domingo, 26 de junho de 2011

Artigo: Meditação Oculta - A/0959

Meditação Oculta:
Um Exemplo

Essencialmente há dois tipos de meditação – mística e oculta. Ambas se diferenciam por várias técnicas. As formas místicas de meditação se baseiam, principalmente, na natureza sensível e ativa de um desejo intenso de união espiritual, ou de alguma experiência espiritual pessoal. Este tipo de meditação tende a ser introspectivo e autocentrado.

A meditação oculta, por sua vez, se baseia em tudo o que a experiência mística pôde aportar, para levar a ideia de meditação a um passo mais longe. O objetivo já não é a iluminação e a inspiração pessoais, mas a utilização correta da técnica de meditação para servir à elevação e transformação do reino humano e do mundo em que vivemos. A meditação oculta é um método de cooperação no processo da evolução e redenção planetárias.

Hoje, em que tantos absurdos e erros se atribuem ao termo “oculto”, é útil ter presente uma definição simples. O ocultismo é a ciência do fluxo da energia e as relações energéticas. A meditação oculta é um meio de dirigir energia consciente e intencionalmente de uma fonte conhecida, a fim de produzir efeitos específicos. Naturalmente é possível meditar com um objetivo puramente pessoal, para adquirir a facilidade no contato com fontes de potente energia, a fim de utilizá-las para seus próprios fins, materiais ou sutis. A energia, por si só, é impessoal. Pode ser utilizada para fins tanto bons como maus. O fator determinante em cada indivíduo é a motivação. Se na meditação tratamos de canalizar as energias de luz, amor e vontade para o bem, estas mesmas energias trazem consigo sua própria proteção contra as más utilizações.

A energia mais poderosa disponível para nós no momento atual é a do amor. A verdadeira natureza do amor é desinteressada e inofensiva. Se as qualidades inerentes às energias que recebemos na meditação não são também uma parte das energias do meditador, essas energias não podem ser transmitidas de forma segura e efetiva. Há então um bloqueio, um impedimento no canal de transmissão que impede ou desvia o fluxo de energia e aborta sua verdadeira utilidade. A meditação oculta depende da qualidade, do motivo, do estado de consciência, da condição espiritual e do propósito definido do meditador.

A meditação oculta é uma atividade mental que requer uma condição de alinhamento, ou seja, de união entre os três aspectos da mente: o inferior ou mente concreta, a alma e o superior, ou mente abstrata. Esse alinhamento integra os três aspectos do meditador individual, espírito, alma e corpo, tornando acessíveis para ele os recursos espirituais da vida, da consciência e da forma.

Por meio deste alinhamento o meditador está unido, também, com o princípio vital de todas as coisas que vivem no planeta, e com a alma ou consciência de toda a manifestação. Deste modo, o alinhamento é dual, vertical e horizontal. Isto cria a forma básica de toda a meditação oculta verdadeiramente espiritual.

Atualmente o tipo mais efetivo de meditação oculta é a chamada Raja Yoga, a “Ciência Real da Alma”. Yoga é um caminho disciplinado, a fim de conseguir a união ou alinhamento, e uma medida de controle nalgum plano da consciência. A Raja Yoga utiliza a imaginação criadora, a arte da visualização e a utilização de pensamento-semente para exercitar e expandir a mente no mundo do significado e da significação. Somente sendo conscientes do sentido e da significação da vida podemos funcionar plenamente como almas em encarnação.

Para o indivíduo espiritualmente desperto, a Raja Yoga procura a correta aplicação de toda energia e recursos disponíveis. A forma típica da meditação ocultista da Raja Yoga poderia ser formulada da seguinte maneira: Primeiro encontrar um momento e lugar onde possa trabalhar sem interrupção ou distração. Pela manhã cedo é o melhor momento, antes que a mente chegue a estar preocupada com os assuntos do dia. A regularidade diária é importante. Sentar-se numa cadeira de espaldar reto, tendo bem direita e ereta a coluna vertebral, embora com o corpo confortável e relaxado. Pôr as mãos, com os dedos entrelaçados, sobre o colo e pernas cruzadas. Fazer algumas respirações lentas e profundas, enquanto a consciência vai se esvaziando de tudo aquilo que poderia causar ansiedade e distrair a atenção.

Elevar a consciência, através da imaginação criadora, para um ponto focal fora e por cima da cabeça. Considerar esse ponto como a mente inferior, a mente analítica, crítica; tranqüila e sem movimento, como um tranqüilo reservatório de luz. Projetar uma linha de luz para cima, ao centro da alma, vendo a alma como um sol brilhante, uma fonte radiante de energia. Este é o Eu espiritual real. Visualizando, prolongar a projeção da linha de luz na direção da mente superior ou abstrata, o aspecto mais inferior do Eu divino.

Manter este alinhamento iluminado na imaginação por meio da visualização. Isto deverá levar tão somente uns poucos minutos. Fazer uma pausa ou intervalo, consciente da luz e da energia da alma como o ponto central na consciência. Assim, mantendo a mente firme na luz, meditar durante uns poucos minutos sobre um pensamento-semente, por exemplo: “Que a alma controle a forma externa, a vida e todos os acontecimentos. Que o amor prevaleça. Que todos homens se amem”.

Examinar primeiro as palavras com mente analítica, depois tratar de penetrar no seu real significado interno. Que significaria se a alma controlasse toda a vida sobre a Terra e se o amor fosse a energia relacionando todo o gênero humano? Visualizar o fluxo e a precipitação de energia em todo o planeta, desde o ponto mais elevado da vida divina até o ponto mais inferior da manifestação física. Deter-se por uns instantes para refletir sobre as vias e meios de empregar as energias de luz e de amor em todos os domínios da vida humana, em todas as partes do mundo.

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