Ter intimidade com Deus seria
a melhor opção para todos nós, pobres criaturas humanas. Se o homem comum
pudesse debruçar sobra os grandes mistérios que envolvem toda a Criação,
certamente perscrutaria a Fabulosa Obra Divina e seria, assim, um devotado Crente
em busca da Iluminação, que poucos têm alcançado em todo o mundo.
Se
pudéssemos, todos nós, seguir o conselho da Sabedoria de Deus, encontraríamos a
regeneração, não depois desta vida, mas de imediato. Quem quiser, e puder,
explorar a profundeza das revelações divinas, com todas as suas manifestações,
vai encontrar muito fácil a glória de Deus e o bem da humanidade, a partir de
um encontro consigo mesmo. Em primeiro lugar, é preciso aprimorar a prática da
resignação, submetendo-se à completa Vontade do Criador, na constante busca da
Pátria Eterna.
O filósofo Aristóteles
afirmava que “o desejo de saber é inato no homem.” Esse desejo
manifesta-se muito cedo na criança, pela curiosidade natural nas perguntas que
costuma fazer em plena inocência. Esse desejo de saber é o princípio das
ciências, cujo fim não está em oferecer ao homem os meios de agir sobre a
natureza, mas em satisfazer sua natural curiosidade.
O homem que é
de Deus, tem conhecimento de Deus, o Pai Único e Criador de todas as coisas.
Quando o homem eleva seu espírito à Divindade, o Espírito Santo penetra e opera
nele de maneira muito especial, transformando-o numa Criatura de Visão Ampla e
muito mais Espiritual. No entanto, se ele deixar seu espírito descer a este
mundo, entregando-o ao império do mal, as hostes da maldade o dominarão por
completo, neutralizando toda a sua força. Isso ocorre porque o homem é feito de
todos os poderes de Deus, extraídos de seus sete-espíritos, como os anjos.
Porém, como é construído com matéria corruptível, nem sempre o poder divino se
manifesta em todos os seus aspectos e se desenvolve operando nele. Isso é
também mistério no mundo da Espiritualidade.
Quando nós depositarmos plena
confiança em Deus e no seu Poder Maravilhoso, teremos o bastante para esta vida
e para a seguinte, como foi dito ao apóstolo dos gentios: “a Graça de basta!”
E. Armond disse: “tudo tem sido revelado, gradativamente e em partes, pelo
Mestre Divino, ou pelos missionários que têm sido enviados, de tempos em
tempos, ao nosso Orbe, para auxiliar no seu esforço coletivo.”
Sobre a
intimidade da Criatura com o Criador, vale lembrar o que disse William Blake,
antecipando-se a Nietzsche e Jung, confirmando que o homem pode
atingir uma dimensão gigantesca quando conseguir integrar o céu no inferno, ou
seja, seu céu em seu inferno, visto que todos nós temos o céu e o inferno em
nosso interior. Aqui vale aplicar a célebre frase de Sócrates: “homem,
conhece-te a ti mesmo.”
Validivar, em sua estreita
relação com Deus, disse aos seus contemporâneos: “o mistério do Absoluto homem
algum o conhece, e jamais o conhecerá, mas a Iluminação chega àqueles que
procuram conhecê-lO. É neste ponto que a porta do conhecimento necessita ser
aberta, é quando o homem começa a perscrutar no Caminho que conduz à Felicidade
Eterna. Mas, sobretudo, é importante lembrarmos que o verdadeiro céu
está onde o Buscador Sincero se encontre. O céu superior, todavia, compreende
dois reinos de anjos que não decaíram; este mesmo céu é habitado tal como foi
em toda a Eternidade, mesmo antes da criação dos anjos.
É verdade
incontestável , que existe um céu puro e magnífico em todas as três criações
acima do espaço deste mundo, onde o Ser Supremo e os Anjos se elevam em pureza,
na glória e na alegria. Aquele que negar ao Criador não terá nascido de Deus, e
não poderá tomar parte de seu Reino.
O Espírito Trino da Divindade
está em uma única essência, que é a eterna compreensão, a origem de todas as
coisas, e ainda é o Eterno Oculto, exatamente como a compreensão que não está
confinada no tempo e no espaço, mas tem sua sede no homem, a perfeita Criação
de Deus. É com este Ser Criador, Pai de Misericórdia e de Bondade que a
Criatura necessita estar ligada, mantendo com Ele a Intimidade que todo Filho
tem com o próprio Pai. Estabelecida esta confiança mútua, tudo se resolve e
nada ficará no obscurantismo. (JLA)