Xenócrates da Calcedônia
Filósofo platônico e doutrinador grego, natural de Calcedônia, hoje Kadiköy, próximo a Istambul, Bitínia, hoje Turquia, criador da doutrina dos indivisíveis, teoria do infinitésimo fixo de comprimento, área ou volume, defendida para resolver os paradoxos, como o de Zenão, que atormentavam matemáticos e filósofos da época. Entrou para a Academia (376 a. C) e, tornando-se discípulo de Platão, o acompanhou a Siracusa após a morte de Dionísio I. Com Aristóteles deixou Atenas (347 a. C) convidados para ir para Assos, após a morte de Platão, e lá permaneceu por cinco anos. Neste período a academia estava sob o comando de Speusippus, sobrinho de Platão. Voltou a Atenas (340 a. C) para assumir a direção da Academia, como candidato em vida do próprio Speusippus. Após a morte desse e numa disputa eletiva com Menedemus de Pirra e Heraclides Ponticus, foi eleito por poucos votos de maioria para o posto (338 a. C.), permanecendo no posto até quando morreu, em Atenas. Embora tenha vivido muitos anos em Atenas, por razões políticas, principalmente a forte relação do estado ateniense com a Macedônia, não aceitou a cidadania local, o que demonstra ser a Academia fortemente envolvida com os assuntos políticos do dia a dia, comportamento discutível para uma instituição centralizadora do saber de então. Escreveu sobre filosofia e matemática e, embora todos os seus livros tenham desaparecido, Diogenes Laertius citou dois deles: Em números e A teoria dos números. Plutarco escreveu sobre sua tentativa de calcular o número de sílabas possíveis de serem feitas com as letras do alfabeto, tendo obtido o número 1.002.000.000.000 (um trilhão) de sílabas, o que seria uma das mais antigas soluções por análise combinatória empregando permutação, ou seja, a formulação de um dos primeiros problemas de análise combinatória: computando o número de sílabas que poderiam ser construídas com as letras do alfabeto. Acreditava que a matéria era composta de indivisíveis unidades, portanto defensor da antiga teoria atômica e, como Pitágoras, pregava a importância dos números na filosofia. Cria que o homem tinha uma tripla existência: mente, corpo e alma, embora não se tenha registros que tenha escrito sobre essa crença. Também acreditava misticamente que as pessoas morriam duas vezes: uma primeira vez na Terra e uma segunda na Lua, quando a mente se separava da alma e viajava para o Sol.
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