Penalizar um
Jornal do Interior equivale
a sacrificar a Cultura de um Povo
Os jornais
do interior passam por duras provas para sobreviver. As pessoas dotadas de
sensibilidade, e que vez ou outra, convivem com o trabalho diuturno de quem se
desdobra para promover a cultura numa cidade interiorana através de páginas
impressas, hão de entender a angústia de quem escolheu o caminho da comunicação,
revelada aqui.
Os jornalistas
e pequenos empresários de veículos interioranos são verdadeiros heróis da
Imprensa. Eles pretendem exercer a liberdade, mas às vezes são sufocados. Pagam
um preço alto, se quiserem publicar tão-somente a verdade. Não podem tomar
partido e nem emitir opinião, pois logo serão julgados e punidos, tanto pela
opinião pública como também pelas autoridades competentes. Nem sempre o
julgamento é justo, porque falta para alguns a equidade e o bom senso quando o
assunto é julgar.
Os jornais
têm dificuldades imensas para vencer tantas barreiras, sendo uma delas a
escassez de recursos financeiros. É pouco o apoio oferecido a um jornal do
interior, e nos momentos mais difíceis, recorre a empréstimos e à colaboração de
amigos, para que a esperança não venha a morrer, deixando de existir o sonho do
pequeno empreendedor.
Durante os
períodos eleitorais, surgem as tormentas costumeiras no enfrentamento da lei pertinente
e da perversidade de quem se apressa para
punir, na qualidade de fiscais da lei. É muito fácil, para quem está
confortavelmente instalado em gabinetes refrigerados e com altos salários pagos
pelo Estado, censurar e punir os trabalhadores da Imprensa, ou o próprio
veículo de comunicação, que por falta de recursos, não pode contar com uma
assessoria jurídica para defender seus interesses nas instâncias do Poder
Judiciário.
É isso que
temos visto nas pequenas cidades, quando os pequenos jornais recebem multas
praticamente impagáveis, porque os nossos “promotores de justiça” – não são
todos -, adotam medidas duras contra esses jornais, que no dia a dia promovem a
cultura a duras penas. No mínimo, deveria ser utilizado o bom senso, visto que
até mesmo as ações do Ministério Público são divulgadas a título de informação,
mas com as despesas inerentes por conta do jornal.
Quem age
desta maneira, sem levar em conta que um desserviço estaria sendo prestado à
cultura, deixa de avaliar o bem que faz à Comunidade um pequeno veículo de
comunicação. É prerrogativa do Promotor fiscalizar a lei, mas também deveria,
antes de punir, ser um parceiro,
orientando a sofrida Imprensa nas questões fundamentais no contexto do
ordenamento jurídico e nas horas mais difíceis que enfrenta para levar a boa
informação a quem dela necessita.
Se pudessem
parar um pouco para refletir sobre os serviços prestados por um jornal à
Comunidade, certamente os critérios seriam outros na hora de punir com as pesadas
multas. No caso específico do Jornal Tribuna do Povo, seus leitores são
testemunhas sobre os bons serviços que já foram prestados ao longo de mais de
35 anos de história.
Se alguns erros foram cometidos, a tentativa sempre foi de
acertar. Ainda estamos de pé, porque acreditamos nas pessoas e também na
Justiça dos Homens. (JLA)
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