Getsêmani,
prensa de azeite em hebraico, ficava a leste de Jerusalém, no monte das
Oliveiras. No lugar onde as azeitonas eram prensadas e esmagadas. Jesus também
foi preso e esmagado. O Getsêmani tem um formato de quadrilátero, medindo cerca
de cinquenta metros de superfície, e está rodeado por um muro.
Jesus após a
oração sacerdotal, prosseguiu seu caminho, descendo do vale de Cedrom, muito
estreito na parte entre os muros de Jerusalém e o sopé do monte das Oliveiras.
Jesus passa por uma ponte sobre o leito de um pequeno rio, e adentra o olival
no jardim do Getsêmani. O Mestre ordenou a seus discípulos que se assentassem e
aguardassem por Ele, que iria mais adiante para orar. Jesus chama seus discípulos
mais íntimos e leais: Pedro, Tiago e João. Eles são testemunhas da agonia que o
Mestre passou no jardim do Getsêmani.
Um lindo
ensinamento de que, assim como nós, Jesus, em sua humanidade, precisava de
amigos, naquele momento tão difícil. Quão amargos foram aqueles momentos para
Jesus no Getsêmani! Uma indescritível tristeza invade seu coração. A
expectativa do sofrimento que O aguardava, Ele sabia de todo castigo
físico e moral a que seria submetido. O Mestre revela aos seus
amigos a dor que se passava em seu coração: "a minha alma está cheia de
tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo."
Jesus em um
grande esforço, separa-se dos seus discípulos e vai para mais adiante, no
Getsêmani, a fim de abrir seu coração com mais liberdade, diante do Pai. A
natureza humana do Mestre estava tão profundamente angustiada que Ele se deixa
cair de joelhos com o seu rosto prostrado em terra. Uma atitude de submissão,
adoração e desolação. Ele rogou ao Pai que se possível, afastasse dEle aquela
hora tão terrível. E, indo um pouco
mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: “Meu Pai, se
é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como
tu queres."
Nisso um
mistério é revelado. Se houvesse uma outra forma para resgatar o ser humano, se
houvesse um outro meio para que os pecados dos homens fossem perdoados, Deus
não submeteria o seu Filho a tamanho sofrimento. Se castigos autoimpostos aos
homens, se reencarnações seguidas, se rituais com sangue de animais, se algum
tipo de obra meritória, jejuns, se longas orações ou qualquer outra coisa
pudesse apagar a mácula do pecado, resgatar e redimir o homem, Deus teria
usado. Era a mensagem que Jesus estava passando nesta oração. Mas não há nada
que possa perdoar pecados, nada, a não ser o sangue de
Jesus que foi derramado por sua morte no madeiro. Jesus sabia que a
redenção do mundo seria conquistada com o sofrimento e morte do Messias. A
consciência desse fato deu ao Mestre forças para seguir em frente.
Entretanto,
o que estava diante dos olhos de Jesus, que o trazia tão grande angústia? Sem
dúvida o seu sofrimento e a sua morte, sentimento natural da natureza humana do
Mestre, pois Ele era tão humano quanto nós somos. Essa, porém não era a
principal causa das angústias de Jesus. Como diz Tomás de Aquino: "se
Cristo foi tão afligido, não foi somente porque ia perder a vida; foi também
por causa dos pecados de todos os homens”. O peso
gigantesco dos pecados de toda humanidade estava sobre seus
ombros. Um homem comum teria sucumbido sob carga tão pesada. "Mas ele foi ferido por causa das nossas
transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz
a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." , informa o
Profeta Isaías.
OS DISCÍPULOS DORMEM NO GETSÊMANI
Jesus com a
alma cheia de angústia retorna ao Getsêmani, onde deixou seus três mais amados
discípulos, para buscar consolo em seus amigos. Porém não encontrou este afeto,
pois eles estavam dormindo. E,
voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: “Então
nem uma hora pudeste velar comigo?" Um pouco antes, Pedro havia dito que jamais
abandonaria Jesus e até morreria por Ele. Entretanto, não conseguiu ficar acordado
para orar com Jesus quando Ele mais precisava. Durante a última ceia
de Páscoa no Cenáculo, todos estavam dispostos a dar a vida pelo
Mestre. O que ocorreu com toda aquela coragem? "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca."
Não
encontrando apoio humano, Mestre afasta-se
de novo e busca auxílio na oração: e,
indo segunda vez, orou, dizendo: “Pai meu, se este cálice não pode passar de
mim sem Eu o beber, faça-se a tua vontade." O cálice aqui
representa a ira de Deus. Jesus como servo obediente e humilde, se entregou
totalmente à vontade do Pai.
Aparição do Anjo e o Suor de Sangue no
Getsêmani
Sob intensa
agonia e ansiedade, o duro combate se inicia na luta
espiritual. Os batimentos cardíacos do Mestre se intensificam com
rapidez e de tal maneira que seu suor produz grandes gotas de sangue, que lhe
cobriu o corpo e correram até o chão. Jesus poderia desfalecer e morrer ali
mesmo, no Getsêmani, porém o Pai sustentou seu filho e enviou um anjo que O
confortava. (Texto adaptado de Rude Cruz)
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