A emocionante História de Luiz Gonzaga,
o Rei do Baião - nos Cinemas Brasileiros
Um acerto de contas entre pai e filho. Esse é o drama que sustenta
o filme Gonzaga - de pai pra filho, que conta a biografia de Luiz Gonzaga
e retrata, ao mesmo tempo, como era a relação entre ele e o filho Gonzaguinha.
"Para funcionar bem no cinema, toda biografia tem que ter um drama pra puxar
a história", declarou o diretor Breno Silveira, que escolheu três artistas
(Land Vieira, Chambinho do Acordeon e Adélio Lima) para interpretar
o personagem de Luiz Gonzaga em diferentes fases da vida.
O filme representa um pequeno recorte da vida de Luiz Gonzaga a partir da biografia O Rei e o Baião, de Bené Fonteles, e também de fitas com diálogos entre o Gonzagão e Gonzaguinha durante a turnê Vida de Viajante - a primeira e única que pai e filho fizeram juntos após o 'acerto de contas'. "Transformamos várias horas de fita em apenas duas horas de filme", revelou Breno. A história do longa começa em 1981 quando Gonzaguinha - já adulto - recebe uma visita inesperada de Helena, esposa do seu pai. Ela havia ido ao Rio de Janeiro para dizer ao enteado que o 'Rei do Baião' precisava de ajuda.
Mesmo com muita mágoa do pai, Gonzaguinha resolve viajar a cidade de Exu, no sertão nordestino, para encontrar Luiz Gonzaga - que naquele momento já havia se aposentado da carreira de músico. Chegando lá, ele discute com o pai e questiona o fato de ter sido deixado sob os cuidados dos seus padrinhos Xavier (Luciano Quirino) e Dina (Silvia Buarque), no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro. Ao ouvir uma série de perguntas do filho, Luiz Gonzaga decide contar toda sua trajetória de vida, desde a infância até o sucesso e o declínio da carreira. Neste momento do filme, o roteiro volta aos anos 20, quando Luiz Gonzaga - ainda criança - ajudava seu pai a consertar sanfonas na pequena cidade de Exu. A partir daí, o filme traça várias situações da vida do 'Rei do Baião', que foi pioneiro em gêneros musicais como baião, xote e xaxado.
Desenvolvido por Patrícia Andrade, o roteiro de Gonzaga - de pai pra filho intercala precisamente várias situações do passado de Luiz Gonzaga com a conversa entre ele e o filho durante o reencontro nos anos 80 - onde é possível notar o desejo de Gonzaguinha em estabelecer uma relação de afeto e harmonia com seu pai. Com uma fotografia e figurino que expressam a realidade do sertão nordestino e da cidade do Rio de Janeiro entre os anos 1920 e 1980, o filme traz um show de interpretação do ator Júlio Andrade, que "ressuscitou" o músico Gonzaguinha, segundo o diretor Breno Silveira. E ele tem razão.
Júlio Andrade incorporou o personagem em todos os sentidos: desde os trejeitos de Gonzaguinha até a maneira de falar. "No dia do teste, ele apareceu vestido todo de branco, com uma peruca e um violão", relembrou Breno. Chambinho do Acordeon e Adélio Lima, que interpretam Luiz Gonzaga em diferentes momentos da vida, também foram capazes de transmitir toda áura e emoção do músico - mesmo sem ter a formação de ator. "Tive que engordar 27 quilos pra fazer o Gonzaga mais velho", revelou Adélio.Durante um bate-papo com os jornalistas, o diretor Bruno Silveira fez uma síntese bastante coerente sobre o longa: "é um filme pra quem gosta de cultura popular brasileira, músicas regionais e também de um bom drama".
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