sexta-feira, 8 de março de 2013

Artigo: A Fumaça no Vaticano - A/01303

A Magia da Fumaça no Vaticano:
A Eleição do Papa é marcada por
Momentos Especiais e de Absoluto Sigilo



Os Conclaves. A palavra é derivada da expressão Latina que quer dizer “fechado com uma chave” e estão entre as eleições mais misteriosas e secretas do mundo. Os candidatos não são previamente divulgados, e muitas vezes os próprios eleitores conhecem muito pouco de seus pares. A inspiração para a escolha deveria ser o Espírito Santo, e não a política terrena, segundo a tradição católica. Mas em reuniões privadas, conversas e jantares, alianças são seladas e definidas posições.

A renúncia do Papa Bento XVI deu início ao chamado período de Sé Vacante, em que há ausência do líder máximo da igreja católica. Neste caso, 115 cardeais decidem na sala privada da Capela Sistina,  onde permanecerão  isolados do mundo exterior durante muitos dias, sob um forte esquema de segurança. Hospedados na Casa Santa Marta, são alojados em quartos previamente sorteados. A condução até a Capela é feita por um ônibus especial encarregados do transporte dos participantes, mas os que quiserem ir à pé podem ir, poderão fazê-lo. O conclave, que começa no dia 12 de março, não dia certo para terminar. Sem telefones celulares, computadores, periódicos ou qualquer objeto que possa ligar o ambiente ao mundo exterior, os ilustres eleitores devem se manter vigilantes, para fazer a melhor escolha. O local é “varrido” por uma minuciosa inspeção na busca de possíveis aparelhos de escuta. Ainda assim, cada participante tem que jurar manter segredo sobre qualquer ponto ou detalhe da votação.
O Vaticano não revela a punição aos cardeais votantes que porventura desobedeçam aos jammers usados para inibir qualquer sinal eletrônico, mas a pena para os que não são cardeais e que venham infringir a ordem, é a imediata excomunhão. Em função disso, o conclave pode durar mais do que o previsto, devido a isso e ao escândalo sobre os abusos sexuais entre padres.

Os dois últimos conclaves duraram somente dois dias. O curto prazo de votação traduz longos acordos e conversas anteriores, que definiram o consenso na escolha do Papa. Os conclaves começam, geralmente, quinze dias depois da instituição da “Sé Vacante”. O tempo é reservado para que seja feito o velório e o sepultamento do Papa falecido. Mas no caso da renúncia de Beto XVI, ele mesmo decretou a autorização para a antecipação do processo eleitoral. O famoso relatório a que Bento XVI teve acesso com revelações sobre disputas internas e problemas de gestão na Cúria Romana não será disponibilizado aos cardeais.
O momento mais esperado pelos fiéis e observadores de todo o mundo é a emissão da fumaça da chaminé da Capela Sistina. Esta pode ser a fumaça preta, significando que os cardeais não conseguiram chegar ao nome do novo Papa, ou a fumaça branca, que indica que o novo líder máximo do catolicismo romano já foi definido. Ambas são resultado, simbolicamente, da queima das cédulas de votação, que sepulta definitivamente os votos.

A Capela Sistina, que tem apenas 41m X 13,5 m de área, foi restaurada no século XX, durante quatro anos, e entregue ao público em 1993, trazendo à tona uma luminosidade e cores inesperadas. Os afrescos para a abóbada da Capela Sistina, uma das obras seminais da arte ocidental, foram pintados por Michelangelo, entre 1508 e 1512, ele então com 33 anos de idade, por encomenda do Papa Júlio II, que era sobrinho do Papa Sisto IV. O Juízo Final, obra mais tardia de Michelangelo, que estava com sessenta anos de idade quando a realizou entre 1536 e 1541, foi pintada atrás do altar da Capela Sistina.
De qualquer maneira, a escolha de um novo Pontífice é cercada de mistério, que para os católicos é deveras significativo. A fumaça branca que sai da chaminé da capela Sistina, simboliza que os cardeais chegaram a um acordo e que o novo papa foi escolhido. Isso é mágico, cujo momento místico, determina uma nova era para a maior Religião do Mundo Ocidental.





Nenhum comentário: