Fiz como o sábio
sugeria: meditei, orei e jejuei. Conversei com os animais, com os pássaros e
com as árvores. Comecei a sentir a presença de Deus. Por isso, quando eu
caminhava pela Terra, mal ousava pisá-la com muito vigor, com medo de que
pudesse ferir o rosto do amado senhor. Com o tempo, conforme fui amadurecendo
em minha compreensão e aprofundando minha busca espiritual, tive a sensação de
que, na verdade, havia sido chamado para uma grande missão. Começou a se erguer
o véu que todos possuímos, quando chegamos aqui. Senti, em minha alma, que era
meu destino ir para minha terra natal e, de algum modo, levar a Luz, pois as
pessoas realmente haviam perdido a centelha da alegria, da reverência, do
perdão e da benevolência. Tive uma experiência na qual me senti como a alma de
tudo que estava vivo. Senti como se a Luz de meu coração emitisse raios
que conferiam Luz a tudo que existia. Às vezes, eu ficava vagando naquele
estado como um louco. Por fim, retornei à minha terra natal e lá, eu de fato
era um desajustado. Mas, agora, isso não parecia ter muita importância, pois a
chama do propósito ardia em meu peito. A missão, que eu sabia ser minha, já me
tocara. De início, falei com algumas pessoas simples. Muitas vezes riam e
retiravam-se abruptamente no meio de meus discursos. Do mesmo jeito que vocês
devem se sentir de vez em quando, eu me sentia tentado a voltar para a terra de
Arya Vata em meio aos santos, aos poucos iluminados que na verdade encontrei.
Contudo, eu sabia que minha tarefa era levar a Luz para a terra em que eu
nascera.
Aos poucos,
comecei a encontrar uma ou duas pessoas que não me consideravam louco. Passava
algum tempo com elas, falando sobre muitas coisas, abrindo meu coração,
esperando que elas passassem a sentir o fervor do amor que eu viera partilhar.
Paulatinamente, vieram outras pessoas e trouxeram amigos. Depois de algum
tempo, alguns realmente seguiam comigo. Unimos-nos como irmãos e irmãs para um
único propósito: levar a mensagem do amor e da graça de Deus. Novamente, o
número dos que vinham para escarnecer e zombar era bem maior do que o número
dos que vinham para escutar. Como vocês, às vezes sentia-me cansado.
Perguntava-me se, de algum modo, havia entendido mal aquele chamado para uma
missão. (Mestre Jesus)
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