sábado, 27 de dezembro de 2008

A Travessia - A/0198

A Travessia
Venho já de muito tempo navegando neste mar chamado vida, passei por muitas tormentas e quase vi minhas velas se quebrarem, mas se acaso isto acontecesse, eu ainda teria meus remos para continuar. Minha meta sempre foi ir em frente, minha bússola era a minha consciência, meus planos de navegação incluíam outras pessoas que haveria de apanhar pelo caminho, pois não queria e nem deveria me aportar sozinho, depois de tanta luta. Hoje eu vejo que finalmente valeu a pena esta minha empreitada. Cheguei com o barco cheio, mas sinto saudade da primeira passageira. Que Deus a tenha, a segunda ficou pelo caminho, foi por puro descuido dela mesma, parece que ouviu o chamado da sereia e acabou se afogando no seu mar de ilusões. Mas ambas me deixaram sete pedras preciosas, e que agora já tomaram o rumo nos seus próprios mares, e que Deus os ilumine para que possam seguir uma rota segura, e que seus barcos sempre encontrem o caminho de volta. Hoje me vejo sé, mas não sinto solidão, pois tudo que passei serviu como exemplo de vida. Fui feliz na medida certa, chorei nos momentos adequados, e venci as ondas que insistiam em levar-me de volta para a praia. E agora ancorado, mas ainda sujeito aos perigos deste mar, me sinto mais tranqüilo, pois conto sempre com a ajuda Daquele que me sustentou na travessia. (Diasmonte, um Viajante que percorre a Estrada da Vida).

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