quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Crônica: Voando...

Voando fora do corpo
pelas esferas espirituais


Enquanto eu caía no sono, alguém me disse, mentalmente: "Você ainda sabe voar com alegria?" Então, eu vi o semblante simpático de um mentor espiritual** em frente. Ele riu e me disse: "deixe sua máquina de respirar aí embaixo!" E eu respondi: "daqui a pouco eu vou... Mas, do meu jeito". Ato contínuo deslizei minha atenção para os pés e concentrei-me ali. Passei a visualizar que respirava suavemente pelas plantas dos pés. No meu caso, isso me relaxa profundamente - porque tira o foco do cérebro. E faz com que minha aura se dilate consideravelmente - ou seja, fluo na Luz... Contudo, enquanto eu fazia isso, ele projetou energias em meu peito. E eu vi uma Luz clara emanando de suas mãos - como um passe suave e brilhante. E ele disse: "Além dos pés, encha o seu peito de Luz... E sintonize aquele Amor". Então, segui a dica dele e, ao mesmo tempo, observei-o trabalhando com as mãos. E dava gosto ver o seu semblante alegre - que evidenciava o seu nível espiritual. E, nisso, senti uma alegria serena dentro da Luz do meu peito - algo bem legal. E me senti saindo do corpo, como uma bolha de sabão se desprendendo no ar... E ele, ali, vibrando aquele passe energético e me dizendo: "Amor, rapaz!" E eu fui subindo mais e mais... Como um balão no ar, solto, em espírito. Até que surgiu uma grande Luz sobre mim e arrebatou-me nas ondas extrafísicas. E eu girei por entre as estrelas, em alta velocidade, mais veloz que o pensamento. Na verdade, parecia que eu surfava numa onda de alegria serena e suave... E também escutava uma música transcendental, que estava em tudo. 

Então, surgiu um grande círculo luminoso diante de mim. E me envolveu... E eu senti uma energia morna me acariciando dentro daquela Luz amarela. Ah, ali estava eu, fora do corpo, lúcido, contente, curtindo extra fisicamente... E tudo era muito tranquilo - e, de alguma forma, muito familiar -, como uma brisa. E eu flutuei nesse campo luminoso, integrado com aquela Luz serena e amiga. E, se pudesse, não sairia mais dali. Porém, eu sabia que o meu corpo me aguardava. Ali, eu não tinha como mensurar a passagem do tempo - eu e a Luz éramos um só! E o lance foi rolando... Até que senti um forte repuxão na nuca e me senti caindo. E tudo muito rápido, além de minha capacidade de percepção e compreensão. Em instantes, me vi emergindo da Luz, logo acima do meu corpo físico. Foi como se a Luz me projetasse suavemente para fora dela - de volta ao quarto. E, ali, como antes, estava o mentor espiritual aplicando os seus passes espirituais. E eu, flutuando, como um balão humano, quase colado ao teto, olhando a cena. Lentamente, fui perdendo a leveza e descendo sobre o corpo, até entrar nele. 

Na verdade, escorreguei para dentro dele e senti o peso da matéria. E a primeira sensação de peso vem da própria respiração - que é como um fole. Sim, um fole vital, que mantém o corpo vivo. Ou seja, ele é uma máquina orgânica. Ou, como o amigo espiritual chamou "uma máquina de respirar". E, por falar nele, assim que entrei no corpo, deixei de vê-lo. Mas ainda o sentia...  Um pouco depois, senti sua mão energizando minha testa - e aquela alegria. E, mentalmente, ele me disse: "Amor, rapaz! Isso é tudo. A chave é essa". E quando ele me disse isso, eu percebi o motivo de tudo rolar nessa noite. E as lágrimas brotaram nessa percepção - e eu me tornei só gratidão... Porque ele havia me patrocinado o lance extrafísico todo - como um presente. E isso porque eu tinha feito o lançamento de mais um livro horas antes. E, depois de tanto trabalho para publicá-lo, ele veio e me deu a Luz de presente. E me fez girar pelas estrelas e comungar com a música das esferas espirituais. Ah, eu deixei as lágrimas de gratidão lavar o meu rosto, serenamente. E ele ainda me disse: "entregue o fruto de todo trabalho ao Alto. E aja de acordo com a Luz. E seja feliz, por Amor". E eu fiquei ali, deitado no escuro do quarto, com o rosto e o coração lavados. Sim, lavados pela Luz.

(Wagner Borges)

 

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