domingo, 30 de junho de 2013

Artigo: Artes Liberais - A/01331

As Artes Liberais na Concepção Mundial


As artes liberais formam um todo coerente e constituem as chaves do verdadeiro conhecimento. Seria, então, necessário integrá-las novamente ao plano geral de Educação. A civilização grega foi uma das mais elevadas na história da Humanidade, a tal ponto que continua constituindo a base da cultura ocidental. Deveríamos, portanto, nos inspirar nela e imitar o sistema de ensino que lhe era próprio. Em outras palavras, seria interessante introduzir novamente o aprendizado das sete Artes Liberais nas escolas atuais.
É importante lembrar que as Artes Liberais representavam outrora o conjunto das matérias de ensino. Elas deveriam, assim quer parecer, tornar-se a base da cultura individual e coletiva. Seria ideal que as crianças de hoje aprendessem todas estas matérias e regras antigas desde a mais tenra idade, a fim de que pudessem adquirir a base sólida dos conhecimentos para terem êxito em sua vida. Na verdade, seria necessário, outra vez, integrar todo esse conhecimento antigo à Educação Moderna, pois as Sete Artes Liberais encerram as dimensões material e espiritual para toda a vida.

Uma ligeira reflexão sobre a Educação leva a se questionar a necessidade de se cultivar na criança, o mais cedo possível, aquilo que desde a antiguidade tem sido chamado de Leis Liberais, que representam efetivamente uma soma considerável  de conhecimentos. As matérias divididas em Trivium e Quadrivium, compreendem a Gramática, a Retórica, a Dialética; a Aritmética, a Geometria, a Astronomia, e a Música. Cada uma delas, como ciência, contribuía para a Luz do Saber entre os Filósofos do Oriente.
De um modo geral é a arte que permite ao indivíduo expressar-se corretamente por escrito e compreender perfeitamente o que lê. Estas matérias são o suporte da comunicação escrita e também o fundamento da cultura geral, visto que os livros integram a base da sabedoria. As escolas que seguem estes princípios ainda hoje são consideradas as melhores na sociedade, porque transmitem às crianças o conhecimento adequado, deixando-as livres para pensar.

A Gramática é a arte de ler e de escrever e compreende a linguística e a semântica. Ela contribui para o domínio da linguagem e por outro lado, em conhecer o sentido preciso das palavras. A Retórica é a arte de falar bem, sendo seu objetivo convencer pela expressão, de modo racional e preciso. A Dialética é a arte de discutir seguindo o raciocínio da tese, da antítese e da síntese. Platão distinguia muito bem a verdadeira dialética da falsa, que os sofistas empregavam, e a quem ele nunca poupou críticas pelo mau uso da linguagem.
Pitágoras, que sonhava em descobrir a ordem oculta no mundo, deu muita ênfase ao estudo da Aritmética, da Geometria, da Astronomia e da Música. Para o estudo destas matérias, ele fundou a Escola de Cretona, na Itália, onde ensinava sob a égide de Escola dos Amigos da Sabedoria. Reunindo ali os maiores Pensadores da Época, é ainda hoje considerada como a origem da Sabedoria Ocidental.

Em poucas palavras, para que haja uma melhor compreensão Aritmética  é o uso dos números; a Geometria é, literalmente, a medida da Terra; a Astronomia estuda a origem, a localização, a composição e o movimento dos astros; a Música era o apanágio das musas e integrava todas as artes que expressavam a ideia de ordem ou de harmonia. De fato, a Música pode ser considerada dentre as Artes Liberais como aquela em que  a arte e a ciência estão mais intimamente ligadas, aproximando-se da Arquitetura.  Para o filósofo Platão “a Música dá alma ao nosso coração, asas ao pensamento e impulso à imaginação.” Por ser universal, a Música traz benefícios incalculáveis aos homens.
A somatória de todas estas matérias, que eram levadas muito a sério pelos antigos Pensadores, é um elo de ligação muito forte entre as civilizações e muito ligada à Espiritualidade exercida por todos eles. Basta lembrar aqui a importância do Triângulo e de expressões utilizadas na época, cuja inspiração nasceu na Geometria de Pitágoras. Também não podemos esquecer os cálculos da Cabala, que remontam aos tempos de Israel e muito presente no Grande Templo de Salomão.

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