O que é preciso
para que um território seja considerado um país? Depende.
Os critérios variam, mas estão quase todos concentrados na política. É por
motivos políticos que Taiwan ainda é parte da China e são entraves políticos
que impedem que a Palestina seja considerada um Estado autônomo. Aprendemos na
escola que “país é um conjunto de pessoas que vivem no mesmo território e
compartilham dos mesmos traços culturais”. Se dependesse desses critérios,
teríamos que decorar as bandeiras e capitais de centenas de outros países que
brotariam mundo afora. É possível que até mesmo o Brasil se desmantelasse em vários outros
países. Por causa de várias mudanças no cenário
geopolítico dos últimos 20 e poucos anos, dezenas de novas fronteiras surgiram
no mapa. A mais recente aconteceu ainda este ano. Para você não se perder mais
nas aulas de geografia e nas discussões de boteco, a SUPER preparou uma lista
com os 10 países mais novos do mundo.
Macedônia
Alguns anos depois do final da Segunda Guerra
Mundial, o político Josip Broz Tito foi nomeado presidente vitalício da
Iugoslávia socialista, uma região dividida por diversas etnias e traços culturais
distintos. Depois que Tito morreu em 1980, cresceu a tensão interna na
Iugoslávia. Ao longo de toda a década, os movimentos separatistas ganharam
força. Em setembro de 1991, a Macedônia declarou independência, mas uma série
de outros problemas estava por vir. Primeiro, foi a oposição da Grécia, que só
aceitou a independência diante da ONU quando o país adotou o nome de Antiga República Iugoslava da Macedônia. Aliás, só a partir de 1993 a ONU passou a considerar a
Macedônia oficialmente um país. É por isso que, apesar de ter se tornado
independente antes de outros países que não estão incluídos nesta lista, a
Macedônia aparece em 10º lugar.
República Tcheca
A Tchecoslováquia foi criada em 1918, a partir da
dissolução do Império Austro-Húngaro. Depois de décadas de socialismo, o país
se abriu para a democracia em novembro de 1989, acompanhando a decadência do
regime. A abertura resultou na separação pacífica no país, que deu origem a
dois territórios com traços culturais diferentes: a República Tcheca e a
Eslováquia. Os países passaram a existir oficialmente no dia 1 de janeiro de
1993.
Eritreia
Depois de ser colônia da Itália por seis décadas,
a Eritreia passou a fazer parte da Etiópia em 1952. Bom para a Etiópia, já que
o território era rico em recursos minerais. Mas, para os eritreus, o acordo não
funcionava. A população reclamava com a falta de respeito com a cultura local e
se uniu em um movimento separatista que lutou por 30 anos contra os governos
etíopes. No início dos anos 1990, a ONU promoveu um referendo em que os eritreus
optaram pela independência. O reconhecimento internacional veio em 1993.
Palau
Palau fazia parte do Protetorado das Ilhas do Pacífico das Nações
Unidas, um conjunto de ilhas administrado pelos Estados Unidos depois
do final da Segunda Guerra Mundial. Em 1986, os EUA assinaram um tratado que
reconhecia a autonomia interna de três países na região (falaremos dos outros
dois ao final da lista). Entretanto, só em outubro de 1994 Palau conquistou a
independência formal e deixou de seguir as leis norte-americanas.
Timor-Leste
O Timor-Leste, colônia portuguesa, tornou-se
independente de Portugal em 1975. Mas três dias depois, o país foi invadido e
anexado ao território da Indonésia. Só em 2002 o novo processo de independência
chegou ao fim, três anos depois de um referendo organizado pela ONU em que 80%
da população defendeu o desligamento. Timor-Leste foi o primeiro país nascido
no século 21
Sérvia
Este é mais um capítulo da novela da separação da
Iugoslávia. Em 1992, Sérvia e Montenegro foi um dos países que nasceram com a
dissolução da nação iugoslava. Entretanto, 14 anos depois, movimentos
separatistas criaram a necessidade de um novo referendo, que fez com que a
nação se separasse. No dia 3 de junho, Montenegro se tornou um país
independente. Dois dias depois, a Sérvia se consolidou como nação autônoma. A
história continua no próximo item.
Kosovo
Depois que Montenegro se separou da Sérvia, a
província autônoma de Kosovo – uma das duas ainda integradas ao território
Sérvio (a outra é a Voivodina) também decidiu se separar. Em fevereiro de 2008,
o Kosovo declarou independência, após anos de conflitos separatistas violentos.
O problema é que a independência nunca foi reconhecida pela Sérvia. Portanto,
ainda há controvérsias se o segundo país mais novo do mundo é, de fato, um país.
Sudão do Sul
Você
provavelmente ouviu falar do nascimento do Sudão do Sul, a nação mais recente
do mundo, em 2011. Em janeiro deste ano, 98% da população optou pela
independência em um referendo. Em 9 julho, o país passou a existir
oficialmente. Muita gente foi pega de surpresa, mas a movimentação separatista
da região é muito antiga. Há séculos, minorias étnicas africanas são obrigadas
a conviver dentro das mesmas fronteiras graças ao desenho arbitrário das linhas
políticas imperialistas. Mas há um acordos diplomáticos internacionais que
impedem a criação de novas fronteiras no continente e transformam quase todas
as tentativas separatistas em guerras em potencial. Quem sabe, a independência
pacífica do Sudão do Sul pode abrir precedentes para outros movimentos
separatistas que ainda provocam conflitos na Somália, na Angola e no Marrocos.
Outros
23 países criados (ou unificados) recentemente mundo afora
Em
março de 1990, a Namíbia conquistou independência da África do
Sul. No mesmo ano, dois países se unificaram para formar o Iêmem em maio e a Alemanha voltou a ser uma só em outubro, com a
queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. Com o rompimento da União
Soviética, entre maio e dezembro. 1991, Armênia, Azerbaijão,Bielorrússia, Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistsão, Letônia, Moldávia, Lituânia, Rússia,Tadjiquistão, Turcomenistâo, Ucrânia e Uzbequistão entraram na lista oficial de países. Em
17 de setembro de 1991, as Ilhas Marshall e a Micronésia,
dois territórios que faziam parte doProtetorado
das Ilhas do Pacífico das Nações Unidas, também se tornaram
independentes. Além dos estados já citados na lista, a dissolução da Iugoslávia
também deu origem à Eslovênia e à Croácia em junho de 1991 e à Bósnia
e Herzegovina em
março de 1992.
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