe risco de vida iminente ou possibilidade de complicações sérias até o caminho para o local do atendimento?

 Mover a pessoa pode piorar a situação?

- A vítima necessita de equipamentos ou assistência médica especializada para remoção do local?

- Você acredita que o tráfego ou a distância podem retardar a chegada da vítima ao hospital?

Se a resposta for “sim” para qualquer uma dessas perguntas, então chame uma ambulância. Quando telefonar pedindo ajuda em uma situação de emergência, fale pausadamente e com clareza, dando seu nome, endereço, número de telefone e localização da vítima (p.ex.: no quarto de dormir ou no quintal). Não desligue até que o(a) atendente lhe peça para fazê-lo.

Em outras situações, existem medidas simples que você pode tomar para auxiliar a recuperação da vítima e o trabalho das equipes de pronto-atendimento. Por exemplo:

Cortes E MORDIDAS: lave o local com água corrente e sabão de coco. Não tempere o ferimento com pó de café, açúcar, maisena, vinagre, azeite, molho inglês ou qualquer outra substância esquisita. Após lavar, apenas comprima o local por 10 minutos utilizando um pano limpo. Cortes muito profundos ou com bordas muito separadas devem ser avaliados pelo médico. Feridas causadas por pregos e outros objetos pontiagudos também devem ser avaliadas devido ao risco de infecção. Pergunte sempre quanto à necessidade de vacinação contra tétano.

angramentos pelo nariz: pressione as asas do nariz com o indicador e o polegar em pinça. Não repouse a cabeça para trás – mantenha o corpo ligeiramente inclinado para frente, procurando não deglutir o sangue. Se após um período de compressão de 10 minutos o sangramento ainda persistir, procure auxílio médico.

Traumatismos na cabeça: são uma urgência quando associados a perda da consciência, vômitos, sonolência, turvamento da visão, dificuldade em acordar a pessoa após o acidente, alterações do estado mental (comportamento estranho, confusão mental, etc) ou dor de cabeça persistente. Avance 3 casinhas até o pronto socorro mais próximo.

Convulsões: afaste da pessoa de quaisquer objetos que possam oferecer algum risco e permaneça por perto. Não coloque colheres, garfos, dedos ou outros objetos na boca da vítima. Se a pessoa está tendo convulsão e vomitando, simplesmente deite-a sobre o braço esquerdo, mantendo-a de lado. Certifique-se de que a pessoa esteja respirando adequadamente e peça alguém para chamar auxílio médico.

© Dr. Alessandro Loiola)




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