sábado, 1 de novembro de 2008

Cemitério: Momento de Saudade

Visita ao Campo Santo
Era véspera de Finados, quando a maioria das pessoas tem o hábito de prestar uma homenagem à memória de seus antepassados. Bem no fim da tarde, entre 18 e 19 horas, desci ao Cemitério Municipal de minha cidade. Deparei-me com amigos e muitas outras pessoas desconhecidas, que permaneciam ali, lavando túmulos e queimando velas.
Era a manifestação de carinho para com os mortos, enquanto alguns pranteavam, sentindo a dor da saudade. Conversei com muitos deles, que falavam de seus entes queridos, lembrando de seus feitos em vida. Existem formas variadas de se acreditar na vida além-túnulo, de acordo com a crença de cada um. Aquele lugar sombrio, onde repousam os corpos, serve de inspiração para muitos, que podem refletir melhor o sentido da vida.
Observando as tumbas em cada quadra, podia entender como é efêmera nossa vida nesse sistema de coisas. Amigos de outrora ali se encontram descansando, na esperança de um futuro bem melhor na Eternidade. Bem na entrada do Campo Santo, à esquerda, fica o jazigo de Gabriel Cervantes, que cultivava bons amigos e tocava na cidade uma máquina de arroz. Mais adiante, também à esquerda, dorme o corpo de Dorcelina Folador, considerada " Mártir" para muitos mundonovenses. Bem perto dali, dormem meus queridos pais, a quem rendo sincera homenagem. Ao lado, o professor Antônio Batista da Silva e Idalice de Oliveira Marques. O jazigo da Família Corrêa de Souza, com destaque para os pais de Jovino, Otaviano e Otacília, além de seus filhos Neide e Kléber. Encontrei-me com Nivaldo, que rendia homenagem ao querido pai Manoel Mendes. Também contemplei as fotos de Maria e Jocelino Braz e ainda do casal Rita e Antônio Justo de Mello. O casal Luzia e Antenor também estava lá e preparava o túmulo da genitora Maria Silva Assunção. Vi, com saudade, o lugar onde descansam: Said Rafeh, a esposa e seu filho Omar; os vereadores Sebastião Borges, Cacildo Cândido Pereira, Anizio José Ribeiro, Idalino Alves Pereira; parei por alguns instantes diante da sepultura do amigo Osvaldo Costa Ferreira, o " Osvaldão". Ali estão tantos amigos, que fica difícil colocar o nome de todos aqui. José Honorato e seu irmão "Patrese"; Aldoir Síveris, Raimundo Antônio de Carvalho, Professor Manoel dos Santos e Oscar Ribeiro da Silva.
Nunca posso esquecer o nosso " Buiú", que teve uma morte trágica pelas mãos de um covarde. Muita gente que não se encontra mais em nosso convívio, e repousa no além, na Câmara Espiritual. Durante a peregrinação, pude verificar que existem túmulos de todo jeito, sendo que a maior parte deles não tem qualquer tipo de identificação. Existem túmulos suntuosos, querendo até parecer um pouco de ostentação e poderio financeiro de algumas famílias. Existem, no entanto, túmulos pobres, parecendo permanecer no abandono. Seja como for, a homenagem póstuma, independenmente de conceito religioso, é justa, principalmente porque revive a história de quem foi para um lugar desconhecido. Cada um com uma história de vida. Crianças, jovens, e adultos. Muitos com idade bem avançada e também criancinhas recém-nascidas. No momento em que tenha cumprido aqui a sua missão, o ser humano despede-se, entrando na transição, para reaparecer num futuro próximo, dentro do plano da presciência divina.
Nos corações e na memória dos que vivem, a lembrança imorredoura de todos aqueles que, fechando os olhos para o mundo, deram um até breve aos que prosseguem a caminhada.
Jairo de Lima Alves - 01.11.2008

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